CAPÍTULO 5

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Boa leitura!♡

EU ACORDEI um pouco desanimada,  o motivo era que Liu iria fazer uma viagem para se apresentar na Inglaterra, seu lugar de origem. 

Eu já fui  lá com ele brevemente, conhecer algum de seus familiares da parte de sua mãe. Não deu tempo de conhecer muito bem, pois passamos rápido pelo país. 

Acompanhei Liu umas cinco viagens para fora do país, porém dei uma pausa, a gente sempre tinha uma discussão. Como falei, estou bastante ciumenta e muitas mulheres acabam se aproximando dele além do que deveria, e isso nos leva a discutir um pouco, eu discutia. Logo percebi que isso não estava fazendo bem ao Liu, pois ficava sempre ansioso quando alguma mulher se aproximava dele por minha causa e, foi  por esse motivo que achei melhor evitar. O fato de  não  falar outra língua,  também contribuiu. Se eu pelo menos falasse inglês, ajudaria bastante.

—  Eu sei que você ainda está aqui, mas eu já estou com saudade. — confessei logo que ele pegou a mala para colocar perto da porta da sala. 

— Vem cá. — ele abriu os braços para mim.

Nós nos abraçamos apertado. Levantei um pouco a cabeça para selar os meus lábios no de Liu. 

O beijo dele foi acalentador. Doce sem ser incisivo, tão cheio de amor que eu cheguei a gemer. 

Logo após nos separar, Liu beijou a minha testa com suavidade. 

— Te amo. — pronunciei em um sussurro.

— Eu sei. Eu também amo você. 

Depois ele foi embora para mais uma viagem. Não sei até quando iria aguentar vê-lo indo sozinho . Me sinto sempre tão sozinha sem Liu ao meu lado no apartamento. 

Éra apenas 3 dias, não precisa desse drama todo, seu.

A primeira noite sempre parecia uma eternidade sem meu marido ao lado da minha cama. Devo confessar que fiquei tentada a ligar para ele diversas vezes, porém me controlei. Ele não poderia falar comigo sempre que eu sentisse vontade. Liu estava lá a trabalho, tinha os seus compromissos.

No outro dia à tarde estava fazendo sol radiante, liguei para minha amiga, Val, para convidá-la a darmos um passeio no parque que tinha um lago muito bonito. Ela aceitou de cara, já que não estava trabalhando ainda.

— Podemos ir na cafeteria do outro lado mais tarde. — propus para ela ao celular. 

— Definitivamente não. Não estou tomando café ainda por causa da amamentação e não vou ficar vendo você tomando sozinha o pretinho. — rebate um pouco histérica.

— Tudo bem. Sem café, então. 

ESTÁVAMOS sentado em um banco de madeira em frente ao gramado do parque. A grama era bastante verde e tinha muitas árvores. 

Enzo estava em seu carrinho azul marinho depois de mamar bastante, sugou todo leite da minha amiga. 

Ele estava muito lindo!

— Às vezes eu tenho a sensação que eu vou sumir de tanto que essa criança mama. Não é à toa que ele usa tanta fralda, Enzo faz xixi bastante. Você acredita que parece automático? Ele faz xixi, eu troco e na mesma hora já quer mamar outra vez. Ele pensa que eu sou uma fábrica de leite exclusivamente para ele. 

Sorri enquanto ela me contava os seus dramas de mãe. Eu não disse nada a ela, mas eu também acreditava que ela era sim a fábrica de leite do Enzo.

 Val perdeu bastante peso depois que teve ele, porém  eu acredito que é melhor emagrecer do que engordar, e vai ganhar o preso novamente quando ele parar de mamar, provavelmente.

— Deixe de reclamar e aproveite o momento.  — Val revirou os olhos ao me escutou.

— Quando for sua vez, você vai ver. Teve noites em que eu chorei porque não consegui dormir. É muito difícil. 

O Daniel às vezes me ajuda, sabe? Mas ele precisa dormir para trabalhar no dia seguinte.  — declarou ela. 

— Você vai ficar ainda quanto tempo afastada dos desenhos? 

— Eu acredito que não muito. Eu amo desenhar.  — percebi que os olhos dela brilhavam quando falava da sua arte. 

— Arrumar uma babá para o Enzo. 

— Daniel falou que ele tá muito novo para ter uma babá, acredita? — Fez um biquinho ao dizer.

— Eu já estava ciente quando combinamos em ter um bebê, então eu não posso reclamar. —  explica.

Quando o Enzo acordou nós decidimos dar um passeio com ele pelo parque. Hoje tinha bastante criança correndo de um lado para outro.

— Val, quem de vocês decidiu que estava na hora de ter filho? — pergunta curiosa de repente.

Ela estava elegante em um macacão azul claro. 

— Ele propôs, falando que já estava velho e não queria ser um pai avô. Eu acabei aceitando, pois fazia dois anos que estávamos casados de fato.  — dou um meio sorriso.

A Val tem 29 anos e Daniel 40, realmente Já estava na hora dos dois terem um filho. Eu por exemplo, estou prestes a fazer 25 anos e já penso. 

Não que eu queria agora, mas eu já penso. Liu, no entanto, não quer nem falar, o que me deixa extremamente desanimada.

— Vocês já pretendem ter filhos ou tem uma data para isso?  Eu confesso que não quero mais ser mãe, amo o meu filho, mais um para mim está de bom tamanho, agora eu só quero ser tia.

Eu olhei para o lado e vi uma criança pequena toda lambuzada de sorvete, enquanto a mãe  registrava o momento com a câmera do celular. Ela era uma garotinha ruiva que aparenta estar muito ocupada devorando o seu sorvete.

Seria muito bom ter uma garotinha ou um garotinho para eu cuidar e dar o amor que eu não tive da minha mãe. Vê-lo correndo pela casa quebrando as minhas coisas, chamando Liu de papai. Acho que se eu fechasse os olhos  conseguia ver essa imagem bem na minha frente.

— Eu acho que Liu não quer ter filhos, pelo menos agora não. — Bato meus cílios, várias vezes.

— Como assim você acha? Vocês nunca falaram sobre filhos? — Val demonstra surpresa ao constatar. 

— Nunca falamos. Durante o nosso namoro nunca achei necessário, parecia ser cedo demais para pensar e, agora depois que casamos, quando eu falo ele simplesmente muda de assunto. Nunca dá sua opinião. E você sabe, quando Liu não quer falar é melhor não forçar. 

Ela me dá um abraço rápido e nós não falamos mais sobre filhos. Eu acredito que ela percebeu que eu fiquei desanimada com o assunto.

Depois  colocamos um cobertor perto do lago para sentarmos e jogarmos pedaços pequenos de pão. Eu sempre trago um pão do dia seguinte para o parque. Os patos do lago agradecem, e acredito que os peixes também.  

Ficamos conversando até tarde. Eu peguei o Enzo no colo duas vezes. Ele era muito fofo! Dava vontade de apertar e morder sempre.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoWhere stories live. Discover now