Condenada a passar parte de sua vida em um orfanato para crianças insanas, Pandora, uma infortunada garota de doze anos foi acusada por assassinar seus pais, mas o que ela não esperava é ter esquecido deste homicídio e tudo antes disso.
Agora, par...
Quando chegar a hora, escolha sabiamente entre amar ou viver mentindo
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Minha melhor amiga na verdade não é bem uma amiga. É um amigo. Ou posso dizer os dois ao mesmo tempo? Que pessoa incrível.
Quando Petúnia chegou no Insanity Asylum as coisas mudaram bastante para mim. Ter a presença de Patrick sempre foi tudo o que eu tinha, mas pela primeira vez, a companhia fora compartilhada. Em seu primeiro dia, Petúnia chegou causando discórdia, segurando seu gato Yang no colo, avulsa em meio a tantos olhares vago e curiosos.
Não sabíamos o porque dela ser a unica a ter um animal de estimação dentro das instalações. E não era só o gato que Petúnia trazia, com a outra mão, arrastava um saco grande e velho cheio de coisas dentro. Lembro até hoje da cara do zelador ao carregar aquele monte de tralhas para a sala de utensílios no segundo andar. Infelizmente Petúnia não podia usar suas maquiagens e nem nada que lhe pertencia, ao menos claro, se ela subisse na hierarquia. A garota ficava quieta em um canto, alisando seu gatinho, sempre camuflada por um dos pilares do patio, engolida pela própria sombra. O bichano era tão chamativo quanto a dona. Um persa gordo, de pelos brancos e cara achatada. Seu focinho era rosado e seus olhos raramente ficavam abertos.
A solidão é sempre muito ruim para qualquer tipo de pessoa. Se todos aqui somos assassinos de fato, não significa que deveríamos morrer sozinhos. Amizades se criam sendo você o que for. Passei a olhar Petúnia mais de perto. A garota arrumava frequentemente seus cabelos longos, assustadoramente esticados e trajava roupas extravagantes demais para uma criança. Entretanto observar o dia-a-dia de uma pessoa e não dar ao menos um bom dia para ela chegava a ser um desrespeito.
Infelizmente não tive coragem para tal ato.
Dias depois, Petúnia fez amizade com Dante. Uma das crianças "invisíveis" desse lugar. Dante desenhava o tempo inteiro e também era bem solitário, tanto na sala de aula, quanto no resto do dia. Nossas tarefas em grupo nunca o incluíam e raramente ele dialogava com alguém. Me assustava suas notas serem tão altas em todas as matérias. Dante deixou de ser invisível depois de conhecer Petúnia. Os dois formavam um par incomum.
Foi pensando nessa união exótica que tirou ambos da solidão, que meu irmão Patrick decidiu reunir um grupo de crianças sozinhas e reprimidas, rejeitadas pela cor do cabelo, pela cor da pele, pela orientação sexual ou só por simplesmente serem mais velhas. Infelizmente Petúnia e Dante não se enturmaram com esse grupo, talvez apenas por egoísmo. Não queriam compartilhar suas amizades.
Quando as disputas por classes começaram, Petúnia ficou deslocada por ser sua primeira vez em um desafio e por mais que Dante tinha inteligencia e servia de instrutor para ela, não conseguia ser ágil fisicamente. Ele era desclassificado sempre no começo das disputas, deixando-a sozinha, sem aliados.
E foi aí que entrei em cena.
Na floresta crepúsculo, tínhamos como meta encontrar um tesouro enterrado, mas o campo do desafio estava repleto de armadilhas mortais, fora as criaturas dos sonhos que matavam sem piedade.
