Entre Dragões...

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Anastácio quase caiu da sela e olhou para o dragão verde esmeralda.
   —A-ah, prazer Keysin... Meu nome você já sabe né...
Ela não fazia a menor ideia de como falar com um dragão, já que eles não falavam, digamos assim, fisicamente, e sim telepaticamente...
John conversava alegremente com Jack e Anastácio se perguntou por que o outro Cavaleiro estava tão depressivamente quieto. Ela perguntou baixinho para Jack e ele chamou o outro, cujo dragão era roxo:
   —Ei Sam! O que houve com você?
Anastácio ainda observava maravilhada o dragão roxo, que tinha uma cicatriz feia por cima do olho direito. Suas escamas tinham uma cor realmente bonita, um tom azulado de roxo.
Olá, meu nome é Pikan... Ele disse; sua voz era incrivelmente grave e ao mesmo tempo melódica. Você é a nova Cavaleira de Zimäh, estou certo?
Anastácio sorriu e fez que sim com a cabeça.
Ele não é tão mal... Continuou Pikan. Basta entendê-lo.
Anastácio sorriu, ainda pensando no que escutara mais cedo de Jack e não sabia em quem acreditar.
   —Hã... Eh, o que aconteceu com seu Cavaleiro?... —ela perguntou o mais baixo possível para não parecer intrometida para o Cavaleiro grisalho.
é a segunda vez que nós perdemos um jovem Cavaleiro numa missão dessas. Ele morreu antes que se pudesse fazer algo.
Anastácio ficou em silêncio; o mesmo poderia ter acontecido a ela no ataque dos Citras. Uma flecha até chegara a raspar sua pele, que começou a formigar horrivelmente e depois de alguns minutos começou a arder e doer com força.
Anastácio só não queria falar nada com Jack por que não queria que o garoto ficasse ainda mais  preocupado, já tinha coisas suficientes com que se preocupava.
Depois de mais ou menos uma hora o sol se pôs e os dragões pousaram para descansar numa ilha de um rio largo.

Os Cavaleiros acenderam duas grandes fogueiras  e o líder, Edward, disse para os aprendizes recém adotados\encontrados que descansassem um pouco.
O nome do garoto que a Cavaleira de cabelo prateado Dina, havia encontrado era Patrick, mas ele era bem fechado, talvez tímido, e não estava disposto a conversar.
Anastácio foi para perto da garotinha que tinha visto com o Cavaleiro John e, pedindo para se sentar ao seu lado, perguntou o que havia.
A garota no começo disse nada, mas logo se abriu com a ruiva quando viu que tinha um pouco de consolo. Talvez a garota ruiva até pudesse ajudá-la...
Anastácio entendeu o que a garotinha queria antes que esta dissesse exatamente e tentou convencê-la do contrário.
   —Veja bem... —disse Anastácio com um sorriso acolhedor e abraçou os ombros da garota. —Eu já descobri por conta própria que aqui não é o lugar certo pra nós... Apesar de eu não ter sido buscada tão nova quanto você, mas aqui é muito perigoso.
A menina virou o rosto e as lágrimas ameaçavam vir de novo. Pessoas mais velhas nunca a entendiam, sempre faziam o que era certinho...
   —Eu entendo você. —Anastácio disse e a garota a olhou de repente, já quase gritando que Anastácio não entendia, quando esta disse:
   —Eu pensaria da mesma forma e tentaria fugir se eu tivesse uma vida legal como a sua.
A garota fechou a boca. Ficou encarando a garota ruiva sem saber o que dizer. A garota ruiva colocou a mão na frente da boca como se fosse contar algum segredo a ela e disse em voz baixa:
   —Eu realmente não estou ansiosa para morar num lugar estranho e sob vigia desses Cavaleiros, mas...
A garotinha a olhou com novo interesse.
   —Mas o quê?
   —Eu adoro aventuras. Não consigo ter suficiente delas, e... —ela olhou para Jack e deu uma piscada para a garotinha. —...Aquele Jack é maior gatinho não acha?
A garotinha imediatamente fechou a cara e Anastácio começou a rir e deu um peteleco em sua testa; disse ainda rindo:
   —Eu estava brincando! Hihi, como você é engraçada!
Aquilo atraiu a atenção de Jack, que olhou pra onde estava Anastácio, a garotinha e Patrick, e a menina mais nova avermelhou até a raíz do cabelo.
   —Humpf...
Anastácio cutucou-a, voltando sua atenção pra si e disse:
   —Além disso, nós temos uma a outra, certo?
A garotinha sorriu pela primeira vez e acenou com a cabeça, mas ficou com a expressão interrogativa de repente.
   —A propósito... — a garota disse e Anastácio olhou pra ela. —Qual seu nome?
   — Anastácio. —Ela sorriu e por alguma razão a menina começou a rir. Enfim disse entre risinhos:
   —M-mas é um nome masculino...
A risada parou de repente quando ela olhou para a garota maior e esta a encarava com expressão malévola.
   —Parece que você pode ser bem abusadinha quando quer.... Isso quer dizer que posso te dar uns tapas... Se necessário, não acha?...

Cavaleiros de DragõesWhere stories live. Discover now