Sonhos

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João me mandou uma mensagem assim: quero falar de sonhos. E nada mais...

Arrumei uns trapos (agora tem sido um tal de desapego e tô limando tudo que não seja necessário para eu viver. Não sei se vou conseguir, mas estou tentando.

Liguei para ele. Achei melhor do que ficar dedilhando letrinhas e voltando pra corrigir porque meu corretor ainda está na alfabetização. Em inglês ele é um espetáculo mas aqui... bem xapralá.

Fala João, o que aconteceu que queres falar sobre assunto controverso?

Cara, desde que comecei a me tratar com os medicamentos do psiquiatra, minhas noites têm variado muito. Eram sempre "de paz". Sonhava, aprendia, ensinava...

Começou eu não lembrando de nada... deitava, dormia e acordava como se fosse um lapso de tempo. Comentei com o terapeuta que ficou de consultar o supervisor, que ficou de consultar o professor... e nada de resposta.

Mais recentemente, caprichando nas minhas orações quando me deitava, foram voltando.  E eu lembrando de pedaços deles até que consigo lembrar do último que acontece praticamente colado com meu despertar. Sabe beijo de despedida de namorados? Sempre volta para dar um, dois, três selinhos? Pois é, assim tem sido.

O dessa noite poderia ser classificado pela maioria da população desse planeta como pesadelo. Mas eu não. Apenas me preocupei e resolvi falar contigo sobre ele. Vai que você me ajuda a desvendar o porque.

Eu estava dentro de um desses caças novos que o Brasil comprou (Gripen E) e, sobrevoando Angra dos Reis, vi que a cúpula da menor usina nuclear das três que existem ali estava toda preta e saia muita fumaça do interior do prédio. Via, também mangueiras jogando água na parte de baixo mas quase não via homens (ou mulheres, seres humanos!) manipulando-as. Parecia que automaticamente foram acionadas. Sei lá. É só impressão.

O piloto fez uma grande curva para vermos melhor o que estava acontecendo e imediatamente, pelo rádio, contactava o CINDACTA (foi o que entendi) para relatar o que ambos estávamos vendo.

A orientação foi de que mantivéssemos a rota circular mais afastada. E assim, ficamos bem longe, mas a ponto de ainda vermos os rolos de fumaça preta. Foi assim que eu vi e depois confirmado pelo piloto quando pousamos na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

Acordei com aquele "o que foi, onde estou? que porra é essa?". Abri os olhos e percebi que estava gripado ou resfriado. Nunca soube direito a diferença entre estes dois. Nariz entupido, garganta coçando e, logo a seguir lacrimejando.

Soltei uma daqueles que não devo escrever aqui mas que talvez você conheça e levantei. Lavei o rosto e a imagem da cúpula, toda preta e retorcida ainda estava nos olhos. Então eram verdadeira? Mas foi sonho, João, apenas isto.

Só me restou seguir a programação... tomei um chá quente de gengibre pilado (li que na Ayurveda eles se cuidam assim e meu indiano favorito me estimulou e até orientou como deveria fazer. Tomei. Ainda tenho um pedacinho para mais 2 ou 3 durante o dia. Agora, depois da primeira xícara só as goteiras do nariz me incomodam. Mas, vida que segue.

João, resolvi buscar uma explicação para nossos sonhos... "Para o Espiritismo, o sonho também satisfaz impulsos e é uma expressão do estilo de vida, com uma grande diferença: a de não se processar só no plano mental, mas ser uma experiência genuína do espírito que se passa num mundo real e com situações concretas". Segundo Carlos Toledo Rizzini, interpretação
freudiana encara o sonho como apontando para o passado, revelando um aspecto da
personalidade. Segundo
Gabriel Delanne, em "O Espiritismo perante a Ciência", conclui: "A
melhor prova de existência do perispírito é mostrar que o homem pode desdobrar-se em certas circunstâncias.""

Cara, parei aqui porque isso vai longe! Fica assim, pelo menos por hoje: foi apenas um sonho e, como dizia um poeta dos carnavais, "sonhar não custa nada!"



Terapia - Muitas VidasWhere stories live. Discover now