43. Star Wars

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Estou trabalhando em duas funções ao mesmo tempo, como estagiária, escrevendo artigos sobre o processo de desenho das roupas da coleção Revolucion Francesa e também estou sendo a psicóloga do Matteo.

— Vai dar tudo certo, ok? — apoio o estilista. Ele estava sentado em cima da minha mesa me impedindo de fazer meu trabalho.

— E se eles não gostarem das peças? — o estilista ruía as unhas freneticamente. — E se acharem cafonas, ou então medíocres? Sem criatividade?

— Matteo, você deve confiar mais em você mesmo, ham! — levanto da minha cadeira. Me posiciono na frente dele acariciando seu ombro. A pele de Matteo está quentinha. — O Matteo que eu conheço não é assim. Ele é mais confiante.

— O matteo que você conhece, Jane, desenha roupas para desfiles conceituais e não para serem comercializadas para todos os público. — Ele pista duas vezes seguidas.
— E se for um fracasso e ninguém comprar? Não quero manchar minha reputação.

— E se for um estouro? — incentivo. — Eu confio em você. Suas roupas são incríveis, Matteo. É um dos meu estilistas preferidos.

— Jane, as coisas não são tão simples, estamos falando do mundo da moda que é cheio de preconceito, racismo, padrões e eu sou um homem negro que luta todos os dias contra essas merdas. Ser negro nesse mundo é viver cheios de incertezas de um branco tonar o meu lugar que lutei anos para conquistar.

Matteo falava de um jeito tão preocupado que estava me deixando angustiada. Eu entendo o sentimento dele, ele sempre foi conhecido por desenhar excelentes looks conceituais e agora o estilista está embarcando numa coleção completamente fora da sua zona de conforto.

— Eu entendo o seu medo. — pego na sua mão. — Sei que o mundo da moda é preconceituoso pra cacete, mas ai que você entra para calar a boca de todos. Você é a fonte de inspiração para muitos jovens negros que estão ingressando no mundo da moda. Se você soubesse o quão poderoso é a sua influência na vida dessas pessoas não estaria nesse estado. — apeto sua mão, a acariciando com meu polegar. — Henri foi convocado para ir em uma faculdade para que os alunos que fazem moda falassem o que acham de Matteo Ferrara. Eu li a matéria e tenho certeza que você vai gostar do que falaram de você. Confie mais em você mesmo! Você é brabo pra cacete!

Matteo sorri, um sorriso fino e sincero.

— Obrigado, Jane. Você tem razão, vou confiar mais em mim. — O estilista entre olha atrás de mim. — Olha quem está vindo para cá.

— Bom dia, pessoal. — Lorenzo diz assim que chega ao nosso encontro. Me viro para ve-lo. Como sempre Ren está super bem vestido e muito bonito. — Bom dia, Stella.

— Bom dia, Ren. — respondo sorrindo.

— Humm. — Matteo faz uma cara de nojo, coisa típica dele. — Por que só a Stella ganhou um bom dia separado dos demais, Renzinho?

— Bom dia para você também, Ferrara.
— Ren dá um abraço no amigo.

— Está cheiroso, garanhão. — Matt  caminha suas mãos na costas de Lorenzo. — Esse seu cheiro sempre me deixou louco, sabia?

— Posso te passar o nome do perfume. — Lorenzo oferece ajeitando o seu paletó pós abraço.

— Vai passar em mim? — O estilista joga essa.

Olho para Lorenzo e ele mantinha um leve sorriso no seu rosto, um pouco surpreso com a fala de Matteo.

— É brincadeira, Ren. Relaxa. Sei que você nasceu condenado a amar só mulheres. — Matt lança uma piscadela para mim se levantando da minha mesa. — E no caso você gosta bastante das mulheres do tipo Stella. Santa Coco Chanel, Jane! O que você tem que todos os homens gostosos te querem? Você tem tantos aos seus pés e eu não tenho nenhum. A vida é injusta!

Aonde mora o amor?Where stories live. Discover now