Capítulo 16

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Voltamos para a festa, Ana e eu fomos para um lado, enquanto Danny foi para outro. O sorriso no rosto dela era tão grande quanto a minha infelicidade.

Gabe também voltou e ficava me olhando do outro lado da pista de dança, com os braços cruzados no peito, totalmente sexy. Uma coisa eu havia aprendido sobre Gabe, ele reagia a qualquer contato masculino que eu tivesse, já que era assim que ele mostrava alguma emoção, então assim seria, minha tristeza já estava virando raiva.

– Jasmim! – era um menino da sala, mas não lembrava o nome dele.

– E aí? – realmente, eu era muito pateta nesse assunto de paquera.

– Cara, você está linda, muito diferente. No colégio você não é assim!

– Ah, obrigada. – não sabia muito bem o que dizer, Ana dava sorrisinhos, mas não sabia se eram para mim ou Danny.

– Então, quero ficar com você – enquanto processava a informação e me questionava o porquê de os meninos sempre usarem "então" para iniciar uma conversa, Ana segurou meu braço.

– Acaiah, essa não é uma ideia muito boa!

Olhei para onde ela apontava com a cabeça e foi realmente assustador ver como Gabe nos olhava. Danny estava segurando seu braço, falava em seu ouvido, provavelmente tentando acalmá-lo. Sorrir foi inevitável, hoje ele saberia como era ficar no meu lugar. Antes que pudesse responder ao menino, fomos interrompidos, apesar de saber internamente que minha resposta seria não. Não ficaria com ninguém, eu não funcionava dessa maneira.

– Desculpe, posso roubar a moça? – Era Rafael.

O menino não gostou nada da interrupção, mas acabou cedendo, e disse piscando: "conversamos no colégio". Ótimo, agora eu teria mais um pepino na escola para resolver.

– Rafa, você não desiste nunca? – falei com um sorrisinho falso nos lábios.

– De você? Não, nunca! Não é por qualquer uma que apanho do sobrinho do dono da academia de artes marciais no shopping.

– Sinto muito por aquilo. – Era a primeira vez que ele tocava no assunto, mas só consegui focar no "sobrinho do dono". Quem era esse tio e como Rafael sabia disso?! Quis fazer essas perguntas, mas não consegui encaixá-las no contexto da conversa.

– Também sinto. Queria ter te beijado. Toda a dor valeria a pena. – apesar de não estar interessada nele, gostei do que disse. Ele segurou meu rosto e paramos de dançar. Eu estava confusa, começava a me perder de quem eu era por causa de Gabe. – Posso?

– Pode o quê? – eu estava olhando em seus olhos. Rafael não era tão mal assim, mas logo pensei no Gabe e tudo desandou; eu queria estar dançando com ele, queria que fosse ele.

– Te beijar. Posso?

– Rafa, eu não...

– Só um beijo vai? Por favor? – ele disse e fez uma cara tão fofa; eu queria isso, queria alguém que me beijasse em público, sem vergonha de gostar de mim. – Morreria por um beijo seu!

Ele veio para cima de mim rápido demais e me deu um selinho, então o afastei de leve, não conseguiria fazer isso.

– A parte de morrer eu posso resolver para você! – Era a voz firme de Gabe.

Rafael me soltou, dessa vez ele parecia disposto a brigar também, mas intervim nessa palhaçada.

– Gabe, não! – ele me olhou espantado, ergueu as duas mãos em sinal de "lavo as minhas mãos" e foi se afastando devagar, ainda nos olhando. Virei para Rafa.

O Último BeijoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora