Capítulo 30

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Ana estava encostada no portão da escola conversando com Danny, quando o ônibus escolar nos deixou na Nilo Cairo. A manhã estava ensolarada e acordei mais animada que o normal. O cheiro de Gabe ainda estava na minha pele, detalhe que fazia eu me sentir plena.

– Nossa, Acaiah. Viu um passarinho verde por acaso? – Ana exclamou assim que viu, Danny estava ao seu lado.

– Mais ou menos.

Não conseguia parar de sorrir. Mordi os lábios involuntariamente quando me lembrei de Gabe só de cueca. Talvez tenha sido a palavra "passarinho" que disparou esse gatilho na minha memória, e pensar nisso fez com que, imediatamente, meu rosto ficasse vermelho sangue.

– E aí, Jasmim, dormiu bem? – Foi a vez de Danny perguntar, ele já estava sorrindo.

– Perfeitamente! – respondi. Claro que ele já devia saber que Gabe tinha dormido lá em casa.

– Hummm... Isso tem uma pitadinha de Gabe, por acaso? – perguntou Ana, se divertindo com a situação.

– Está mais para uma colher de sopa cheia... Bem cheia. – rebateu Danny, e os dois riram.

– Engraçadinhos – resmunguei.

– Não seja rabugenta, Acaiah – Ana me provocou mais um pouco.

– Meu anjo, nos vemos depois, certo? – Danny se dirigiu a Ana. Os dois não davam sinal de estarem juntos, mantendo o pedido de Daniel de manter o namoro em segredo.

– Certo – Ana respondeu. Depois que ele se afastou, ela me puxou para um canto e começou o interrogatório habitual – desembucha. Você ficou com o Gabe? – perguntou com a voz baixa.

– Não – disse sem muita certeza se poderia contar a ela ou não.

– Não minta para mim, Acaiah. Esse sorriso só aparece quando tem Gabe na parada – ela falou, enquanto apontava o dedo indicador para mim e batia seu pé direito no chão; uma figura.

– Ok. Ficamos – disse, revirando os olhos e cedendo.

– Eu sabia. Onde? – Ana apertou os olhos de curiosidade.

– Em casa. Ele dormiu na minha cama... Comigo – disse rindo.

– Não acredito!

– Só de cueca...

Estava sorrindo feito criança, não podia contar sobre o motel porque envolveria falar dos caçadores, e isso poderia ser perigoso para ela. Talvez Gabe tivesse razão em não me contar nada, quanto menos soubéssemos menos estaríamos com a cabeça a prêmio, mas achei que falar sobre a noite passada não teria problema.

– Oh meu Deus! Vocês já...

– Não. Ele não quis – eu disse, fazendo beicinho.

– Capaz. O que tem de errado com eles? Ou com a gente? – disse Ana indignada.

– Como assim?

– Porque você não foi a única. Danny disse que só vai fazer sexo comigo depois do casamento... Pense... Do casamento! Uma eternidade! – ela gesticulava feito louca.

– É! – tentei me manter solidária, mas o riso estava entalado na minha garganta. Ana sempre exagerava e falava as coisas de modo tão cômico que era impossível não rir.

O que eu diria depois disso?! Ana tinha 17 anos, entrou depois na escola, graças a Deus, porque se não fosse por isso não teríamos estudado juntas. Mas para casar ainda tinha alguns bons anos. Ela já não era mais virgem e tinha os hormônios à flor da pele.

O Último BeijoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora