Rumo à Tiira

2.4K 281 13
                                    

Anastácio se olhou no espelho uma vez, antes de pegar sua bolsa e sair do quarto. Naquela manhã, a Princesa havia enviado ao castelo armaduras oficias de uniforme para os jovens aprendizes. Tinham agora uma armadura completa para a batalha que se aproximava, com espadas e escudos todos iguais, com a insígnia do reino gravada no metal, e um capuz que dava para fechar até a metade do rosto.

A armadura das garotas tinha uma "meia saia" de couro fino com peças de metal, que deixava apenas a parte da frente aberta. Essa era a única coisa que as diferenciava dos garotos, além da cor, que neles era couro preto sob o metal reluzente, e nas garotas era marrom claro.

Quando saiu do quarto, ela deu de cara com Edward, também de armadura completa, que a esperava ao lado da porta. Ela parou, e o mestre sorriu, oferecendo-lhe o braço para que o acompanhasse.

-M-mestre? - ela perguntou quando Edward guiou-a pelo corredor largo.

-Quero ter uma rápida conversa com você. Lembra do dia em que você e Zimäh "brincaram" conosco? Naquele dia, quando Seth atacou vocês com seu raio, você se defendeu com um escudo...

- A-ah... Eu me lembro sim...

Anastácio abaixou a cabeça constrangida, mas Edward riu e disse:

-Isso não importa mais, está tudo bem. O que eu queria saber era: Onde você conseguiu aquele escudo e se ainda o tem.

- Bem, Zimäh me deu ele... Acho que ainda posso encontrá-lo, mas está na Base...

Edward assentiu, coçando o queixo pensativo e então parou, soltando o braço de Anastácio.

- Tudo bem. Eu queria saber, por que aquele escudo é uma arma poderosa. Esse tipo de arma foi destruído há milênios atrás, quando houve a Guerra Sombria, a guerra entre dragões e todas as outras raças. Se encontrar novamente seu escudo, guarde-o com atenção, Anastácio. Pode ser o último e se ele se perder, nunca mais veremos outro.

Anastácio engoliu em seco e assentiu com a cabeça, colocando a mão no peito, em respeito. Edward sorriu e correspondeu ao gesto, acompanhando-a depois para fora do castelo, onde estavam todos os outros. Jack e Syla estavam ao lado de Zimäh, todos os três de armaduras deslumbrantes. Todos os dragões usavam armaduras reluzentes, assim como seus Cavaleiros, e presa à sela de Garra de Prata estava uma enorme lança, com a bandeira da Terra da Geada: Um dragão branco enroscado numa rosa.

Apenas Zimäh usava uma armadura negra, e Anastácio se perguntou o motivo, quando ele disse:

É a marca de um Cavaleiro de dragão mago, a armadura negra mostra que há um mago no grupo, não importa se cavalo, dragão ou outra criatura. Ela é da época em que Ivan ainda estava vivo... Era um mago como você.

E-entendi... Essa armadura não te trás más lembranças?

Não.

A-ah.. Okay então...

Anastácio se puxou para a sela, que era diferente de sua sela habitual. Também consistia numa peça de armadura, porém no formato perfeito de uma sela, e parecia menor, o apoio para os pés era mais em cima e havia um apoio estranho para os braços na frente.

Edward pigarreou e disse em voz alta para os Cavaleiros:

-Atenção! A partir de agora temos de estar preparados para todo tipo de perigo: o inimigo está em todo lugar. O objetivo no caminho para Tiira não é apenas chegar vivos; nós temos que evacuar as cidades mais próximas das montanhas, para o caso de a batalha tomar um mal rumo e o inimigo passar da barreira que as montanhas do norte formam entre a Terra da Geada e as terras abandonadas do norte.

Todos já estavam montados, e ao sinal da trompa prateada de Edward, os dragões levantaram vôo. Garra de Prata foi como sempre à frente de todos os outros, formando a ponta da formação. Logo atrás vinham Shilamir e Persiana, depois Kady, Dina e John. Os aprendizes formavam a reta-guarda, com o dragão de duas cabeças das gêmeas por último.

