CAPÍTULO 32

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Boa leitura!♡

 DESLIGO O CELULAR e me rende a realidade de que Liu não irá atender. Eu não deveria nem ter tentado, quando ele está na ONG normalmente esquece de tudo fora daquelas portas. Seguro com as pontas dos dedos o celular enquanto batia na palma da minha outra mão, pensativa. Temos terapia amanhã, ele provavelmente vai tentar fugir, como sempre. Faça uma careta ao pensar sobre isso. Meu marido é tão teimoso, igual uma mula quando empaca. 

Coloco a mão no pingente que papai me deu enquanto mordo o canto dos meus lábios pensando em quem ligar para comprar um pote de sorvete. Sinto água na boca só de pensar. Eu poderia comprar, porém estava me sentindo indisposta. Só em pensar que tinha que me trocar, me cansava. Ter que colocar o sutiã me desanima. Nunca fui de ficar sem sutiã, porém agora grávida não tenho vontade de usar. Os meus seios estão bem doloridos ultimamente e por causa disso não sinto  vontade de colocar. Nunca pensei que seria uma grávida preguiçosa. Liu falou que eu estou mais preguiçosa do que já era. Um insulto da parte dele. Apesar de estar mesmo preguiçosa, bastava chegar às 20hs que os meus olhos pesavam pedindo descanso. Porém mereço um desconto, ter que levantar várias vezes durante a noite é irritante, cansativo. Meu celular bipa e na tela  vejo o nome da Amanda. Atendo animada com a possibilidade dela poder comprar o tão desejado sorvete de pavê. 

— Oi, Amanda! — falei animada.

Oi. Que empolgação! Não sabia que eu era tão desejada.

— Só estou com saudade. — mente descaradamente. Eu estava com saudade dela, porém a empolgação era pela possibilidade dela poder comprar o sorvete. 

Sei. Vou fingir que acredito em você. Liguei para avisar que estou indo visitá-la. Hoje estou de folga. — queria gritar de alegria com essa notícia, mas me controlei.

— Que notícia maravilhosa, Amanda. Aproveita que você já está vindo para cá, compra um sorvete para mim de pavê lá na lanchonete do Zeca? Quando você chegar eu te dou o dinheiro. 

— Aaaa. Eu sabia que essa empolgação toda não era de saudade. Então esse ser pequenininho aí na sua barriga já está ditando o que você vai comer? — pega no pulo do gato me calei

— Relaxa, eu vou comprar para você. Eu sei o que você está passando. E nem precisa me dar o dinheiro, é o meu presente de tia, o primeiro deles.  — fico aliviada por ela não levar para o lado pessoal. Realmente estava com vontade.

Fiquei surpresa e feliz quando Amanda chegou. Foi bastante rápido. Logo reparei que ela estava muito bonita, diferente de um tempo atrás quando estava bem abatida. Vestia-se uma calça jeans bem colada ao corpo na cor azul-clara, uma blusa verde que valorizava o seu decote, mas não de uma maneira exagerada. Tiro minha atenção dela quando Elias corre e me dá um abraço apertado. 

— Tia, Lice, a senhora vai ter um bebê? Mamãe me contou! 

— Vou sim. Ele tá dentro da minha barriga, só que ele é muito pequenininho ainda. —falei mostrando o tamanho com os dedos próximo ao meu rosto.

— Que maneiro! Eu queria que mamãe tivesse outro bebê, mas papai disse que não quer. Falou que eu já dava trabalho por dois. — eu contraio a boca segurando um sorriso enquanto olho para minha irmã que revira os olhos. 

— E dá mesmo! — Amanda confirma fazendo um cafuné em sua cabeça. 

— Eu não dou, não. Faça o trabalho da escola, tomo banho na hora certa, como as comidas horríveis que vocês pedem. — caiu na gargalhada com Elias.  

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoWhere stories live. Discover now