CAPÍTULO 30

362 61 30
                                    

Boa leitura!♡

  SABE AQUELES dias que você fica revirando-se na cama porque sabe que, se acordar, vai ter que enfrentar todos os seus problemas? Pois então. Eu estava assim. Queria uma pausa de Liu e todo drama da minha vida. Estar realmente difícil para mim levantar com sorriso no rosto. Perdi minha mãe, tive uma gravidez inesperada, e o marido que ainda não aceitou o fato de que vai ser pai. 

Eu era forte, mas eu estava cansada! Tantas coisas acontecendo em tão pouco tempo. Agora para completar, Liu ignora todas as vezes que eu tento conversar sobre o nosso bebê. Ou ele simplesmente muda de assunto, ou se faz de surdo, ou pior, sai do cômodo que estamos e me deixa conversando sozinha. E por falar em sozinha, é como estou me sentindo ultimamente. Meu marido me evita sempre que pode, isso me magoa demais. 

Igual uma gata manhosa me levantei da cama e me espreguicei alongando todo meu corpo já em pé. De repente uma ânsia enorme invade o meu estômago me fazendo correr para o banheiro. Desesperada e com os olhos cheios de lágrimas abri a tampa da privada e me inclino sobre ela colocando  para fora um líquido esverdeado. Que nojo! 

Isso se repete várias vezes, mesmo eu não tendo absolutamente mais nada para pôr para fora. De tanto forçar sinto dor na minha garganta que queima. Desesperada e já sem fôlego choro. 

— Alice, tudo bem? — escuta a voz do meu marido atrás de mim. 

   Quando eu tento responder vem mais uma fez aquele embrulho no estômago, e automaticamente meu corpo responde tentando colocar o que não têm para fora. 

Eu fico assim por mais algum tempo até que Helena vem ao meu socorro com um pacote de bolacha de água e sal para mim. E sem pensar duas vezes eu coloco a bolacha toda na minha boca, mastigando rapidamente antes da ânsia de vômito voltar. 

— Ei, vá com calma. — Liu pediu ao meu lado passando a mão nas minhas costas. 

 Eu como toda bolacha suplicando a Deus para que dê certo. 

— Vocês não precisam se preocupar que enjoo matinal é normal na grávida. Eu vou descer, se precisar é só me chamar. 

  Antes dela ir embora eu pego mais uma bolacha por precaução e enfio ela na boca enquanto Liu fica me olhando um pouco espantado. 

— Será que se eu for escovar os dentes agora à vontade de vomitar voltará? — perguntei, e repente ele me parecia perdido em seus pensamentos. 

— Não sei, nunca precisei lidar com uma  grávida e acreditava que nunca precisaria. — como ele era grosso, já estava de saco cheio com seus modos.

— Eu sei, você deixa isso muito claro todos os dias para mim. Só queria teu apoio nesse momento. Eu não engravidei de propósito. 

— Como não? Nem faz muito tempo tinha falado que queria ter um filho.  — eu estreitei os meus olhos para ele o observando com atenção. Não imaginava que ele achasse que eu tivesse realmente engravidado de propósito. 

— Se você parasse para conversar comigo eu explicaria tudo como aconteceu. — Pego minha escova de dente de cor branca e coloco o creme dental exageradamente.

— Eu vou descer, se precisar de mim é só chamar. — diz já indo embora. 

Furiosa, eu bati a porta do banheiro com força. Sozinha começo a chorar enquanto escovava os meus dentes. 

Eu tinha vontade de gritar um monte de coisa para ele, porém me controlava. Não queria parecer egoísta, hipócrita, já que eu casei sabendo que seria difícil a relação com um autista. Sem saída respiro fundo e tentei encontrar força para prosseguir.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoWhere stories live. Discover now