Rendição

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Finalmente chegou o dia da rendição.

Não estava mais dando para resistir.

As tropas inimigos me cercavam e cada vez maispróximas até que um dia soldados chegou perto de mim e me apontousua pistola: ou se rende ou eu acabo com sua vida.

Tentei escapar não sei como. Parece que a tampado bunker se abriu milagrosamente e eu me vi dentro das minhasprofundezas.

Aparentemente havia escapado daquele sondado antesdele apertar o gatilho.

Mas eles estavam rondando minha cabeça. O corpotremia quando sentia os tanques passando ali em cima.

Procurei uma pá que havia deixado ali para umanecessidade. Também o mapa de onde eu havia construído meu bunker.E a placa com o nome do lugar, fixada numa das paredes, estava aliBezpechne Mistse (que significa Lugar Seguro.

Fiquei olhando o mapa e relembrando o caminho queos inimigos estavam seguindo para chegar até meu esconderijo.Precisava cavar uma nova saída.

Comecei estudando o mapa. Olhava onde poderiaestar vulnerável. Onde poderia cavar uma saída. Parava. Ficava emsilêncio quando ouvia passos em minha cabeça. Não poderia darchance de me destruírem ali nas minhas defesas. Só queria encontraruma saída. A escuridão era grande. Só uma lanterna e algumaspilhas para ir substituindo. Precisava economizar.

Enfim, depois de um longo período consegui sair eestar numa casa onde um senhor, assustado, me recebeu. "O queaconteceu para estares ai, desse jeito? perguntou-me estendendo suamão direita para me ajudar a entrar em sua casa.

Me indicou uma cadeira para sentar e começou apuxar assunto como se fosse alguém que estivesse acostumado a fazerisso com outras pessoas. Me pareceu uma pessoa calma, de boa conversae de boas palavras. De vez enquanto, durante minhas falas, umapergunta, uma colocação como se quisesse entender melhor minhasexplicações.

Ficamos ali um bom tempo, eu perdi a noção dotempo. Ele então, escreveu num pedaço de papel alguma coisa paraalguém que ele me disse poder me acolher melhor do que ele. Agradecia acolhida, guardei o papel no bolso e me despedi, prometendo voltarassim que essa guerra terminasse e a gente pudesse caminharcalmamente pelas praças, rindo e correndo como só as criançassabem fazer.

Terapia - Muitas VidasWhere stories live. Discover now