O mago das trevas

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O ferrão de escorpião passou a centímetros do rosto de Anastácio quando ela pulou para longe de Kallah. O garoto-escorpião rosnou e agarrou o braço dela novamente, segurando seu pescoço com a outra mão e aproximou o rosto:
   —Fique paradinha, Anastácia... Assim não vai se machucar! —Anastácio gritou quando suas garras perfuraram sua pele e sentiu como se chamas percorressem seu braço, queimando-a lentamente enquanto Kallah aproximava o rosto demoníaco cada vez mais..

                        ⏳  

John agarrou Jack pelas costas da blusa e o jogou por cima do ombro depois de embainhar a espada e saltou para uma árvore no meio do pântano, reclamando:
   —Você é muito lerdo!
Jack soltou todo o ar de seus pulmões quando caiu no ombro de John enquanto este corria pelas árvores como se sempre tivesse feito isso.
   —Por que nã-ão cham-mamo-s Sy-yla? —Perguntou Jack aos sacolejos no ombro do Cavaleiro e este tampou sua boca, rosnando ao seu ouvido:
   —Cala boca! O pântano inteiro pode te ouvir, e a não ser que queira nossa presa fugindo com Anastácio... —John se interrompeu e saltou para o chão tirando o rapaz do ombro, e apontou para frente.
O garoto estava com uma aparência assustadora, suas mãos eram garras negras e um enorme rabo de escorpião saía de suas costas, se movendo de um lado ao outro emitindo estalidos nojentos.
Anastácio parecia ter esquecido tudo que aprendera nas aulas de magia e defesa, estava imóvel. Jack olhou pasmo para John.
   —Por que ela não reage?!
   —Ela está presa. Veja o que ele está fazendo. —respondeu, tirando a espada da bainha, e Jack fez o mesmo. —Quando eu der o sinal você ataca pra distraí-lo, eu vou pegar ele de surpresa.
Antes que Jack pudesse protestar, o Cavaleiro correu para a escuridão e apareceu em cima da árvore em que Anastácio estava encostada. Kallah parecia fazer alguma magia hipnótica que prendia Anastácio no lugar. O coração do garoto estava aos pulos, até que John deu o sinal.
Jack correu por entre as árvores altas do pântano, mas o chão molhado fazia barulho em suas botas e o mago negro logo o percebeu.
Olhando em volta, Kallah viu Jack no momento em que apareceu com a espada na mão e a apontou pra ele.
   —O que pensa que está fazendo, seu inseto?
Kallah sorriu com o insulto e a voz trêmula do garoto, mas segurou Anastácio pelo rosto com as garras, o ferrão venenoso a centímetros de seu pescoço.
   —Veio salvar a donzela? —perguntou com desprezo. Jack estremeceu. Onde estava John?

Do alto da árvore era possível ver cada detalhe da batalha e com um simples salto John poderia matar o mago. Mas a partir do momento em que seu ferrão estava no pescoço de Anastácio, as coisas complicaram.
Se pulasse, no momento de surpresa ele poderia matar a garota, mesmo que fosse acidentalmente.
John ficou agachado na árvore, observando o que Jack faria a seguir. Ele sabia que não era muito bom em magia, muito menos em combate corpo a corpo. Sua especialidade era arco e flecha, o que nesse momento estava fora de seu alcance.
O Cavaleiro sorriu para si mesmo ao lembrar da batalha de cinco anos atrás contra Saguhr, e uma ideia surgiu em sua mente. O chão ao seu lado direito era mais molhado, portanto, mais fácil de se afundar. Se lutassem em terreno seco, o mago das trevas teria mais chances...

Jack cerrou os dentes ao sentir a dor ardente que atravessou seu braço esquerdo com o choque das garras de Kallah com sua espada. Foi jogado para trás, mas se manteve de pé e ergueu a espada novamente, mas caiu para trás com um choque gelado e doloroso que atravessou sua espinha até a nuca.
O que... Que foi isso...
Seu corpo todo doía horrivelmente, e a mão direita do mago soltava fumaça negra, indicando que havia lançado um feitiço contra ele.
   —Jack!! —Anastácio gritou e levou um chute na barriga, fazendo-a cair de joelho no chão, pálida. Jack abriu a boca, mas nem um som saiu, seu corpo não respondia, somente aumentava a dor do golpe mágico.

John sacou a espada, os olhos cerrados atentos à qualquer mínima brecha que surgisse na guarda do mago. A chance chegou logo depois, quando Jack atacou o mago com a espada, e John arregalou os olhos. O que ele estava fazendo? Ele sabia muito bem que não podia vencer um mago experiente, muito menos um das trevas, e ainda assim atacou-o com tanta convicção! Jack foi lançado com força para trás, mas permaneceu de pé, seus olhos fixos em Kallah. E no momento em que uma chama negra disparou na direção do garoto e Anastácio gritou, o mago se distraiu por um milésimo de segundo, chutando a barriga de Anastácio e o ferrão venenoso se afastou por um pequeno instante.

O Cavaleiro deu impulso, saltou, a presa fixa no olhar, o corpo girando velozmente formando um arco mortal com a espada, que atingiu as costas de seu inimigo e traçou seu caminho com enorme velocidade até a nuca, fazendo sangue espirrar para o alto e o rabo de escorpião foi lançado para longe.

Os olhos de Kallah estavam arregalados de surpresa quando seu corpo caiu no chão molhado do pântano e sua magia se desfez, sem a força de antes, tornando-o novamente o garoto magro que os escoltou pela cidade.

   —Q-quem é... você... —Sua voz saiu fraca e trêmula e ele virou o rosto na direção do Cavaleiro que havia chegado. —.. De onde... surgiu...

John encarou aquele corpo magro, sujeito da magia negra com que havia nascido, mas sem o treinamento necessário que o faria poder controlar a corrente de energia em seu corpo. A magia das trevas havia se alimentado de seu corpo e sua consciência, tornando-o poderoso demais, e esse poder o havia levado à ganância.

   —Ts. Idiota. —John foi para onde Jack estava deitado e Anastácio ajoelhada ao seu lado. Seu rosto e seus braços estavam arranhados e o cabelo ruivo bagunçado, o que indicava que ela havia tentado resistir no início. —Ei, Jack, consegue se mexer?

Ele gemeu e abriu os olhos uma frestinha, mas assim que tentou se mexer estremeceu e mordeu os lábios de dor, suas mãos tremiam e Anastácio olhou preocupada para o Cavaleiro.

   —Ah, que merda... —o Cavaleiro seu abaixou e levantou Jack, colocando-o em suas costas e segurando pelas pernas. —Anastácio, coloque os braços dele nos meus ombros por favor.

Anastácio obedeceu, e depois de um tempo que andaram pelo pântano de volta para a casa, ela passou a mão no cabelo e disse, meio sem jeito:

   —A propósito... Obrigada por me salvar...Né..

   —Não foi nada.


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Dessa vez bati o recorde... Kkkkk

Acho q eu nunca tinha postado vários cap em  dois dias né, mas to feliz de ter tanto tempo pra escrever.

Não esqueça de dar aquele like se vc gostou, e pelamor galera, comenta, fala alguma coisa kkkk eu to me sentindo inútil

Falouu ^^ até a próxima!

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