CAPÍTULO 34

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     Boa leitura!♡


   ESTOU JOGADA no sofá com as pernas em cima do colo de Liu enquanto ele lê a sinopse do filme que escolheu para gente vê.

— Em um mundo onde é possível entrar na mente humana, Cobb (Leonardo DiCaprio) está entre os melhores na arte de roubar segredos valiosos do inconsciente, durante o estado de sono. Além disto ele é um fugitivo, pois está impedido de retornar aos Estados Unidos devido à morte de Mal (Marion Cotillard). Desesperado para rever seus filhos, Cobb aceita a ousada missão proposta por Saito (Ken Watanabe), um empresário japonês: entrar na mente de Richard Fischer (Cillian Murphy), o herdeiro de um império econômico, e plantar a ideia de desmembrá-lo. Para realizar este feito ele conta com a ajuda do parceiro Arthur (Joseph Gordon-Levitt), a inexperiente arquiteta de sonhos Ariadne (Ellen Page) e Eames (Tom Hardy), que consegue se disfarçar de forma precisa no mundo dos sonhos. — ao terminar ele não diz nada, enquanto eu fico o olhando por baixo dos meus cílios. 

— Então a gente vai ver esse? 

  Ele se remexe de maneira        desconfortável.    

— Liu. 

— Por quê? Você acha que eu não consigo entender um filme desse porte? 

O quê?

—  Não foi isso que eu falei. Vai começar a colocar palavras em minha boca? — falei um pouco alterada. 

— Desculpe. Nós vamos ver sim este filme.  — ele foca na grande TV enquanto fala.

Fico olhando para o seu perfil impassível. Balanço a cabeça descontente.

— Ok, mas antes você poderia fazer um favor de pegar um pouco de sorvete? 

— Sim. Onde está? — a sua pergunta me dá vontade de rir.

— No forno. — digo com sarcasmo segurando uma gargalhada. 

Eu realmente me arrependo da brincadeira quando ele se levanta e vai até a cozinha ao encontro do sorvete no forno. Ele não percebeu mesmo que eu estava brincando.  Agora estou constrangida.

— Alice. — me chama da cozinha e é impossível não soltar uma gargalhada. Coloco a mão na boca para abafar, porém é impossível. 

— Não é legal se divertir às custas dos outros. — ao escutar isso sorriu mais um pouco.

— Rindo de mim? Além de ficar preguiçosa a gravidez a deixou insensível. Não gostei. E isto é algo literal. — falou para mim entregando o pote de sorvete junto com uma colher. 

— Me desculpa, Liu. Não é certo o que fiz. Mas eu realmente não achei que você iria levar a sério a brincadeira. 

— Acreditei, por ser um bobo, nunca mais faça essas brincadeiras ridículas comigo, odeio quando fazem isso. E vindo de você fica bem pior. — Engulo em seco e qualquer vontade de rir desaparece.

Pulo do sofá e vou até Liu quando percebo que ele vai subir as escadas. Nossa, Lincoln ficou mesmo chateado.

— Liu, me perdoa? — foi para frente dele bloqueando a sua passagem. 

  Ele fecha os olhos enquanto o maxilar fica rígido. 

— Por favor, meu amor. — suplico colocando minhas duas mãos em seu rosto. Ele suspira.  

  Eu não sabia que ele era tão frágil assim. Eu achei realmente que ele iria levar na brincadeira. 

— Tudo bem. — se rende tirando minhas mãos dos seus rosto me encarando por um breve momento. E sinto um grande alívio quando Liu volta para o sofá. 

Depois do ocorrido desagradável causado por mim estamos sentados juntinhos no sofá enquanto assistimos o filme. De vez em quando eu vou até o meu pote de sorvete para ver se ele está um pouco descongelado pois ele ficou igual uma pedra.  Estou assistindo o filme junto com Liu, mas ele é muito difícil de entender. É um tal de sonho dentro de outro sonho, fica bastante complicado. O filme basicamente  passa o tempo todo no mundo dos sonhos. Além da mulher do protagonista já morta que consegue persegui-lo mesmo no sonho de outra pessoa. É bastante complexo para minha cabeça. 

