CAPÍTULO 33

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Boa leitura!♡


 QUANDO CHEGAMOS enfim no último degrau, eu soltei a mão dele. Liu abriu a porta colocando os pés para fora permitindo que a chuva o envolvesse em um abraço molhado. Eu receosa fiquei o observando. Ele já tinha se afastado um pouco de mim, olhos agora fechados com o rosto elevado para o céu, estava entregue aos pingos grossos da chuva. Fiquei rindo como boba olhando para o meu marido que parecia uma criança na chuva. Parecia que nunca tinha feito aquilo.

Como eu e Liu evoluímos. Claro que temos  ainda um longo caminho para percorrer. Mas eu aprendi que o amor é paciente, não dar desculpas. O amor trabalha para fazer a diferença no casamento. Ele não traz desculpa traz a solução. Como meu marido mesmo disse: Vamos enfrentar cada espinha que a “Rosa” tiver. Eu estou disposta. E lembrar que ele ficava rígido na minha presença me fazia rir.

No tempo de Liu, ele vai permitindo que eu entre cada vez mais em seu mundo. 

Volto dos meus devaneios quando ele se aproxima de mim e chacoalha o seu cabelo fazendo os pingos de chuva molhar o meu rosto. Levanto a minha mão para proteger dos pingos. 

— Não faz isso! 

  Ele está totalmente molhado, irresistível com os cabelos um pouco grandes. Isso me faz lembrar que preciso lembrá-lo de cortá-los.

— Vem, Alice, compartilhar da chuva comigo. Temos que aproveitar já que esse fenômeno não acontece todos os dias. Chuva é benção, sempre que ela passa, faz algo novo nascer na terra. Imaginou se não chovesse? Como é que a gente poderia cultivar os nossos alimentos? As flores jamais poderiam florescer sem ela, ou mesmo nascer. Vem, vamos mostrar ao Criador o quanto estamos gratos por ela. 

Fiz uma careta franzindo o nariz não gostando da ideia do Liu, ele imita minha careta me deixando apaixonada com a sua careta linda.

  Estou tão feliz que ele voltou a ser o meu Liu de novo.  Eu gosto quando nós dois estamos confortáveis um com outro, não como se andássemos sobre casca de ovo com medo de fazer algo desagradável. A Bíblia nos ensina que no amor não há medo; antes o perfeito amor lança fora o medo. 

— Vem comigo? — pede erguendo sua mão. Fico olhando para sua mão estendida. Abro um largo sorriso que provavelmente poderia gerar mais energia do que uma usina elétrica quando decido ir, colocar a minha mão na sua. 

Eu estremeço assim que os pingos da chuva de agosto caiam sobre mim, molhando todo meu corpo. 

— Relaxa, Alice, e fecha os olhos. — pede achando tudo engraçado, seus olhos brilham e dançam com alegria. Meu menino da chuva. Faço uma careta.

Ele passa a mão em seu cabelo que insiste em grudar em sua testa com sorriso radiante. 

— Fecha e sente. 

— Sente o quê? — pergunto sem entender parada debaixo da chuva. 

— sentir Deus. Você não consegue senti-lo em meio a este fenômeno? Porque eu sim, por mais que a ciência tenta explicar por outros viés, isto aqui…— ele ergue a palma da mão para cima e colhe um pouco da água nela. 

— É obra de Deus, ele que deu a ordem para que ela chovesse no seu tempo. E quando chove depois de vários dias de um sol forte eu sinto que é o Seu cuidado por nós. 

— Sim, é verdade. é que às vezes eu não paro para pensar muito sobre isso. — confesso. 

— Pois deveria.

Eu sei que eu deveria, todos nós deveríamos parar um pouco e pensar como Deus nos ama e demonstra isso todos os dias. O ser humano é tão insensível que não percebe.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora