Capítulo 6

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O tal Rafael nos seguiu, juntamente com seu amigo. Eu estava totalmente vermelha enquanto o cara ficava dizendo "Espera aí, gatinha", "Eu não mordo". Cara, isso era um mico, melhor, um King Kong! Depois de alguns minutos tortuosos, ele se calou.

Continuamos andando apressadas e de repente alguém segurou meu braço, Ana estava um pouco mais a frente, então eu logo pensei que era o carinha, me virei com um tapa fervendo nas mãos, louca para mandá-lo pastar, mas era Gabe.

– O que você pensa que está fazendo, Jasmim? – eu estava totalmente sem reação.

Esperar que o garoto fosse me seguir e me puxar já era difícil, mas ver Gabe fazendo isso era tão improvável quanto absurdo. Minha cara era de pasma enquanto ele ainda segurava meu braço.

– Gabe?

– Te fiz uma pergunta!

Quem ele era para falar assim comigo?! Olhei de canto de olho para Ana, e a coisa também não estava muito boa para o lado dela, julgando pela cara do Danny.

– Passeando, e você?

– Você já conhecia aquele cara que estava na sua mesa?

– E você? – Essa conversa não nos levaria a lugar algum. Tentei soltar meu braço, mas foi inútil.

– Perguntei. Se. Você. Conhecia. Aquele. Cara – céus, ele me enlouquecia.

Gabe falou assim pausadamente, entredentes. Seu rosto estava vermelho, ele ainda segurava meu braço, mas não com força.

– Gabe. Relaxa aí, cara – Danny estava ao lado dele, com uma mão em seu ombro, tentando acalmar a fera.

– Cai fora, Danny! – ele parecia uma bomba-relógio.

– Cara, solta ela. Relaxa – a voz do Danny estava tensa, mas muito mais calma se comparada com Gabe.

Ele soltou meu braço e notei que algumas pessoas olhavam a cena. Gabe respirou fundo algumas vezes, meu coração martelava no peito. Ana estava do meu lado olhando para o chão, nunca a vi com tanta vergonha na vida.

– Desculpe, Jasmim – ele disse sem me olhar. Não respondi nada, estava zonza demais para mexer qualquer músculo. – Mas você me...

Ele desviou de mim e foi embora seguido por Danny, que parecia dar um sermão nele. Mas, como diz o meu pai: "nada é tão ruim que não possa piorar". Constatei que é verdade, quando o Rafael chegou perto de mim.

– Princesa, ele te machucou? – Só movi a cabeça fazendo que não. Ana estava totalmente muda, novidade número dois do dia.

Rafael tomou a liberdade de pôr uma mecha do meu cabelo, atrás da minha orelha, de repente senti um vácuo passar pela minha cabeça e atingi-lo. Primeiramente não entendi o que estava acontecendo, mas depois ficou claro: Rafael estava no chão apanhando de Gabe. Eu poderia e deveria ter feito algo, mas não fiz, depois de uns cinco ou seis socos, Gabe se levantou do chão, ainda olhando para o menino e disse: "Eu te avisei para ficar longe dela". Passou por mim e esbarrou no meu ombro com força.

Não podia acreditar que aquilo estivesse mesmo acontecendo, devo ter entrado em estado alfa, porque não vi o tal Rafael ir embora. Sinceramente não sei o que aconteceu com ele, tampouco vi o tamanho do estrago em seu rosto. Assim que despertei do transe, Ana ligou para o seu pai ir nos buscar.

– O que eles estavam fazendo na nossa mesa? – incrível que de todas as coisas que rondavam a minha mente essa tenha sido a primeira pergunta que fiz. – Digo, o Danny e o Gabe.

O Último BeijoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora