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Luana

Queria matar a Sofia cara, amo minha sobrinha, mas ela quebrou a minha paleta de iluminador da Too Faced cara, paguei quase 300,00 nesse treco.

Tudo bem que foi o pai dela né? Mas mesmo assim. Eu amava tanto ele.

Respeitei e contei até 50 mesmo e nem assim acalmei. Toda vez que eu via meu iluminador destruído me dava vontade de chorar, hormônios do caralho.

Vi a mensagem do Caíque pedindo pra mim brotar na barbearia dele. O Ruan proibiu ele de pisar aqui, disse que só podia vim quando a criança nascesse, achei um puta exagero da parte dele, mas ok.  Com aquele ali não adianta contestar.

Calcei minha sandália e desci vendo a Sofia com a maior cara lavada deitada junto com a minha mãe, essa se faz igual o pai!

Luana: tô indo na barbearia do Caíque, ele quer falar comigo.

Michele: ta, tu vigia viu luana, porque não criei filha boba.

Luana: iii cara, toda vez a mesma coisa. Já falei várias vezes que meu lance com ele agora é só por causa da criança, eu hein! Mania chata sua de toda hora querer falar, mãe.

Não suporto mesmo não, eu não podia citar o nome dele que ela já vinha com os mesmos papos. O que ela queria? Que eu deixasse de ver ele, de manter uma boa relação? Tô com um filho dele dentro da minha barriga, vou criar caso à toa porque?

Minha mãe só ficou emburrada e eu sai de casa. No caminho encontrei com a Larissa e a Letícia, as mona passaram por mim e fingiram que nem conheciam, fiz igual! Me humilhar por elas? Jamais.

Cheguei na barbearia, estava vazia já. Desde que ele reformou aqui ficou maneiro. Por um lado fiquei até feliz do Ruan ter tirado ele do crime sabe?
Era menos um peso só de saber que o pai do meu bebê não precisaria enfrentar confrontos e muito menos ir preso.

Luana: o que tu quer? Cansa a beça vim pra cá. Pega um copo da água.

X2: tu é folgada demais, teu mal é o abuso.

Luana: tô grávida meu anjo, meus pés estão igual dois pães, tu acha que não morri de vim pra cá? —falei e bebi a água que ele trouxe.

X2: comprei uns bagulho pra cria. Tá lá dentro, e a gente precisava conversar pra falar sobre o nome.

Luana: verdade, tinha até esquecido.

X2: queria colocar o meu, Caíque. —dei risada negando.

Luana: negócio brega, sai fora.

X2: homenagear meu coroa é bacana, Gerivaldo.

Luana: com todo respeito ao seu pai cara, mas esse nome eu não boto no meu filho não. Tá maluco! —eu hein, criança ia nascer com 50 anos.

X2: se é chata pra porra.

Luana: Murilo é um nome bonito. Nicolas, Victor Hugo.

X2: só nome de playboy, se foder.

Luana: tu que é chato aí. Murilo é lindo.

X2: eu gosto desse nome, mas..

Luana: Murilo então —interrompi ele— tu gostou, eu gostei. Já era.

X2: discuti contigo não vai levar em nada mermo, gostei do nome.

Ele me mostrou as roupinhas que comprou e era uma mais linda que a outra mesmo. Fiquei babando até umas horas.

Quando minha mãe me ligou dizendo pra ir pra casa que queria falar comigo, já fiquei em choque. Pedi pro caíque me deixar lá na porta e entrei vendo ela sentada com a Sofia.

O sofá deve ter o formado da bunda das duas, passam o dia todo sentadas.

Luana: o que pega?

Michele: negócio é sério, senta Lua. —comecei a ficar gelada e sentei do lado dela— eu só peço desculpa desde já, errei com seu irmão, com seu pai e principalmente com você! Omiti uma coisa que vocês tinham o direito de saber.

Luana: ué, tô entendendo nada? Tá ficando maluca?

Michele: papo sério Luana cara. Anos atrás eu tinha dado um tempo no meu casamento com o Márcio, eu já tinha tido o Ruan, comecei a me senti mal e queria sair por aí curtindo. Até que fiquei com um rapaz, o Antônio. Não queria ficar com ele, porque sempre amei seu pai e só tinha aceito sair com ele pra irritar o Márcio. Mas acabou que ele não aceitou isso e me forçou a ter relação com ele.

Fiquei mal a beça, nenhuma mulher do mundo merece passar por isso. E só quem já passou, sabe como é a dor.

Michele: depois descobri que estava grávida, contei ao seu pai e ele me deu todo apoio. Mas saiba que mesmo ele não sendo seu pai biológico, eu e ele te amamos como nunca? Você continua sendo nossa filha, lua.

Era muita coisa pra mim absorver, sabe? Só sei que comecei a sentir uma vontade imensa de vomitar. Sai da sala e corri pro banheiro o mais rápido, amarei meu cabelo e vomitei tudo.

Michele: está tudo bem? —tentei confirmar, mas acabei vomitando mais.

Quando finalmente me senti ok, eu lavei o rosto, escovei meu dentes e encarei minha mãe pelo reflexo do espelho.

Jamais tinha imaginado que ela passou pela mesma situação que eu e agora sabendo disso, não posso simplesmente jogar na cara dela e ficar bolada assim.

Confesso que tô mexida demais com essa história? Mas entendo minha mãe, nem imagino como ela se sentiu com isso. E ela e meu pai nunca me trataram diferente ou deixaram faltar algo pra mim.

Luana: eu sinto muito mãe, por você ter passado por isso. Eu te amo, tá?

Michele: Eu também te amo. —ela chorou e eu chorei junto— você é minha menina. Achei que ficaria brava comigo.

Luana: não tô feliz em saber que fui fruto de algo assim, mas porque do nada você quis me contar?

Michele: parece que o Antônio anda rondando o morro e só Deus sabe o porque. Só quero pedir que não fique saindo lua, além de grávida, esse cara pode pegar você. —assenti.

Fiz uma média com ela e depois subi pro meu quarto, minha mente estava a mil e eu precisava de um tempo pra raciocinar isso.

Destino traçado Where stories live. Discover now