Cavaleiros de Dragões

Começa o jogo!

Anastácio se agarrou com toda força em um espinho das costas do dragão quando ele decolou. Nunca havia voado sozinha, muito menos sem sela, o que era dez vezes mais difícil do que ela imaginava.
Segure-se com as pernas. Aconselhou Zimäh, e Anastácio seguiu desesperada para não cair no chão, que se distanciava cada vez mais.
Chegue mais pra frente, sente exatamente na pequena depressão entre meus ombros e se segure nas escamas maiores do meu pescoço que parecem feitas pra segurar.
Anastácio entendeu o que ele queria dizer quando chegou pra frente com dificuldade. Onde antes estava sentada estavam os músculos das asas, que mexiam conforme Zimäh as batia e por isso ela tinha dificuldade de se manter ali. E as escamas de que ele falara pareciam mesmo para segurar. Na verdade poderiam ser chamadas de placas, por serem tão grandes. Saíam do peito e se curvavam até a nuca formando um perfeito apoio.
Quando viu que Anastácio se segurava, Zimäh encolheu as asas e se deixou cair ouvindo o grito assustado de sua Cavaleira. Abriu-as de repente e disparou para cima, atravessando as nuvens de onde podiam observar toda a floresta, a colina onde se encontraram pouco antes, a vila e a base. Lá encima ele permaneceu de asas abertas, planando calmamente entre as nuvens, o amanhecer refletindo em suas escamas prateadas e Anastácio olhando maravilhada para aquilo tudo, apesar do medo que ainda sentia.
   —Incrível... —Sussurrou. Zimäh deu um rugido baixo atraindo sua atenção e advertiu-a para se segurar. Desceu novamente para a floresta e pousou numa clareira com um lago e uma linda cachoeira ambos de água maravilhosamente cristalina, e pedras escuras formavam uma meia caverna um pouco atrás da cachoeira. Ele entrou na caverna e se abaixou para deixar Anastácio descer.
Eles já estão saindo da base. Vai ser divertido depois que você se acostumar a voar rápido.
Anastácio olhava para as coisas espalhadas na caverna oculta, mas bem iluminada, espadas, moedas, panos e muitas outras, e parecia insegura.
   —E-eu não sei... Edward não ia gostar, vai achar que eu... Sei lá, eles não vão gostar.
Não precisam. Disse Zimäh e Anastácio o encarou. Vai ser divertido brincar um pouco com eles, por que enquanto você se diverte, pra eles vai parecer o que eles imaginam: que eu estou atacando você, que estou te devorando ou seja lá o que eles pensem.
Anastácio pensou e teve de admitir que ele podia estar certo, mesmo ainda tendo um pouco de medo do grande dragão. Seria engraçado.
   —C-certo. —Ela disse e Zimäh bufou contente.
Bem... Digamos que eu te hipnotizei a se virar contra eles comigo...
Anastácio franziu as sobrancelhas.
   —Desde quando dragões podem manipular mentes?
Zimäh ficou calado por alguns segundos e decidiu contar.
Eu sou um dos únicos com essa habilidade. Fiz com você ontem para que dormisse e não voltasse para a base. Você teria voltado, certo?
   —A-ah, bem... Sim.
Não importa. Digamos que você se juntou a mim contra eles sob hipnose. Pegue qualquer espada, você vai ficar elegante.

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Edward e os outros saíram da base com seus dragões e armados depois que o grupo de busca não voltou. Como líder ele era obrigado a fazer de tudo para resgatar um aprendiz de Cavaleiro nem que tivesse que matar o dragão raptor (contudo, por fazer isso ele seria inevitavelmente punido e rebaixado para vice líder) e liderar ele mesmo os Cavaleiros ou a guarda real na missão.
Edward suspirou. Quando chegaram no início da floresta ele se virou para os quatro Cavaleiros que o acompanhavam.
  —E lembrem-se que Zimäh não é um dragão com quem se queira brincar. Sigam o plano como foi conversado.
Eles assentiram sérios; todos sabiam como era o dragão prateado e ninguém queria ter de se meter com ele.
Os dragões levantaram vôo e se separaram, cada um em direção a um possível lugar onde ele poderia estar. Enquanto isso no antigo vulcão da floresta, apagado a centenas de anos e servindo apenas de caverna para animais ou ladrões, um dragão prateado de aparência ameaçadora com uma garota ruiva esperava ansiosamente a brincadeira começar.
Edward escutou o rugido de longe e soube que tinha sido visto pelo dragão, e avisou Garra de Prata para seguir o plano com cuidado.

∆

As gêmeas Jenny e Kenny haviam conhecido seu dragão, um negro com linhas azuis correndo pelas escamas e onde começava o pescoço, eram dois, um dragão de duas cabeças.
No momento recebiam instruções de como montar rápido e seguro, e como colocar a sela corretamente. Depois de algum tempo treinando, Sam, que as treinava no lugar de Shilamir, liberou-as para descansar.
Ficaram conversando horas com o dragão, Aska, até que viram a garota mais nova que estivera com Anastácio, aparentemente bem solitária e se despediram de Sam após decidir fazer companhia a ela.
   —Ei! —Chamou Kenny que era menos tímida. Elas aceleraram o passo e alcançaram a garota.
   —Qual seu nome?—Kenny perguntou estendendo a mão. —Muito prazer, Kenny e Jenny.
   —Meu nome é Mei.
   —É bonito. —disse Jenny sorrindo e a garota sorriu de volta timidamente apertando a mão estendida de Kenny.
   —Obrigada..
Jenny sorriu e estendeu a mão assim como a irmã fazia sempre. Estava disposta a fazer companhia a Mei.
De repente Kenny se inclinou para o lado, aparentemente interessada em algo atrás de Mei. A garota percebeu seu olhar curioso e abaixou o rosto quando Jenny perguntou o que era.
—N-não estranhem, eu tenho isto desde que nasci...
Ela se virou e as gêmeas olharam surpresas para a fina cauda que se agitava abaixo da saia que Mei usava, preta e lisa com a ponta no formato parecido a uma pétala de flor.
—Como a gente nunca viu isso? —perguntou Kenny estupefada com a nova descoberta e Mei riu de sua expressão, dizendo:
—Bem, eu escondia quando a gente ainda tava no nosso mundo, mas Edward disse que eu não devo escondê-la aqui.
Jenny soltou um Ooh de quem entendeu o sentido da vida e disse compreensiva:
   —Então é por isso que você andava tão estranho, por falta de equilíbrio por sua... Cauda, estar escondida!

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Voltei a publicar, haha! O que acharam?? Espero que tenham gostado, eu achei esse capítulo meio sem graça no final, mas me faltava inspiração...
Bem, continuem lendo e por favor não esqueçam de curtir e sintam-se à vontade para deixar críticas e comentários!