Capítulo 12

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– Oh meu Deus, Acaiah. O que houve com você?

– Por que, Ana? Sabia que não devia ter me maquiado... – com certeza estava parecendo uma palhaça.

– Acaiah, você está linda de doer! Quando você se veste de menina, fica linda, amiga. Eu nem passei lápis, vem comigo no banheiro! – fui, literalmente, arrastada ao banheiro e Ana passou gloss e lápis.

– Agora sim, vamos abafar aquela sala. Danny e Gabe já estão lá! – tremi, mas tinha que jogar com as armas certas. Se ele estava me deixando louca, agora eu iria deixá-lo também e não pouparia artimanhas para isso.

Entramos na sala e tudo pareceu muito mais lento do que o comum. Cabeças se voltaram para nós, Gabe estava olhando para mim e seu olhar era um misto de desejo e raiva. Aquilo me fez sorrir um pouco. Algumas pessoas nos cumprimentaram ao cruzarmos a sala. Deixei Ana no lugar dela e fui para o meu. Gabe não tirou os olhos de mim em nenhum momento, fizemos a prova e eu sorria para ela, como uma boba.

Terminei antes da Ana, dessa vez quem não sabia "nadica de nada" era eu, então usei o bom e velho truque do chute, quase virei uma artilheira. Fiquei esperando por ela em frente à sala de áudio; havia umas colunas ali, rodeadas de plantas e flores que escondiam uma linda escadaria. Sentei, me sentindo muito feliz, não conseguia nem disfarçar, tinha vontade de pular de alegria. Gostei tanto da forma como Gabe me olhou! Acabei me deitando para trás, no topo da escada, para ficar repassando aquilo mentalmente. Fechei os olhos e lembrei do seu olhar que parecia querer invadir o meu corpo. Aquilo foi muito novo para mim, a sensação foi incrível. Abri os olhos e notei alguém sentado ao meu lado. Era ele. Quase soltei um grito.

– Gabe! – disse, me sentando e ajeitando o cabelo rapidamente.

Ele me jogou para trás de novo, mas segurou meu pescoço e minhas costas para que não batessem no chão. Gabe se ajoelhou entre as minhas pernas, e se inclinou na minha direção.

– Você. Realmente. Vai. Me. Deixar. Louco! – ele disse pausadamente e ofegando, com os lábios levemente encostados nos meus. – Você é minha. Minha. Só minha. – fiquei arrepiada, braços, pernas, tudo. Ele me beijou.

Sua boca tinha urgência da minha, não foi um beijo romântico, foi um beijo de desejo. Meu corpo pedia aquilo e não queria nem saber se estávamos no meio da escola, se ele me queria ninguém me impediria de querê-lo também.

Nos beijamos da maneira mais intensa e profunda possível, a cada volta que nossas bocas davam eu sentia o calor emanando daquele beijo. Tomamos fôlego nos encarando e retornamos ao beijo mais intensamente que antes. Não sei quanto tempo ficamos ali agarrados nos beijando, mas quando terminou meus lábios estavam amortecidos. Nosso peito subia e descia, e ele olhava dentro dos meus olhos como se pudesse ver minha alma enquanto eu sustentava seu olhar.

– Não consigo te entender, Gabe – sussurrei.

– Não tente – ele sorriu. – Você é linda... A garota mais linda que já vi! – ele disse ainda ofegando, e se sentou mais próximo, um degrau abaixo. Me derreti com suas palavras.

Vi Ana vindo na direção da escadaria. Ela olhou para cima e quando me viu com Gabe ficou sem saber o que dizer. Seus olhos se arregalaram de um jeito muito engraçado.

– Oh... É... Olá! Espero não estar incomodando – Gabe me olhou com um sorriso reprimido esperando que eu dissesse algo, ele gostava de me ver em enrascadas.

– Ah... Não, não está, amiga. – Ainda tinha a respiração pesada e acho que não pareci muito convincente.

– Ok! – ela disse, totalmente sem graça. – Então acho que vou indo.

O Último BeijoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora