Capítulo 29

1.1K 50 14
                                    


Fui para o meu quarto emburrada e ele ficou na sala, levei um travesseiro e uma coberta para Gabe, não podia acreditar que isso estava acontecendo. Eu estava com uma crise de coragem repentina e ele havia dado para trás? Logo Gabe?! Não conseguia dormir, qualquer ruído que ouvia, ficava imaginando se era Gabe mudando de ideia ou se era o tal de Michael querendo me matar, de novo. Duas (longas) horas depois Gabe abriu a porta do quarto com cuidado, e quando viu que eu ainda estava acordada entrou.

Obviamente, ele só vestia uma cueca boxer, claro, porque isso é totalmente normal. Essa era vermelha e branca, com a palavra "Diesel" escrita bem grande. Como eu sabia disso? Bom, porque estava olhando para ela fixamente, com os olhos quase saltando da órbita! Realmente, assim ficava difícil! Reparei que ele estava com o Salém no colo, o que me fez sorrir como uma boba.

– Ele estava sentindo sua falta – Gabe falou, colocando Salém na cama.

– Só ele? – perguntei e mordi o lábio inferior.

– O que você acha? – sua pergunta foi retórica e estava acompanhada de sua cara de cínico apaixonante. Senti meu coração acelerar drasticamente. – Com medo?

Fiz que sim com a cabeça, ficava imaginando se Michael voltaria para nos assustar ou algo pior. Gabe se enfiou debaixo das cobertas comigo. Deitei em seu peito, sentindo sua pele quente encostando-se à minha, como minha cama era de solteiro a presença de Gabe se estendeu por toda ela. Salém se aninhou aos nossos pés.

– Jasmim, esse seu pijaminha é altamente sensual – sabia que ele falava essas coisas para me distrair da tensão, mas e quem disse que eu achava isso ruim?!

– É, Gabe. Talvez hoje eu não seja alguém com as melhores intenções do mundo...

– Não costumo fugir de mulheres mal-intencionadas, mas hoje vou pedir que pare de me seduzir! – ele arqueou uma sobrancelha e sua cara estava divertida, mas aquilo era um balde de água fria, na verdade, quase uma caixa d'água inteira.

– Não? – perguntei olhando para baixo para esconder como aquilo me deixava furiosa, como se minha voz e rosto vermelho não me entregasse. Mulheres? No plural? Mereço!

– Não... – Gabe fechou os olhos e mordeu o lábio inferior para sorrir, sabendo o quanto isso me deixava com ciúmes. Vi em seus olhos quando ele me encarou, que isso o divertia e muito.

– Falou a pessoa que deita comigo só de cueca – disse irritada, o que só serviu para diverti-lo mais. Isso massageava seu ego, e me senti mais brava ainda por fazer seu jogo.

– Ual, alguém está nervosa! – ele disse rindo. Soquei-o na barriga e Gabe caiu na gargalhada.

– Idiota! – disse indignada, mas queria parecer mais brava do que realmente estava. Após vê-lo gargalhar a raiva já havia passado.

– Só existe você no meu mundo agora, minha bravinha – ele segurou meu queixo para que o encarasse enquanto me dizia isso. Continuar brava como?! Isso sem contar o beijo suave que ganhei em seguida.

Então ficamos uns segundos em silêncio; a realidade dos perigos lá fora voltando aos poucos às nossas mentes. Mas, mesmo com tudo isso e todas as incógnitas, me sentia segura com ele.

– Gabe? – o chamei.

– Hum?

– O que estou sentindo? – ele respirou profundamente antes de me responder.

– Paz... – sorri, era isso mesmo.

– Sabia, sabia que era isso... – me virei para poder olhar para ele, me sentindo animada por estar certa.

O Último BeijoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora