36. Pinturas

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HENRI

Quando Stella chega perto de mim estremeço.

Ela está linda com a seu short de alfaiataria preto combinando com a sua blusa. Sorrio ao perceber que tenho a mulher mais linda do mundo comigo.

- Dê uma voltinha para mim, Petit monstre. - peço.

E ela faz o que digo, gira para que eu consiga vê-la de todos os ângulos. Ela é perfeita. Sua pele, seus traços, suas curvas são tão graciosas quanto um quadro raro e caro.

Olho para o seu rosto enquanto chego ainda mais perto dela. Vejo suas bochechas corarem e um sorriso formar lentamente em seu rosto.

Me sinto o cara mais bobo do mundo enquanto acaricio seu rosto macio.

- Pronta? - Pergunto levantando a minha mão a ela.

- Prontíssima. - Stella responde encaixando a palma de sua mão na minha.

Um frio na barriga me consome. As famosas borboletas festejam dentro de mim toda vez que ela me toca. Me sinto um adolescente com sua primeira namorada porque com a Stella tudo é único para mim. Seu beijo é único. Seu olhar, sua respiração, seu toque, tudo.

Já fazem duas semanas desde que a levei para o nosso primeiro encontro. Mesmo depois de 14 dias ainda me sinto um estúpido por ter levado a ao cemitério. Aqui na França é uma coisa comum, mas ela é americana e deve ter parecido muito estranho da minha parte leva-la a um lugar assim. Preciso fazer desse encontro o melhor de todos para ela esquecer o vexame que foi o primeiro.

- Vou te levar para o lugar mais lindo desse mundo. - digo subindo em cima da minha moto. Depois entrego o capacete a ela.

- Não sei porque mais isso me lembra a alguma coisa... - Sua voz sai provocadora.

Ela está zombando do dia que a levei para o cemitério.

- Ah, eu prometo que vou me redimir. - garanto. - Agora suba logo na Lívia, querida.

Lentamente Stella sobe na garupa da minha Vespa. Mesmo depois de tanto tempo ela ainda tem um pouco de dificuldade de subir em Lívia.

Quando seus braços envolvem meu abdômen, bom... sinto uma faísca ascender dentro de mim. Uma vontade enorme de ser consumida por ela. Agora que Stella está a poucos centímetros de mim consigo sentir o cheiro de seu perfume de rosas silvestres bem perto do meu nariz.

Bendito seja o meu nariz por poder sentir esse cheiro que me deixa louco a metros de distância. Sei que conseguiria reconhecer Stella em meio a multidão só com seu cheiro único.

Jogo meu pescoço para trás para que nossos capacetes se batessem propositalmente, para provoca-la, a final quem somos nós dois se não provocarmos um ao outro?

- Ei! - Petit monstre exclama. Consigo sentir sua risada gostosa e aveludada em meu ouvido.

- Preciso que chegue para mais perto de mim por motivos de segurança, senhorita. - falo imitando a voz de um locutor.

Stella solta uma gargalhada ainda mais doce. Sua gargalhada é poesia para meus ouvidos.

- Tem certeza que é pela a minha segurança? - ela questiona.

- Vamos passar por uma avenida bem movimentada então acredito que seja prudente fazer o que pedi.

- Prudente! - ela repente a palavra que disse. - Desde quando você fala tão bonito assim, Henri Rousseau? Para uma pessoa tão idiota está falando bem demais!

Oh Deus! Como eu amo quando ela me provoca! Sei jeitinho rebelde, dona da razão quando discorda de mim... isso a deixava tão atraente.

Sinto um sorriso se formar lentamente no meu rosto. Pena que estou de capacete, queria que ela visse o feito que faz em mim.

Aonde mora o amor?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora