Sonho ou Realidade?...

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Anastácio acordou dolorida e piscou com a luz do sol em seu rosto. Devia ter dormido bastante na caverna atrás da cachoeira pois já devia ser mais ou menos meio dia e ela dormira desde o pôr do sol do dia anterior.
Ela deu um grito assustado e balançou os braços quando se ergueu e viu que estava sentada em cima de algo vermelho a centenas de metros do chão, e voava um pouco mais devagar que um avião pequeno.
   —Waaahhah!— ela soltou outro grito e se agarrou em qualquer lugar quando viu que era um dragão e um garoto estranho a segurava por trás. Ela devia estar sonhando. Com certeza aquilo era um sonho, ela sempre tinha sonhos estranhos.
Anastácio esperava acordar uma hora, então não falou nada durante todo o tempo e deixou a aventura acontecer. Mas as horas passavam e aquilo não ia embora, muito pelo contrário, parecia cada vez mais real. O garoto lhe fazia perguntas e ela respondia sem se importar e logo teve certeza de que aquilo não era sonho.
Mas quando pensou melhor, realmente não tinha como ser um sonho, desde o começo era tudo muito real e detalhado, nítido demais para ser apenas sua cabeça.
Quando o sol já se punha no horizonte ela perguntou ao garoto:
   —E onde estão os outros Cavaleiros? São muitos?
   —Eles estão espalhados pelo seu mundo. Vamos encontrá-los nos portões da Terra da Geada. Até lá aguente firme, vai ter alguns inimigos.
Anastácio o encarou do jeito que sempre encarava as pessoas.
   —E como você sabe que vai ter inimigos? 
Ele sorriu, o que ela não achou nada adequado à situação, e disse:
   —Sempre tem. Nunca se deve baixar a guarda, nem no lugar mais seguro dos Quatro Reinos. Sempre haverá inimigos.
Ela se arrepiou ao ouvir aquelas palavras. Será que essa Terra da Geada era mesmo como aqueles filmes medievais com dragões e elfos, com traições e batalhas épicas?... Ela estava ansiosa e ao mesmo tempo com medo de ir pra lá, e mais ainda de ter de viver lá para sempre.
Jack se segurou na sela de repente quando Syla fechou a asa esquerda pela metade, cortando para baixo e esquerda, no momento em que várias flechas negras e ásperas dispararam em sua direção.
Anastácio soltou um grito e tampou a boca com a mão que não segurava a sela do dragão.
Seu estômago revirou com a repentina descida e mudança de direção e ouviu Jack gritando:   
   —Citras!
O enorme dragão de seu mestre rugiu abocanhando várias das criaturas estranhas e chifradas com grandes asas de libélula, armados com arcos e flechas negras.
   —O que estão fazendo aqui tão longe? Edward desembainhou a espada  após Jack ter atirado com seu próprio arco e ganhando tempo para  o seu mestre.
   —Nos impedindo de chegar à Terra da Geada com os jovens Cavaleiros. —disse o mestre rangendo os dentes. Um outro rugido - mais grave que o de Garra de Prata - veio de trás deles e Anastácio se virou para ver o que era, mais um monstro talvez, mas em vez disso ela viu um dragão, menor que Garra de Prata e maior que Syla, com escamas azul-real brilhando no sol de fim de tarde.
O dragão se aproximou em alta velocidade e Anastácio pôde ver seu Cavaleiro com mais nitidez. Era uma mulher, o que surpreendeu Anastácio, e tinha cabelos longos e prateados, um florete largo na mão esquerda e um escudo redondo e brilhante nas costas. Atrás dela na sela estava um garoto de mais ou menos dezesseis anos se segurando com força no dragão.
O rosto da Cavaleira estampava a mais pura diversão quando seu dragão azul passou como um furacão por Syla e se lançou em cima dos Citras que iam ficando cada vez mais, conforme chamavam seus colegas.
   —Dina! —exclamou Jack com um sorriso e preparou várias flechas no grande arco. Anastácio se segurou mais uma vez quando o dragão vermelho disparou para o lado para ajudar na batalha, mas Edward gritou para Jack:
   —Jack, vá na frente com a garota, não é seguro se envolver na batalha com ela!... 
Surgiam cada vez mais Citras, para cada um que morria surgiam mais dois.
Anastácio acreditava que eles conseguiriam depois de chegar a outra Cavaleira com um sorriso louco no rosto, se lançando em cima dos Citras com seu dragão azul.
As criaturas eram bem rápidas e ágeis, e atiravam várias flechas de uma vez só, mas os dragões tinham escamas resistentes e uma tonelada a mais de força, além de cuspirem fogo.
Devemos estar chegando perto dos portões. Disse o dragão vermelho e Anastácio se assustou ao ouvir sua voz ressoar em sua mente. Vamos encontrar os outros .
O coração de Jack estava aos pulos quando seu mestre gritou:
   —Vá com Anastácio Jack! Nos encontramos nos portões, você sabe o caminho!
Anastácio viu as flechas de Jack zunindo pelo ar e Syla se afastou rapidamente da luta deixando os outros dois para trás. Ela perguntou mais pra se acalmar do que outra coisa:
   —Eles vão conseguir, certo?
   —Sim. Eles sempre conseguem com Dina por perto. Vai dar tudo certo. — ele respondeu, mas parecia tentar mais se acalmar do que responder a pergunta dela.
Depois de umas duas horas de vôo, eles encontraram mais dois Cavaleiros com seus dragões, uma fêmea verde esmeralda e seu Cavaleiro era um homem de aproximadamente vinte anos com uma enorme espada na cintura; e um roxo escuro com um homem mais velho nas costas, talvez uns cinqüenta anos.
Atrás do primeiro, o do dragão verde, estava uma garota que parecia ter uns treze ou quatorze anos e seu rosto estava vermelho de tanto chorar.
Anastácio acenou pra ela e sorriu, mas a garota contorceu o rosto e começou a soluçar, virando-o para o outro lado.
Não me surpreende ... Ela pensou com pena da garota. Ela foi tirada de sua família e está sendo levada para um lugar estranho... Pra mim não foi tão ruim... Minha mãe nunca foi exatamente legal comigo e eu sou aventureira...
Bem, não se podia chamar aquilo de fácil. Foi duro, mas suportável.
O Cavaleiro piscou para Jack e riu:
   —Encontrou uma namorada Jack?
Anastácio não viu a expressão do garoto, mas supôs que ele tenha avermelhado ate a raiz do cabelo, pois o Cavaleiro começou a rir mais ainda.
   —Não, não, essa é Anastácio. Ela é a garota de Zimäh. —respondeu Jack rapidamente e riu pra disfarçar.
Ela se perguntou o que seria Zimäh pois o Cavaleiro imediatamente ficou com uma expressão respeitosa no rosto. Jack se virou e explicou:
   —Zimäh é o nome do seu dragão.
Então ela se lembrou do nome, o dragão misterioso.
   —Bem vinda, Anastácia. Meu nome é John. É uma honra te ter conosco. Essa é Keysin.
E deu um tapinha no pescoço do dragão verde.
Anastácio acenou timidamente e balançou a cabeça.
   —D-deixa disso. Eu que deveria estar honrada...
Não diga isso. Uma voz feminina surgiu em sua mente, que quase a fez cair da sela.

E ae pessoas queridas. Gostando? Curte/comenta? Valeu vcs são minha força não parem de ler por favor. ;D

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