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Jogador

A Viviane deixou o papel na mesa lá, nenhum dos moleque percebeu e eu nem entendi. Guardei no bolso e coloquei a comida no meu prato, tava na maior larica.

Boquinha: Coe do baile do fim de semana?

Jogador: bora agitar um baile aqui, chama o
pessoal da maré e do morro do macaco.

Boquinha: pra que chamar eles?

Jogador: posso não?

Boquinha: se não faz nada sem pensar não, colfoi? Te conheço.

Jogador: quero fazer aliança com ele, os alemão tão marcando invasão e eu não quero que isso aconteça, fazer essa ligação vai fazer com que eles recue e pense antes de vim.

Boquinha: nossa tropa é pesada pra caralho, nem precisamos de ninguém.

Jogador: só chama parceiro, só vai.

Boquinha: se é uma porr.. —parou de falar e ficou paralisado quando uma loira entrou.

Eu terminei de comer e depois fui embora, passei na casa da coroa só pra dar um beijo nela mesmo.

Jogador: se der trabalho bota de castigo mãe, Luana não é nenhuma criança mais não.

Michele: eu sei muito bem, já passei nessa fase que ela está. 16 anos e acha que é dona do mundo, mas comigo não tem essa não.

Jogador: isso aí, tem que dar uma segurada. Fim de semana passado tava se acabando no chão do baile lá.

Michele: dançar ela pode, não vejo problema. E a Sofia filho, bem pra cá quando?

Jogador: mãe dela tá de câo comigo, quando eu surtar eu trago a garota de vez pra morar aqui.

Michele: a Samanta só quer proteger ela filho, entende. Mas traga ela logo.

Jogador: vou meter o pé, tô cheio de coisa pra fazer.

Michele: vai e vê se volta, por favor né.

Minha mãe, Luana e a Sofia, são tudo na minha vida, papo reto. Meu coroa foi homem pra caralho e honrou o papel dele dentro e fora de casa, mas infelizmente foi vítima de câncer, quando eu tinha 14 anos só. Ele era o único que trabalhava aqui, minha família ficou desamparada total, na época Luana tinha 7 anos então era foda.

Foi aí que entrei pro crime, comecei de baixo e subi aos poucos. Até que numa invasão mataram o ex dono do morro e quem assumiu tudo foi eu, já que eu era o braço direito dele. Minha mãe foi tudo aquelas coisas, já não gostava da ideia de me ter no tráfico, imagine sendo chefe.

Se eu falar que não gosto dessa vida vou tá mentindo, com o tempo peguei gosto e comecei a adorar essa vida no tráfico. Não pelas mulheres, dinheiro ou outra coisa, mas pela adrenalina que eu sinto e a sensação de ter o poder em mãos.

Como eu não sou burro nem nada, tenho uns bagulho além das favelas, restaurante e concessionária. Até porque não posso dar mole de morrer e deixar minha filha e minha mãe desamparada.

Aqui no morro geral me conheço por jogador ou Alencar, meu nome mesmo ninguém sabe e nem deixo saber porque pra sair daqui e cair na boca de alemão, é fácil. Minha ficha é toda limpa apensar de eu ser um dos bandidos mais procurados, até porque eles só tem meu vulgo, não sabem nem como eu sou, também nem boto a cara em confronto, tem soldado pronto pra isso.

Fui tomar banho, mas antes passei a mão no bolso e até lembrei daquele cartão, tinha esquecido. Era um telefone, mandei mensagem falando "Fala tu Viviane" e fui tomar banho.

Viviane era bonita, gostosinha, nunca nem tinha visto ela por aqui no morro, nem nos bailes. Quando sai do banheiro vi que ela já tinha respondido e eu catei o celular me jogando na cama.

Mensagem on:

Viviane: oi gatinho, bora se vê?
Jogador🏴: bora pô, te busco aí?
Viviane: não, a gente se encontra em algum lugar, melhor
Jogador🏴: tranquilo então, onde tu quer ir?
Viviane: vamo naquela sua casinha da rua 14.
Jogador: jaé

Mensagens off

Essa é vagabunda igual as outras, menina só tinha cara de santa então. Porque pra chegar mandando papo assim e querendo ir direto pro QG, quer uma coisa, dinheiro. Tô ligado que ela depois do que aconteceu deve tá precisando e como ela é gostosinha e ninguém pegou ainda, vou da essa oportunidade.

Nem tava afim de transar, mas me animei rapidinho só de lembrar daquela bunda dela. Me troquei e passei perfume, peguei só uma pistola e coloquei na cintura, meti o pé pra lá e entrei na casinha esperando já. Na hora que a porta abriu nem era a Viviane pô, era logo a morena do boquete.

Jogador: qual foi?

-vim te ver, falei contigo por mensagem ué.

Jogador: tu se apresentou como Viviane, tá se fazendo de otaria é?

-tu achou que eu era ela, mas não disse que eu era. Sou a Keila, vai me dizer que não curtiu naquele dia?

Jogador: era só tu jogar limpo comigo. —falei metendo serinho.

Keila: naquele dia só rolou um boquetinho, hoje se pode me foder a vontade. Iai? Vai meter o pé pra trás?

Encarei bem ela e nem falei nada, só fiz final pra ela chegar mais perto e comecei a beijar ela, beijo bom e encaixou certinho. Ela já começou a passar as mãos bobas, logo nós dois estávamos pelados e ela ajoelhou na minha frente pra pagar um babão.

A putinha sabia chupar muito bem pô, representava legal. Sem muita enrolação eu já joguei ela na cama velhinha que tinha ali, mandei ela ficar de 4 e passei meu pau na entrada fazendo ela gemer e pedir pra mim meter.

Destino traçado Where stories live. Discover now