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Jogador

Tava de boa no baile, lotado como sempre. Tropa toda em peso, geral dançando na moral. Boquinha tava naquele modelo, chapadinho. 

Tinha uma morena a maior cota me dando condição, tava só marcando, era gostosinha e eu não ia deixar passar direto assim. Ela passou por mim sorrindo e desceu na multidão saindo da quadra, entendi o recado e fui atrás.

Cheguei no beco e ela me encarou sorrindo, sem nem eu dizer nada senti a boca dela grudando na minha e eu continuei o beijo grudando nossos corpos, a garota cheia de mão boba, já apertou meu pau pro cima do shorts.

A menina ajoelhou na minha frente e começou a me mamar legal ali no beco sem nem eu pedir ou dizer nada, só aproveitei o momento. Quando gozei ela levantou sorrindo, e limpou o canto da boca.

- até mais pô. —disse sorrindo.

Ela não disse nome ou vulgo, apenas deu uma mamada e foi embora, simples assim. Ajeitei meu shorts e sai do beco.

Uma menininha veio na minha direção correndo e chorando, ela tava com a roupa toda do avesso e só chorava.

Jogador: qual foi garota? Qual seu nome? —ela só chorava.

-lau..ra. —falou toda afobada.

Jogador: se mora aqui Laura? Cadê seus pais? —ela tava toda vermelha, de chorar— respira e me conta o que rolou.

Laura: ajuda minha irmã moço, por favor. Meu pai tá batendo muito nela.

Jogador: onde se mora?

Ela apontou pra casa aonde eu fui cobrar aquele tal de Geraldo, normalmente nem me meteria, mas como tem criança na parada, é outro bagulho.

Laura: vamo moço. —ela pegou na minha mãe e me guiou.

Jogador: Boquinha. —chamei no rádio— brota naquela casinha do Geraldo, rápido.

Pedi pro vapor que tava ali fora ficar com a menina até o Boquinha chegar e eu entrei na casa, só ouvia gritos e provável uma porradaria. Quando subi a menina tava no chão e o cara  chutando ela. Saquei a arma e mandei ele se afastar.

Geraldo: você que chamou ele sua vagabunda? Fala piranha.  —olhei pra ele e depois olhei pra outra, que tava no chão aparentemente desmaiada.

Jogador: tu não cansa de dar trabalho, não? Hein porra? —dei uma coronhada nele.

Fran: o que aconteceu aqui? Você tá bem, Geraldo?

Boquinha: coe jogador.

Jogador: leva esse cara pra boca.

Fran: o que você vai fazer com meu marido? Eu vou pagar a dívida, falta uma semana ainda.

Jogador: questão agora não é nem sobre a dívida senhora, se eu fosse tu levava tua filha pro hospital. —falei saindo junto com o Boquinha.

Ele levou o cara pra boca e eu vi a menorzinha toda assustada, a mãe dela nem ligando pra nada e nem pra menina que tava desmaiada lá em cima.

Jogador: oh x2, leva a garota que tá lá em cima pro postinho, preciso dela viva pra saber o que rolou.

X2: pode pá chefe.

Jogador: Laura, vem cá. —chamei e a Francisca me olhou assustada.

Laura: que foi, tio? Brigada por salvar minha irmã.

Jogador: se tá bem? —ela confirmou, não pude deixar de reparar como ela estava vestida, como se estivesse se vestido na pressa— se o consegue falar o que aconteceu?

Fran: vem pra cá Laura, rápido. —falou com medo.

Sou besta não, ali já percebi que tinha bagulho errado, a mulher ia passar pano pro marido dela, não queria que a garotinha falasse nada. Só levantei minha blusa mostrando a arma pra Francisca.

Jogador: fica namoral. Laura, pode confia em mim, o que aconteceu?

Laura: ele só tirou minha roupa e disse pra mim ficar quieta, mas quando ele começou e tocar aonde não devia, eu gritei, como a Vivi tinha me ensinado. Ela disse que sempre que alguém tocasse ali a não ser eu, minha mãe ou ela, ou alguém que não deveria, era pra mim gritar, ou fugir. Mas não consegui fugir. —falou e começou a chorar.

Só abracei a garotinha e fiz um sinalzinho pro outro vapor, na hora ele entendeu o que quis dizer e catou no braço da Francisca levando ela pra boca. Na minha quebrada é assim, não tem vez pra estuprador ou pra quem apoia eles! Cobro sem piedade alguma pô.

-Laura, cadê a vivi? O que tá acontecendo? —a morena da mamada chegou.

Laura: eu não sei, cadê a vivi, tio?

Jogador: tua amiga? —ela assentiu— tá no postinho.

Laura: Keila, me leva pra vê ela.

Keila: pode deixar ela comigo, eu fico com ela. —pegou na mão da menina.

Tava cheio de câo pra resolver agora e eu nem ia negar, a menina parecia conhecer ela, então deixei lá e guiei pra boca.

Jogador: antes dele ser cobrado, eu quero que ele diga o papel que a mulher dele tem nisso, tortura ele até falar, e da uns tapa na mulher pra ela abrir o bico.

Acendo meu cigarro de maconha e depois de uns 10 minutos o vapor já saiu da salinha, pelo jeito nem demorou.

X2: o cara aí falou que a mulher fez um acordo com ele, ela saiu de casa pra ele poder abusar da garota, em troca de perdão de um vacilo que ela deu aí, acho que por não poder pagar a dívida.

Fiquei cheio de ódio, como a mãe da a filha pro próprio pai abusar dela só porque não conseguiu pagar uma dívida, sem lógica.

Jogador: ele você pode cobrar daquela maneira, 3 negão pra comer ele e depois mata, sem leme.

Boquinha: e a mulher?

Jogador: a mulher vai ser cobrada, mas quem decide se ela vai morrer vai ser aquela menina que tá no hospital, pelo visto é a única responsável naquela casa.

X2: eu deixei a menina no hospital, me parecia melhor, pelo menos ela acordou.

Jogador: amanhã visito lá, pra vê o que ela vai fazer.

Bagulho é foda quando envolve criança, já fico na neurose imaginando minha filha ali no lugar. Ninguém mexe com criança aqui na minha favela não, mexeu é cobrado! Não tô pra brincadeira nessa porra aqui não.

Destino traçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora