CAPÍTULO 57

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Boa leitura!♡

O TILINTAR DO SINO TODA VEZ  QUE era aberta a porta da floricultura sempre vai me lembrar daqueles filmes românticos antigos. É algo bem automático dentro do meu cérebro, entrei, lembrei dos filmes.

— Oiiiii. — Amanda gritou de maneira exagerada chamando atenção dos clientes para minha direção. Lucy estava bem aconchegada com a cabeça apoiada em meu peito pendurada no canguru.

Como eu percebi que ela estava ocupada atendendo a clientela, fui para os fundos da floricultura, sentar em um banco. Fiquei brincando com Lucy. Levantava as minhas mãos ao rosto, cobrindo como se estivesse me escondendo e todas as vezes que escondia o rosto perguntava onde estava a mamãe,  depois tirava as mãos ao dizer que ela achou quando os seus dedinhos tocavam nelas. Minha filha liberava uma gargalhada de bebê que derretia qualquer coração gelado, era tão fofo.

— Obrigada, volte sempre. — Amanda disse ao atender o último cliente.
Ao chegar perto de mim  pegou a Lucy nos braços e encheu de beijos. 
— Cadê a bolsa? Você nunca saiu sem a bolsa enorme desde que a Lúcia nasceu. Até parece  um mini quarto lá dentro. — revirei os olhos com o exagero da minha irmã.
— Você é tão exagerada. Eu sou apenas uma mãe preparada, sempre levo comigo lenços umedecidos, mamadeira de água, uma muda de roupa caso a dela se suje. Mordedor, cobertores, fraldas, essas coisas de criança.
— Como eu falei, um mini quarto ambulante. Quando eu saía com Elias, só levava uma mamadeira de leite, outra de água e duas fraldas, uma delas era de pano. — enquanto falava ela brincava com a sobrinha.
— Sou uma mãe muito preparada como falei. Está no carro, qualquer coisa eu ligo para o Túlio, trazer aqui.
A minha garotinha soltou um grito agudo e bateu no rosto da tia. Amanda fez cara feia ao sentir a dor.

— Não pode bater no rosto — repreende a minha filha olhando nos olhos.
— aaaaaaAAAH — declarou Lucy, não gostando de ser repreendida.
— Essa criança está ficando muito rebelde,  já quer fazer o que quer. — contei frustrada, para minha irmã que ria da situação.
— Até que enfim que você tá andando de motorista. Sinceramente eu achei que o pobre homem iria ficar desempregado, você não queria aceitar que ele dirigisse para você.

Eu relutei realmente, achava muito estranho um homem desconhecido dirigindo para mim.

— Tive que ceder, Liu ameaçou  demiti-lo. Não querendo deixar ele desempregado aceitei —  Amanda prendeu o braço de Lucy quando ela tentou mais uma vez bater em seu rosto.

Não sabia mais o que fazer para ela parar com aquilo, faltava apenas cinco dias para o pai dela chegar. Ele não iria gostar nada.

— É desumano deixar um gato daquele desempregado. — Ela abanou o rosto com uma das mãos ao falar. Amanda não tinha jeito. Ri com as suas bobagens e Lucy me acompanha mesmo sem entender.

Aproveitei que estava na floricultura e escolhi alguns arranjos de flores para decorar o apartamento. Falei para ela fazer a entrega no dia da chegada do Liu.
Quando Amanda fechou a loja, fomos para um café na mesma rua.

— Se você se sentisse diminuída por Liu por qualquer coisa, diria? — sentada com Lucy no colo ajeitei o laço em seu cabelo que estava torto. Ela reclamou, não gostando.

Amanda tomou um pequeno gole de café que estava em uma xícara branca de porcelana enquanto olhava para mim.

— Que conversa é essa agora, Alice? — Me perguntou com os olhos semicerrados.

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora