Terapia - Muitas Vidas

Paradigmas

Tudo começou de uma conversa, dessas tipo papo cabeça, aconselhamento, terapia ou o que você achar melhor.

Numa dessas crises de tristeza, provocadas pela depressão comecei a revisitar minha vida. E, apesar de triste, acabou sendo libertador. Vamos ver a continuidade porque, hoje em dia, não planejo nem para o dia que estou vivendo. Apenas alguns compromissos que me propus a aceitá-los e a vivê-los.

Comecei a viagem relembrando meu tempo de criança. Nasci numa casa que para mim era (e ainda é) maravilhosa tal o carinho e esmero de meu pai em ter as melhores coisas em casa. Era um daqueles sobradões que por muito tempo servia de status para quem ali morasse. Poderia até ser alugado (como era nosso caso).

Começou tudo quando deixou sua terra natal e veio para cá. Nesse prédio, a parte de baixo era o comércio que ele tinha: casa de ferragens e material de construção. Assim que eram conhecidas naquele tempo de meados do século passado.

Ai, me veio a pergunta: de que adiantou tudo isso? Tanta pose e circunstância? Morreu e tudo se acabou. Não vou continuar a história com esse foco!

Corte para minha vida de João.

Comecei a produzir coisas quando, antes mesmo de entrar para o curso de Administração, comecei a trabalhar. Carreira meteórica! em um ano de trabalho saíra de escriturário de cobrança em uma agência bancária para um seleto grupo que iria modernizar os processos administrativos do banco.

Dali para outro emprego e mais outro. E depois outros foram passando até que me fixei num onde também pude fazer, muita coisa ligada à tecnologia de ponta (na época). Fui alimentador de egos! Do meu e de outros: chefes, gerentes, diretores e até do dono.

Como disse minha fada-madrinha, ontem, durante uma longa conversa: "Tá muito preocupado em ser visto, aceito, comentado, notado...na internet. Isso tudo é muito vazio."

Uma porrada na boca do estômago, daquela de desenho animado quando o personagem fica deitado no chão e uma roda de sinais gráficos indica que ele saiu da área de conforto!

E seguiu adiante:

"Você é um espírito perfeito, vindo do Criador. Luz vivendo vida humana. Aperfeiçoando, lapidando, pra brilhar, exaltar todas as suas qualidades e retornar à Luz do Pai. Viemos nesse mundo para desenvolver o sentimento. É a provação desta dimensão. Mas tudo leva de volta ao Pai. A Luz. E a porra da luz, incomoda os urubus... risos... Teu voo é mais alto que de bicho que se alimenta de carniça... Não coma como eles!

E, nesse ponto me lembrei de um vídeo que falava que quando um corvo sobe numa águia e começa a bicar a cabeça dela, ela simplesmente abre as asas e começa a subir até que o corvo morre por falta de oxigênio... Eu contei pra ela e chegamos à mesma conclusão: ser águia é melhor que ser urubu...

Viver bem, todos os dias é sublime. E de nada adianta os aplausos da galera do puleiro do circo que tem sido a vida. O que importa é o que nos faz bem. Nos faz viver com tesão de viver. De ver a graça da vida.

E eu estava vivendo momentos de me repetir: qual a graça da minha vida? Qual o meu sentido agora? Tudo que começo, não cresce. Nem plantas!

Escolha ser feliz! O amanhã não existe! Só temos o hoje e o agora!

E a resolução foi começar a desapegar de coisas materiais e de coisas que pudessem ser vitrines e que nem para banca de camelô estavam servindo. Comecei a faxina. Eliminar perfis de internet até só ficar com poucos, ainda considerados que podem me deixar com alegria. Rir! Voltar a rir como sempre fiz por uma vida quase inteira.

E, ficamos por ontem com a frase libertadora: "Cansada de querer pertencer a ninhada de porcos, comendo farelo...!"

A noite serviu para alimentar meu Espírito de um novo mapa para seguir adiante.

Hoje, nem acabei o café da manhã e vim colocar isso no "papel" para não esquecer.