— Liu, você está entendendo o filme? Eu estou um pouco confusa. — falo olhando para o seu rosto enquanto ele fica hipnotizado na tela.

— Alice, como explica Cobb no filme, eles querem inserir uma ideia com sucesso, e para isso é preciso fazer com que o alvo tenha aquela ideia por si mesmo, o que exige criar situações que o levariam a pensar daquela forma, plantando memórias falsas na vítima. E para isso eles usam um sonho. No entanto, há dois problemas: a ex-esposa de Cobb, que costuma aparecer em seus sonhos e atrapalhar suas operações, e o fato de que o alvo da vez teve seu subconsciente treinado para combater tentativas de invasão. Esse fator faz com que a equipe dele encontre resistência já no primeiro sonho e então decidem entrar em outro sonho, dentro do primeiro e assim sucessivamente, até resolver o problema é conseguir implantar a ideia desejada. Essa é a base do filme. — ele fala tudo isso muito concentrado nas últimas cenas. 

— Se a mulher dele tá morta, porque ela aparece nos outros sonhos junto com a equipe? — fica olhando hipnotizada para Liu. Fica tão lindo concentrado no filme!

— Sim, a mulher dele está morta, porém eles estão dentro de um sonho, não é algo real, então ele acaba inconscientemente levando ela também para esse sonho. É por isso que no começo do filme ele fala para a arquiteta que vai construir o cenário dos sonhos que não quer saber dos detalhes por causa da sua mulher.  Pois se ele souber ela também saberá, Já que é tudo fruto da consciência dele.  — tive vontade de perguntar mas sobre o filme, porém fiquei com vergonha de parecer muito burra. A parte que ele me explicou eu consegui entender, porém tem muita coisa confusa ainda, e olha que o filme nem acabou.

 Depois eu irei assistir novamente junto com a Val para ela me ajudar entender melhor. Ela é sempre boa em me explicar as teorias dos filmes e eu nunca me sinto burra ao sempre questionar por cada cena do filme que não entendo.

— Toma o sorvete, eu acredito que esteja bom. 

Pega o sorvete que está com uma textura boa. Enfio a colher toda dentro do pote e colocou depois na boca. 

— Humm. — solta um gemido de satisfação. Que delícia!  

Coloco mais outra colherada na boca. 

— Liu, prova, está muito bom! — levo a colher a sua boca e ele aceita, porém não para de olhar a TV. Liu gostou mesmo do filme. Dei de ombros e voltei a tomar o sorvete que estava incrível. 

E tomei uma, duas e três e parei quando  meu estômago começou a revira dando os primeiros sinais  de alerta de que algo  não terminaria bem. Eu sou teimosa e encho mais uma colher de sorvete e quando eu vou colocar na boca sinto um calafrio e uma bola bem grande querendo subir para minha garganta. Sem opção soltei o sorvete e corri para o quarto com a mão na boca direto para a privada, praticamente me joguei em cima dela coloco para fora todo o sorvete.  

— Alice. — ele me chama já ao meu lado. 

Sem forças para nada me sento no chão e me  arrasto  até o outro lado me encostando na parede. Meu marido se senta ao meu lado me surpreendendo. 


— Talvez não tenha sido uma boa ideia você ter tomado aquele sorvete. — percebo preocupação em sua voz. 

— Você acha? — Minha cabeça está um pouco zonza e eu me sinto esgotada. 

— Acho. — ele olha para o alógico conferindo as horas. — Já passou da hora da gente jantar. — Só pensando em comida meu estômago dá um embrulho.

— Eu não vou conseguir comer agora, Liu. Pode jantar sem mim. 

— Eu vou mandar Helena trazer para o quarto, não vou comer lá embaixo sozinho.  Você está pálida precisa deitar. 

Eu estou me sentindo muito enjoada,  escovei rapidamente os meus dentes e permite que Liu me coloque na cama. Antes mesmo da comida dele chegar ao quarto foi lançado rapidamente para um sono profundo. 

Meu Anjo Azul #2/ Segunda EdiçãoWhere stories live. Discover now