Prova - parte II

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Kassandra observava à luta concentrada e interessada, quando viu a alguns metros de distância, a Princesa Luana entrar no camarote acompanhada de sua jovem conselheira. A Princesa se acomodou ao seu lado, ainda vestida com a armadura e a capa púrpura de batalha, e a rainha reparou uma espada elegante e de aparência ameaçadora na cintura da filha, que nunca tinha visto antes. Supôs que era a nova arma que a jovem ferreira havia criado, com um poder mágico próprio suficiente para substituir um mago, tornando-a um oponente perigoso. Era a arma perfeita para Luana, que havia perdido toda a magia presente em suas correntes de energia.
Luana deu um pequeno aceno com a cabeça para Yuzai quando se sentou, e logo passou a olhar a luta.
O garoto não era ruim, porém seu nervosismo provavelmente o tornava pior do que realmente era. Até certo ponto ele estivera em vantagem, lutando ao mesmo tempo com seu dragão e confundindo a criatura, mas em um momento da luta o monstro pareceu entender o estilo de luta dos dois, e deu um jeito de fazer para um ou para o outro ficar impossível atingi-lo sem atingir o companheiro. Certamente os dois se comunicavam mentalmente durante a luta, pois seus movimentos eram sempre de acordo com os um do outro, e o dragão parecia estar tentando segurar a criatura por tempo suficiente para que o garoto pudesse tomar alguns metros de distância.
Luana se perguntava o que o garoto estaria guardando na manga, e quando agiria. Até então não havia usado um único encanto, e seus movimentos demonstravam visivelmente que estava começando a cansar. A criatura ao contrário, ficava cada vez mais forte; e aquele era o problema.
Jack estava cada vez mais fraco, seu coração martelava contra o peito, de desespero e de cansaço, mas o monstro parecia cada vez mais forte. Syla não estava tão cansada, e atacava com cada vez mais frequência e violência, até que conseguiu os pequenos segundos de que Jack precisava. Os olhos de Jack analisaram como um raio a batalha entre o dragão e o monstro, a posição em que se encontravam e o ângulo perfeito para o ataque que planejava. O mundo pareceu ficar em câmera lenta por um momento, no qual Jack embainhou a espada e puxou o arco de batalha que manteve pendurado nas costas. Escolheu três flechas da aljava e segurou uma quarta entre os dentes, que tinha uma ponta diferente, mais longa e mais pesada, com um cabo mais grosso.
A multidão vibrou  e o mestre de guerra arregalou os olhos quando o monstro golpeou Syla no peito e rápido como um raio se virou para Jack, lançando uma rajada de espinhos em sua direção, que certamente o teriam matado. Com um salto mortal, Jack desviou dos espinhos e atirou as três flechas de uma vez dizendo em voz alta"Nàviska!"; as três flechas tremeluziram e se transformaram em cobras negras, que se cravaram com os dentes afiados no pescoço do monstro, soltando seu veneno mortal no corpo da criatura. Enquanto isso Jack apareceu do outro lado e atirou a flecha que segurara entre os dentes no único lugar vulnerável da pele coreácea, no pequeno espaço entre um espinho e outro em suas costas.
O monstro rugiu de agonia, parecendo ainda mais furioso do que antes e soltou um grito de quase estourar os tímpanos. A bola da ponta de seu rabo atingiu as costelas de Jack em cheio e sua pata cheia de garras longas e afiadas esmurrou o maxilar de Syla fazendo-a bater contra a parede. Depois de alguns instantes o monstro pareceu dominado pelo veneno das cobras negras, e caiu no chão com um uivo de raiva e agonia e o público gritou e aplaudiu.
Luana ainda olhava pasma para a arena quando os guardas encarregados tiraram o garoto inconsciente da arena e ajudaram Syla a se erguer. A Princesa sorriu abismada e pensou com uma sobrancelha erguida:
Então o forte de Jack se resumo ao arco.. Certamente a nota dele não será muito boa por conta da derrota, mas ele acabou virando o jogo com aquele simples encanto.. Me pergunto o que Yuzai está pensando.
O monstro foi retirado da arena e o sangue que escorrera pelo chão foi limpado, preparando o campo para a próxima batalha. Luana olhou de lado para sua mãe, trocando algumas palavras em voz baixa com Yuzai, e então para o próximo portão de ferro que guardava a próxima luta. Este, ao contrário dos outros, era um monstro escolhido por Luana. Ela sabia a ordem das lutas e esperava um grande resultado do próximo a entrar na arena: a garota ruiva, mais nova maga celestial da Terra da Geada. Anastácio não era uma exímia estrategista, mas Luana observara a garota algumas vezes em seus treinos com a espada e reparara que seus movimentos apesar de bem agressivos eram bem calculados e imprevisíveis.

Anastácio agarrou a grade com força de olhos arregalados quando Jack embainhou a espada e puxou o arco das costas. Segundos depois a luta havia acabado com Jack no chão da arena de um lado, Syla do outro e a criatura no meio. No momento em que o rabo cheio de grilhões acertou as costelas de Jack, o público soltou um "uuh.." doloroso e Anastácio gritou, tampando os olhos.
As gêmeas correram para perto quando os guardas saíram da arena carregando Jack numa maca, e Anastácio o encarou com expressão assustada. Jack estava de olhos semi abertos e deu um sorriso dolorido quando viu a garota, falando quase num sussurro rouco:
—Eu.. Venci..
Anastácio soltou um suspiro trêmulo e colocou as mãos no rosto respirando fundo.
—Seu louco! —disparou. —O que eu faria se você tivesse morrido?! Por que não tentou pelo menos usar um encanto mais... Mais.. Aaah!
—Está tudo bem Anastácio. —Disse Edward agora, se aproximando dos jovens. —É melhor se preparar, a próxima luta é a sua.
Anastácio ficou pálida e se virou como um raio para Zimäh, parado a alguns metros de distância dos aprendizes, junto a Aska e Mauk.
A arena tinha uma entrada que se parecia com um pequeno túnel com um portão levadiço de grades, onde os competidores esperavam para entrar na arena, e uma entrada para o público com uma escada que levava às arquibancadas.
Anastácio, Edward, as gêmeas e Patrick com seus dragões esperavam no túnel a vez de cada um, e a garota ruiva montou seu dragão quando Edward disse:
—Faça o que Jack fez ao entrar na arena, cumprimente primeiro a rainha e o mestre de guerra, que se encontram exatamente acima do portão de ferro. Depois cumprimente o público. O seu oponente irá sair da porta de ferro à esquerda ali. —Edward apontou para o portão de ferro e então deu um soquinho no ombro de Anastácio e acenou com a cabeça para Zimäh. —Boa sorte.
—Vai com tudoooo!! —gritou Kenny quando o portão se abriu, e Anastácio se virou na sela para dar um sorriso confiante à amiga.
Poderia até estar com uma expressão confiante no rosto, ou estar nervosa com todo o público e a presença da rainha. Mas na verdade Anastácio estava cagando para tudo que acontecia à sua volta; sua atenção se fixava no grande portão de ferro fortificado à sua direita, que escondia seu oponente naquela luta.

Acho q esse capítulo ficou meio sla, eu n gostei muito do jeito q as coisas acontecem, mas tá aí. De qlqr jeito, depois q eu terminar d publicar eu vou revisar tudo mais uma vez e melhorar algumas coisas, entt 😝
Enfim, se gostou dá aquela estrelinha q ajuda p caramba e etc etc até a próxima! ^^

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