Meus poemas acabaram ao notar que eles não passam de palavras vazias, que jamais mudariam alguém.Os papeis estavam espalhados pela cama de Brok quando decidi guardá-los de volta na pequena caixa e devolvê-los onde encontrei. Meus pensamentos estavam embaralhados e com muitas informações. Peguei o livro e retornei para seu lugar.
Fui para a ala feminina e deitei em minha cama. Depois de tudo, Brok era filho dela. Faz muito sentido agora. Sempre venerando-a, tratando-a como alguém importante. O que houve com os dois? Srta. Pompoo se quer nota sua presença quando aparece. É a parte mais estranha desta história. Brok vai ter de me contar a verdade.
— Pancada? Está fazendo o que aqui a essa hora?
— Estou apenas... refletindo, Petúnia.
— Rumpel vai dar mais detalhes sobre a segunda disputa daqui a pouco, melhor subirmos.
— Tudo bem — me levantei rapidamente, e segui Petúnia até a saída dos dormitórios. No meio da subida ela voltara a falar:
— Está tudo bem? — perguntou.
— Patrick.
— O que tem ele?
— Aquele livro que sumiu na biblioteca. Acho que foi ele que roubou. Ainda por cima, o vi escondendo de baixo do colchão de Dante.
— Gente! Isso é seríssimo!
— Pois é. Minhas suspeitas estão focadas nele, agora.
— Acha que ele... é o lobo que rasteja?
— Não acho nada, mas é bom ficarmos de olho nele — conclui, ofegante.
— Patrick, apesar de ser assassino como todos aqui, tem bom caráter. Não acredito que seja ele, pancada. Sua própria irmã!
— Psicopatas também fingem ter bom caráter, amiga.
Chegamos na superfície.
O pátio estava cheio. Todos parados frente à Rumpel, que havia acabado de subir em um caixote para ficar ao alcance dos demais.
— Quero chamar os seis participantes que sobraram. Patrick, Merle, Pandora, Dante, Dayse e Carrie — corri para o pátio e me juntei aos finalistas — Com base na análise que tivemos, separamos pelo sonho de cada um, alguém especial, e os prendemos no cenário da nova disputa. A missão de vocês é bem simples: Salvem seus entes queridos aprisionados e os levem para a saída do lugar. Mas logo aviso: Não confiem no cenário. Desejo a todos boa sorte e presumo que os resultados que tiverem hoje, já dirão quem será o novo Alfa deste mês — eu e os demais participantes entreolhamo-nos. Encarei Patrick e ele retribuiu.
Com duas palmadas, Rumpel encerrou a reunião e saiu do pátio.
— Te desejo toda a sorte, Pan — Patrick aproximava-se. Dei um passo para trás e desviei minha mão no instante em que ele ia pegá-la.
— Algum problema...? — perguntou sem jeito.
— Não, só ansiosa. Desculpe — e sai às pressas, rumo ao vestiário que ficava do lado esquerdo do Pátio.
Ao entrar, caminhei em direção ao enorme espelho dali que ia de ponta a ponta da parede. Abaixo, várias pias com torneiras enferrujadas. Do outro lado, boxes com chuveiros e outros com privadas velhas.
Me olhei após muito tempo. Estava pálida, com olheiras profundas e cabelos malcuidados, cumpridos.
Minha saúde estava preocupante.
A alimentação daqui é péssima e minhas noites de sono mais exaustavam do que confortavam. A partir de então, passei a me olhar com frequência, para ver se ainda me restava sanidade, saúde.
Mas ainda estou aqui. Viva e resistindo.
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I - Onde Vivem Crianças Irrecuperáveis
Mystery / ThrillerCondenada a passar parte de sua vida em um orfanato para crianças insanas, Pandora, uma infortunada garota de doze anos foi acusada por assassinar seus pais, mas o que ela não esperava é ter esquecido deste homicídio e tudo antes disso. Agora, par...