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Camila

Cheguei em casa com a maior ânsia de vômito, corri pro banheiro e vomitei tudinho. Prendi meu cabelo e já me sentei no chão até acabar de vomitar o que eu precisava. Tomei meu banho e quando acabei me joguei na cama pelada, vendo várias mensagens dos meus pais no meu celular.

As vezes eu me sinto super ingrata por não honrar o que eles conseguiram pra mim. Meus pais são crias daqui, mas trabalharam muito que até conseguiram meter o pé daqui. Quando eu fiz 19 anos queria sair de casa a qualquer custa, foi quando comecei a trabalhar e juntar dinheiro, quando juntei o que precisava, aluguei essa casa e vim pra cá.

Meus pais pagam o curso de maquiagem pra mim, no início eu até gostava da ideia, mas depois desistir e acabei largando de mão.

Eu já conhecia a Vivi desde que morava aqui, porém éramos novinhas. Mas quando retornei pra cá nós tornamos unha e carne. Ela mal saia de casa e eu já vivia saindo de sexta a domingo, nessas aventuras noturnas aí conheci a Keila e gostei da amizade dela. Eu apresentei as duas e a gente acabou se tornando esse trio foda.

Apensar que a Vivi nunca saia, a gente ia visitar ela quando os pais dela não estavam lá. Admiro muito a garra dela, porque desde sempre cuidou da irmã como se fosse mãe dela, já que a dona Francisca trabalhava muito de semana e ficava fora e o pai era basicamente um inútil.

O Geraldo já até tentou abusar de mim, mas fiquei com medo da Vivi não aceitar isso e querer desfazer nossa amizade, então não contei a ninguém.

[....] sai da loja aonde trabalho e fui pra pensão, almoçar. Entrei lá e o X2, Boquinha e Pt estavam numa mesa juntos almoçando, como de costume já.

Passei por eles e sorri pro X2, que sorriu de volta.

Mal sentei na mesa e o carrapato do Boquinha veio sentando.

Camila: que é? -olhei pra ele.

Boquinha: nossa conversa nem acabou ontem. -o garçom chegou na mesa.

Camila: me vê o prato do dia por favor e uma coca de 600. -pedi e ele saiu- não tem nada pra gente conversar, menino. -segurei a risada.

Boquinha: você beijou meu pescoço me atiçando e depois disse que teu lance era com mulher, sacanagem. -eu ri.

Eu pegava homem, mas nem gostava tanto. Meu papo mesmo era com mulher. Mulher é sem afobação, beija melhor, transa melhor.

Camila: o que você tá querendo, hein?

Boquinha: um sexo, só isso. Eu tu e a Keila. -neguei.

Camila: com ela não. -sorri fraco.

Boquinha: tu escolhe com quem então, mas vamo mesmo? -falou empolgado e eu ri.

Camila: quem sabe um dia, me escolhe uma garota gostosa, e a gente vê. -sorri olhando pra ele que parecia uma criança que ganhou doce.

Boquinha: eu escolho a mina e tu vê se aprova, pode pá?

Camila: não quero nenhuma escrota desse morro, cata uma que presta. Uma gostosa igual eu. -falei me gabando.

Boquinha: tu ainda me deixa maluco, Camila. Tô há 3 dias sonhando com tu, não da não. -passou a mão na cabeça.

Camila: eu tenho o dom de enlouquecer mesmo.

Boquinha: brinca muito, tô indo comer. Quando eu escolher a garota de aciono.

Camila: nosso lance, se alguém souber eu saiu espalhando que tua rola é pequena e depois de você virei lésbica. -ele me olhou.

Boquinha: nosso lance, ninguém pode saber. Mas aí, ninguém ia acreditar nisso não, sou maior gostoso, sem lógica. -falou sorrindo e saiu.

Nunca tinha feito a 3, mas seria uma ótima hora pra fazer e experimentar, que mal tem, não é mesmo? Coisas novas é sempre bem vinda.

O meu almoço todinho e eu pensando nessa porra de sexo, fiquei com a maior vontade, que saco. Cada colherada eu imagina que era eu chupando a rola do Boquinha, que horror.

Como rapidinho com esses pensamentos impuros, paguei e peguei minha bolsa saindo de lá apressada, tinha mais meia hora de almoço e de alguma forma eu precisava aliviar a tensão, puta merda, fui em casa bater uma siririca rapidinho. sera que é pegado? Meu pai.

Sai do banheiro lavando minhas mãos, eu já tinha que voltar pra vida difícil no trabalho. Meus pensamentos impuros ainda estava na aqui, precisava realizar essa fantasia pra ontem, se não eu vou ficar com essas putaria na mente.

Camila: caralho, puta que pariu! Que susto. -falei vendo meu pai e minha mãe na sala.

Carla: Camila! Achamos que estava no curso. -eu sorri falsa.

Camila: vocês entraram aqui como? -me lembrei da porta aberta- a deixa, o curso é só pela manhã. Eu tenho que ir trabalhar agora.

Roberto: tu vai sustentar a mentira até quando? Pelo amor de Deus, uma mulher já e ainda precisa ficar mentindo. Estamos pagando seu curso a toa, a professora disse que você só foi os primeiros 2 meses.

Camila: a gente pode até resolver isso, mas agora eu tenho que ir trabalhar, realmente preciso. Mas se eu menti, foi porque vocês não iriam me deixar desistir de fazer isso e iriam querer que eu fizesse outra coisas

Carla: não iríamos, Camila.

Camila: eu conheço vocês, iriam sim! Iriam pegar no meu pé até o final, mas agora que já sabem, so pararem de pagar. Se tiverem muito prejuízo eu pago.

Roberto: e você vai trabalhar o resto de sua vida numa loja?

Camila: você trabalha numa mecânica, vai trabalhar o resto de sua vida lá? Se você gosta, qual problema? Então.. eu gosto dessa loja de roupa, sem problema eu trabalhar lá. Agora tenho que ir, se quiserem me esperar okay, se não, tchau, beijo. Amo vocês! -falei e sai de casa.

Tava cansada demais pra debater com eles, sabendo que seria uma discussão aonde eu sempre estaria errada, mesmo tendo mil justificativas.

Destino traçado Where stories live. Discover now