CAPÍTULO 52

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Boa leitura!♡

JÁ PASSAVA DA MEIA-NOITE QUANDO  saímos da casa dos meus sogros.

A madrugada estava congelante, era confortante estar dentro do carro apesar das dores aumentarem em uma velocidade irritante. Se elas não pararem de progredir, seria obrigada a estacionar.  

Realmente elas estavam me deixando preocupada, principalmente ao perceber que Lúcia não se mexia já havia um tempo, um tempo bem longo para esta menina inquieta. Mordi os lábios por causa da ansiedade de chegar o mais rápido possível em casa. Enquanto dirigia me controlava para suportar aquela dor que ia e voltava em um período muito curto. 

Eu sobressaltei no banco quando Liu tocou o meu rosto. 

— Alice, está suado. Tudo bem com você? — A voz dele me parecia tão distante.  Eu só conseguia pensar na:

dor

Casa

Cama 

dor, novamente.  

Estava tão nervosa que meu coração parecia sair pela boca a qualquer minuto. Aquilo porém só era o começo do meu desespero quando dei conta que algo tinha saído dentro de mim sem que eu pudesse controlar.  

— Liu. Ou eu acabei de fazer xixi sem perceber  ou a bola amniótica rompeu. — disse desejando que minha voz não tremesse. Não queria demonstrar que estava apavorada. 

— Você está falando que vai ter o bebê agora? — ele me pareceu calmo ao perguntar. 

Eu queria muito estar enganada, mas eu acreditava que estava prestes a dar à luz a minha Lúcia.

— Eu acho que sim, Liu. Vou estacionar o carro. 

— Aqui? — disse ele pesarosamente.

O pânico se instalou dentro de mim, ao perceber que eu tinha que lidar com a minha situação ao lado dele, um homem sem experiência alguma em lidar com mulheres grávidas. 

Pânico

Pânico

Pânico

Respirei profundamente tentando não entrar em desespero. 

— Eu não consigo mais dirigir, estou com medo e sentindo bastante dor cada vez mais. 

Houve uma pausa bastante longa dentro do carro. Acredito que ele estava tentando reorganizar os seus pensamentos e procurando dentro de si mesmo o que deveria fazer naquele momento. 

Eu quis muito chorar, porém me controlei, não era o momento. Lúcia queria nascer e precisava de uma mãe forte e pronta para ela. 

—  Liga para a doutora Mônica, Liu, fala para ela que a gente está indo para o hospital, pois a Lúcia resolveu nascer antes da hora.

— Alice, você só está com sete meses, temos quase dois meses ainda pela frente. — sussurrou com o celular nas mãos.

— Eu sei, mas acontece que a nossa filha não quer esperar mais em um dia, quer nascer de maneira prematura mesmo. 

Com as mãos trêmulas ele digitou  na tela do celular.

— Não era para ela nascer agora. — Liu repetia, enquanto esperava  a ligação ser atendida.

Meu marido gaguejava ao conversar com a doutora, mas conseguiu informar para ela toda a nossa situação.  Mônica nos orientou ir o mais rápido possível para o hospital que ela estaria nos esperando lá. Eu percebi que ela tentou acalmar o Liu.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoWhere stories live. Discover now