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Os passos dos guardas ecoavam nos corredores, e Luana olhou para o relógio pendurado acima da porta da sala do trono. Era quase meia noite. Ela não conseguia dormir, preocupada com a equipe que devia ter chegado a cavalo, um dia depois dos Cavaleiros. Apesar de terem passado apenas dois dias, ela não conseguia fechar os olhos.
Abriu os olhos, até então fechados, ao ouvir passos rápidos no corredor, e as portas do salão abriram. O homem que entrou era o mensageiro da corte, Wallace, um homem baixo e magro, de uniforme verde escuro.
   —Alteza! —ele se ajoelhou, com um envelope na mão direita, e estendeu o papel.
   —Wallace. O que houve?
   —Alteza, eu estava voltando de Tiira, e no caminho... N-no caminho encontrei a equipe de acompanhamento de vossos Cavaleiros, Alteza...
Luana se endireitou no trono quando ouviu o mensageiro.
   —A guarda da Base? O que houve com eles?
O mensageiro estava tremendo da cabeça aos pés e disse gaguejando:
   —A-Alteza, eles f-foram massacrados. E-e aparentemente num piscar de olhos.
Luana apertou os braços do trono com força, imóvel. A cena do massacre da pequena tropa apareceu em sua cabeça, e de repente lembrou da aprendiz que ainda não fora escolhida por nenhum dragão. Ela estivera viajando com a pequena tropa a cavalo. Estava morta...
   —Como...? O que aconteceu..?
Wallace abaixou a cabeça temeroso, continuando a olhá-la com os olhos pra cima.
   —A-Alteza... Eu encontrei uma carta de Sir Malafar na cena d-da batalha.. Aparentemente foi escrita no momento de morte de Sir...
   —Me mostre! —ordenou, interrompendo o mensageiro e ele se encolheu, entregando-lhe a carta em suas mãos.
Sir Malafar era um importante guerreiro na Base dos Cavaleiros de Dragões, cabo da guarda real que trabalhava para Edward e os Cavaleiros. Ele liderara os quarenta homens a cavalo para o castelo, que levava suprimentos e armas, e a garota sem dragão, Mei.
Após ler sua carta, Luana ficou ainda mais confusa com o ataque. A mensagem dizia que a tropa estava a poucos km de Sília quando ocorreu o ataque. Estavam armados, no caso de uma batalha teriam vencido, mas não foi o que aconteceu. Quando perceberam, o atacante já havia matado a retaguarda da formação e avançou direto para o centro do grupo, onde estava a garota.
... O atacante estava sozinho, mas não era um mago, estava tampado por túnicas negras e uma máscara de metal em forma de um animal, que não pudemos reconhecer. Estava armado com espadas katana, e os homens estavam mortos antes que se pudesse mexer um músculo...
As mãos de Luana tremiam ao ler a carta. Aquele trecho da mensagem era o que mais chamava atenção, ela não conseguia entender como um atacante sozinho havia matado um grupo de quarenta homens experientes. Mas o que principalmente chamou sua atenção, foi o guerreiro que matou o grupo:
"...estava tampado por túnicas negras e uma máscara de metal em forma de um animal, que não pudemos reconhecer. Estava armado com espadas katana..."
Luana ficou um bom tempo observando o papel. A descrição do atacante lhe era familiar, e ela batucou o braço do trono nervosa. Seria o Rebelde Solitário..? Depois de anos lutando contra os rebeldes que ansiavam em derrubar o reino, finalmente Luana e Kassandra haviam conseguido capturar os aparentemente invencíveis rebeldes, e colocar na prisão mais segura da Terra da Geada: os Calabouços de Saphira, uma prisão subterrânea construída a séculos por fadas, que guardava os piores magos das trevas, ladrões, bandidos e traidores dos Quatro Reinos. Fora uma grande vitória, mas o líder dos rebeldes ainda andava por aí, era o pior deles, mas esteve desaparecido nos últimos dois anos. Pelo que parecia ele havia voltado, mas não se podia ter certeza, ainda mais com os servos de Saguhr em todo lugar.
   —Convoque os Cavaleiros. Quero uma reunião agora.
Wallace reverenciou-a e saiu apressado do salão, batendo as portas com um estrondo.
   —Alteza... —Luana olhou para o lado, onde Fahd estava em pé ao lado do trono. O conselheiro não a olhava nos olhos. —Você acha que é ele?
   —Eu não sei. Não podemos saber, pode ser qualquer servo de Saguhr.

Cavaleiros de DragõesWhere stories live. Discover now