O vento frio ardia na pele, e Anastácio puxou o capuz para cima da cabeça, fechando-o até o nariz. As estações do ano naquele mundo pareciam ter uma ordem totalmente diferente do mundo humano, estavam no meio do ano e ficava cada vez mais frio. Quando perguntou à Zimäh, este respondeu:

O inverno aqui é quase constante, a Terra da Geada é o reino mais ao sul dos Quatro Reinos então está frio praticamente o ano todo. Pra vocês deve ser bem estranho, né?

Pois é.. Anastácio sorriu; ainda tinha muito que aprender na Terra da Geada.

De repente uma explosão ecoou abaixo deles que fez Zimäh balançar no ar e Anastácio se agarrou na sela segundos antes de cair. O dragão foi lançado violentamente pelo ar e os outros sumiram de vista entre a fumaça e o fogo, Anastácio só ouviu alguns gritos e rugidos, um deles de Zimäh, que retomava o equilíbrio com dificuldade. O dragão prateado oscilou no ar, então fechou as asas e disparou para baixo, na direção de onde tinha vindo a explosão. No momento certo esticou as garras e apanhou Dina no ar, antes que caísse na floresta lá em baixo, agora em chamas.

Anastácio ouviu o grito de Edward avisando a presença de inimigos, e o zunido de flechas sendo atiradas, estava cega de pânico se agarrando com todas as forças à sela quando ouviu a voz de Zimäh na mente:

Anastácio, use magia! Os inimigos estão logo a frente!

Não! Ela retrucou assustada. Eu não tenho controle sobre meu poder!

Eu te ajudo, anda! Quando eu disser já, dispare para a frente!

M-mas como?!

Dá um jeito, você consegue!

Anastácio sentia como se seu coração fosse romper o peito a qualquer instante quando Zimäh contornou a fumaça negra que emergia das árvores, e logo pôde ver os outros mais acima. Seth recuperou sua Cavaleira Dina e se juntou à batalha, Jack estava mais no alto, atirava várias flechas de cada vez, e Anastácio se surpreendeu ao ver Kenny em pé atrás dele, proferindo encantos que disparavam na direção dos amigos protegendo-os dos ataques inimigos. Todos os outros lutavam com formas escuras irreconhecíveis, e encantos negros pareciam vir de algum lugar da floresta.

De repente Zimäh rugiu um e a garota voltou os olhos para a frente desesperada. Uma criatura negra de asas de libélula gigantes e chifres na cabeça voava em sua direção com um arco armado com flechas negras estranhas, um Citra, pelo que Anastácio se lembrava.

Meio que inconscientemente, o braço dela se ergueu e Anastácio sentiu um formigamento no estômago. Sua espinha pareceu esquentar, a sensação subiu até o braço e então até a ponta dos dedos, onde se formaram pequenas esferas de luz roxa que aumentavam e pareciam sugar o ar à sua volta. Anastácio recuou o braço assustada com aquilo, e a magia desapareceu.

O que você--

BOOOOOOOMMMMM!!!

Uma luz roxa intensa surgiu no meio da batalha causando uma enorme explosão e cegando-a, fazendo Anastácio quase ser arrancada da sela e Zimäh fechou as asas se deixando cair velozmente na direção das árvores longe do fogo. A explosão roxa balançou a copa das árvores e a última coisa que a garota ruiva viu foi o corpo prateado de Zimäh acima dela, antes de tudo se apagar.

Hello galera...

Um aviso, rapidão: Pode ser que tenha faltado explicação em alguns cap. anteriores ou tá meio confuso, mas eu vou reler tudo ainda depois de terminar e consertar o que tá errado e o que tá faltando, então vou dar uma revisada geral depois de terminar de publicar... Se os que já leram, quiserem ler de novo ( e tiverem paciência) seria legal, se não, tudo bem também kkk n obrigo ninguem a ler d novo por causa de alguns consertos. Então é isso, até a próxima <3

Cavaleiros de DragõesTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang