CAPÍTULO 25

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Boa leitura!♡


— Alice. — chamou, Liu baixinho.  

— Sim. — responde da varanda.

— Vamos sentar na cama, quero conversar com você.  — eu ainda estava com o roupão quando fui até ele e sentei na cama e logo ele em seguida sentou ao meu lado. 

— A duas semanas atrás, Amanda me ligou falando que sua mãe queria me dar algo para guardar. — eu o olhei sem entender. 

— Eu lhe peço que não fique brava comigo, apenas estava fazendo o que sua mãe pediu em seus últimos dias.  — aquela conversa estava muito estranha, e isso estava me deixando preocupada. 

— Ela me deu uma carta para dar a você logo depois do enterro dela. — Nessa hora eu olho para sua mão e vejo uma folha de papel ofício branca dobrada. 

  Claro que eu não vou ficar brava por ele estar com a carta de minha mãe a mais de duas semanas. Até se eu quisesse não tinha forças. 

— Tudo bem, querido. — fale por fim. Quando eu fui pegar a carta, ele me afastou do meu alcance. O olhei  sem entender.

— Antes de te dar essa carta e sair lhe deixando sozinha com ela, vou ler um trecho do livro de Nicholas Sparks. — eu fiquei esperando ele pegar o livro, mas para minha surpresa ele começou a recitar sem precisar, já tinha gravado em sua mente.

— A vida, entendeu, era bem parecida com uma música. No começo, há mistério e no final confirmação, mas é no meio que reside a emoção e faz com que as coisas todas valha a pena.

   Pela primeira vez em meses, não sentia dor alguma; pela primeira vez em anos, observe as respostas às suas perguntas. Ao ouvir a música que Ronnie havia composto, a música que Ronnie havia aperfeiçoado... — eu prestava atenção em cada palavra, sabia que aquilo teria um significado, não queria deixar nada passar.

— Fechou seus olhos sabendo que tinha terminado sua busca pela presença de Deus.

  Finalmente, havia entendido que a presença de Deus estava em todo lugar, em todos os momentos, e é sentida, em um momento ou outro, por todas as pessoas. Estava nos momentos em que havia trabalhado com afinco na janela com Jonah; estava na semana em que havia passado junto com Ronnie. Estava ali e agora, enquanto sua filha tocava aquela música, a última que iriam compartilhar. Em retrospectiva, perguntou-se como tinha deixado de perceber algo tão incrivelmente óbvio. 

 Deus, entendeu subitamente, era o amor em sua mais pura forma, e nesse último mês com seus filhos, tinha sentido Seu Toque com a mesma certeza de que ouvia a música saindo pelas mãos de Ronnie. 

Ao terminar ele me deu um beijo na testa e logo depois colocou a carta em minhas mãos, eu peguei trêmula. 

— Ao ler essa carta Lembre-se que Deus está em todos os lugares, nós é que não percebemos. Eu creio de verdade que Ele estava lá ao lado dela quando a escreveu, e agora está aqui nesse exato momento. Deus faz tudo para o bem daqueles que o amam. — ele levantou, saiu do quarto e fechou a porta. Como disse que faria. 

Fiquei alguns segundos olhando para aquele papel que tinha sido escrito pela mulher que eu acabei de enterrar. 

Por fim respirei fundo e abri a carta. 

  Alice, filha, tô te escrevendo essa carta porque realmente não tenho coragem de falar o que eu quero, pessoalmente. Sou uma completa covarde, mas eu acredito que você já saiba disso.  Quero te dizer que te perdoo. Mas eu não vou te pedir perdão, mesmo sabendo que deveria.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoWhere stories live. Discover now