Prova - parte IV

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Anastácio nunca lamentou tanto por ter cabelo ruivo. A cor laranja-viva parecia chamar a atenção da Sakï e ela ignorava Zimäh vendo a criatura de juba ruiva como seu oponente. A serpente atacava e cuspia ácido, se erguendo furiosa à frente de Zimäh tentando atingir a garota, mas uma hora Zimäh pareceu ficar com raiva de estar sendo ignorado, e deu um rugido ensurdecedor, lançando a serpente longe com uma patada feroz, ao mesmo tempo abrindo uma brecha na defesa do oponente. Anastácio vendo a oportunidade desembainhou a faca de caça e a lançou com toda sua força na direção da Sakï e logo em seguida pegou as facas duplas do cinto, no momento em que a outra atingiu a mandíbula do monstro.
Zimäh escancarou a boca e cuspiu um jato de fogo na Sakï, envolvendo-a por pelo menos cinco segundos. Mas quando parou o monstro havia sumido, e Anastácio arregalou os olhos ao olhar pra trás e vê-lo disparar em sua direção, desviando por pouco de um jato de ácido que saiu de sua boca.
Num movimento rápido ela lançou as facas duplas, deixando-as escapar de suas mãos ao mesmo tempo. A da direita atingiu seu alvo, que era o olho da serpente, fazendo-a gritar e lançar ácido enfurecida. A outra passou perto, mas errou o alvo e se cravou na parede da arena, do outro lado.
Plano B. Disse Zimäh cerrando o maxilar. Anastácio saltou da sela e a cauda do dragão se enroscou em sua cintura, lançando-a por cima da Sakï para o outro lado da arena, o suficiente para que ela alcançasse a arma cravada na parede. Numa patada violenta Zimäh afundou a cabeça do oponente no chão, perfurando as escamas com as garras, e quando se ergueu novamente o público gritou quando Anastácio girou no ar tomando impulso, e atacou a nuca da serpente com a pequena faca. Segurando-a com as duas mãos Anastácio cerrou os dentes e uma onda de energia atravessou seu corpo até os braços, onde segurava a faca cravada na nuca da Sakï, transformando-se numa coluna vermelha de fogo e poder, atravessando-a imediatamente.
Anastácio mal aguentava o calor do poder em seu rosto e soltou a faca, se segurando para não demonstrar falta de controle quando a coluna de poder aumentou, rachando o chão da arena e fazendo a barreira mágica de proteção nas arquibancadas tremular azulada, transformando o monstro em cinzas. De uma vez, parou o fluxo de poder, no momento em que atravessou a proteção mágica, sentindo pontadas de dor nas costas e nos ombros ao forçar a energia poderosa ao fim.
Com uma rajada de vento a coluna de poder se desfez, deixando o monstro derrotado à vista, junto à garota ruiva parada no meio da arena e seu dragão prateado. O público urrou nas arquibancadas, aplaudindo e gritando como num estádio de futebol, admirando a jovem parada na arena lá embaixo, de cabeça baixa e pernas trêmulas deixando a onda de aplausos e gritos cair sobre si. De repente o mestre de guerra se levantou e esmurrou a balaustrada do camarote, rugindo para o público:
SILÊNCIO!!
O público se calou num piscar de olhos mergulhando a arena em silêncio, e Yuzai olhou para a garota ruiva lá embaixo. Ela estava imóvel e de cabeças baixa, tornando difícil ver seu rosto e o dragão Zimäh encarou o mestre de guerra quando ordenou silêncio. Algo estava errado com a garota.

Anastácio sentia seu corpo leve como se flutuasse, sua mente parecia nublada enquanto lutava contra a inconsciência, ela ouvia vagamente vozes gritando e algo batendo, mas o som chegava aos seus ouvidos como se estivessem debaixo d'água. A batalha havia acabado, então quem tinha vencido? Pelas vozes parecia que ela havia derrotado a Sakï com aquela rajada de fogo e poder que saíra de seu controle, mas então tudo havia ficado embaçado de repente.
Lentamente seus olhos se mexeram, o portão de onde seus amigos e mestres podiam vê-la parecia muito mais distante do que quando adentrou a arena e ela não via ninguém lá. Tudo estava vazio, e uma pequena voz no fundo da cabeça de Anastácio dizia que ela precisava voltar. Mas voltar pra onde..?
Anastácio arregalou os olhos e se ergueu. A arena estava vazia, tudo que podia ouvir e sentir era um retumbar intenso, como se as batidas de seu coração fossem transmitidas por enormes caixas de som. Então o som voltou de repente aparentando ter o dobro de intensidade do que antes, os murmúrios nas arquibancadas, os chamados de Zimäh em sua mente, Edward gritando seu nome e os passos do mestre de guerra ao descer a escada para a arena explodiram em seus ouvidos.
No momento em que os olhos da garota ameaçaram se fechar e seu corpo perdeu a força por completo, John surgiu ao seu lado e segurou-a pelos ombros antes de cair, no mesmo momento em que Yuzai pisou na arena. Zimäh rugiu preocupado, mas a mão erguida do mestre de guerra o impediu de ir até lá e John levou a jovem guerreira para fora.
A arena foi limpada e consertada com encantos de recuperação, e a próxima luta se iniciou; as gêmeas e seu dragão de duas cabeças contra dois Citras, que, porém, eram pelo menos o dobro do tamanho dos que haviam visto até agora.
Jenny e Kenny, depois de ver as lutas de Jack e Anastácio, queriam acabar com aquilo o mais rápido possível e decidiram ir direto aos ataques mágicos mais eficientes que conheciam até então para por um fim rápido à luta.
Assim que o portão abriu, os Citras libertados levantaram vôo chiando para o dragão e suas Cavaleiras. O público vibrou quando as gêmeas não perderam um segundo de tempo, lançando, perfeitamente sincronizadas, suas facas de caça para o alto, atingindo os Citras em lugares distintos; logo em seguida foram envoltos por uma coluna de fogo cada um das duas cabeças de Aska e o dragão decolou ficando à altura dos Citras, que se recuperavam do choque.
Kenny segurou a mão da irmã gêmea e juntas proferiram um encanto de nível médio, invocando raios da mão livre, paralisando os monstros por alguns instantes, suficientes para acabar com a luta com o próximo encanto. As próximas palavras e duas espirais de fogo azul neon atingiram os monstros, deteriorando-os num instante e suas cinzas se desfizeram com o vento, arrancando gritos e aplausos completamente surpresos do público e do camarote real.
—Mas o que diabos..?! —Yuzai estava boquiaberto, assim como a Rainha e a Princesa, encarando o sorriso vitorioso duplo lá embaixo, enquanto as duas aprendizes trocavam um soquinho. A luta havia acabado em menos de dois minutos.

Eeeeh..
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