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Camila

As coisas aqui em casa está bem melhor, a gente tem tirado todo tempo do mundo somente pra ir à praia, cinema, assistir filmes juntos e é o que está me animando.

Eu conversei com a minha chefe e ela me liberou por 1 mês só, mas é claro que eu não vou receber nada né. Nem tô ligando pra isso, só quero mesmo aproveitar todo momento que der com a minha mãe e é o que estamos fazendo. Inclusive a dona Carla ta doidinha pra ir viajar e meu pai ta animando claro, últimos meses de vida dela.

Falo com as meninas todos os dias por ligação ou por mensagem, ainda mais com a Viviane. Tô feliz a beça por ela, tá viajando com bofe! E uma pessoa que me surpreendeu muito foi a Maya, garota ta me dando maior assistência real, e eu tô como? Ficando apaixonada nela de verdade sem nem termos se beijado, quando ia acontecer, aquele filho da mãe do Boquinha atrapalhou.

Ela veio aqui alguns dias, conversou com meus pais e minha mãe me deu maior apoio, percebeu que ela é uma pessoa boa. Só que é claro que meu pai não aceitou assim, né!? Ele nunca me aceitou sendo bi, mas ele nem abre a boca por causa da minha mãe.

Carla: Camila, desce aqui. Sua amiga está aqui.

Camila: pera aí, tô me vestindo. —gritei.

Me troquei rapidinho, combinamos hoje de ir na minha casa lá no morro pra mim pegar umas roupas e passar na casa da Luana.

Carla: ela tá lá fora, não quis entrar.

Camila: depois da cara feia do meu pai também, mas eu vou rapidinho, tá? Quando a gente chegar vamos olhar aquele negócio da viagem.

Carla: pode ir Camila, vai despreocupada.

Dei um abraço bem apertado nela e beijei.

Camila: eu te amo mãe! Daqui a pouco tô aqui, prometo.

Carla: também te amo. —sorriu fraco.

Peguei minha mochila e sai, ela tava em cima da pcx dela, toda bonita como sempre, toda distraída mexendo no celular.

Camila: vai ser roubada aí, filha. —ela tomou um susto e eu ri— tá bem gatinha?

Maya: to e você?

Camila: tô bem.

Maya: sua mãe está de boa? —concordei e subi na moto— vai pra onde primeiro?

Camila: vamos passar na minha casa antes.

Segurei na cintura dela e rapidinho já estávamos na rocinha. Tava percebendo ela meio triste, fiquei na dúvida se perguntava ou não e resolvi perguntar, afinal ela me ajudou quando precisei.

Camila: espera aí —falei vendo ela dobrando umas camisas minha— calma pô, quero falar com você. —segurei a sua mão e ela me olhou confusa— tá tudo bem contigo mesmo?

Maya: são meus pais, tão pegando demais no meu pé e eu não tô aguentando, sabe? Tô doida pra abrir a boca e falar que eu gosto de mulher, mas tenho certeza que vão me julgar ou me por pra fora e eu tenho 16 anos, não tenho aonde morar. —os olhos dela encheu de lágrima e eu abracei ela.

Camila: vamo fazer um combinado? —me afastei e peguei na mão dela— espera mais um tempo, qualquer coisa se eles te tirarem mesmo de casa, você mora aqui comigo!

Maya: mas você nem ta morando aqui Camila, fora que eu não posso sair de casa assim.

Camila: não pretendo morar lá pista depois que minha mãe se for —falei sentindo um nó na garganta— olha, você é especial pra mim e eu não vou soltar sua mão agora. Daqui um tempo quando você falar com eles, se a coisa ficar feia lá ou eles te expulsarem, você vem pra cá sem problema, ta?

Maya: você é incrível demais, Camila.

Ela por impulso me beijou e eu retribui, beijo calminho e com gostinho de morango, por mim eu já nem ia mais fazer nada, só aproveitaria aqui com a Maya.

Maya: desculpa por isso. —ficou vergonha.

Camila: eu adorei! —dei um selinho nela e mordi o beiço de leve— precisa ficar tímida não pô. —falei vendo a bochecha dela toda vermelha.

Nem parece que a garota ia fazer sexo a 3, pô.

Peguei minhas coisas e a gente já foi em direção a casa da Luana, gritamos ela e nem demorou muito ela já saiu correndo e veio abrir o portão.

Luana: ainda bem que vocês chegaram, preciso de vocês. —puxou eu e a Maya— vocês tao?? Seis sabe pô, namorando?

Camila: ainda não, tua amiga me enrola demais. —ela riu— e tu, ta prenha mesmo?

Luana: não queria, mas tô. —disse baixo.

Maya: teu irmão vai esfolar tua cara, mano.

Luana: caraca, agora me ajudou muito a contar pra ele, sério.

Camila: ele não te bater Luana, tu tá grávida e outra, não adianta ele bater em ti sendo que a criança não vai desaparecer assim —ela fez uma cara meio sei la— nem pense nisso, tava gostosinho na hora de sentar no pau né? Agora tu aprenda a cuidar da responsabilidade.

Luana: não falei nada cara.

Camila: mas insinuou.

Luana: e o que que tem? Queria mesmo ter dinheiro e sair do Brasil pra tirar essa criança de uma forma que eu não saísse morta, mas como não tem como, já estou aceitando a ideia de criar um ser.

Maya: tua mãe já sabe? —ela negou— se vive vomitando, como ela não sabe?

Luana: enrolo muito bem ela, tô 24 por 48 dentro do meu quarto, fora que ela tá de namoradinho e mal para em casa, fica fácil mentir. Só que não posso enrolar mais não, vou contar amanhã mesmo a ela e quando o Jogador voltar eu conto pra ele com a ajuda dela.

Camila: trás a Viviane quando tu for contar.

Luana: por?

Camila: não sei que porra eles tem, mas ele escuta ela! Ela coloca juízo na cabeça dele, diz o Boquinha que num dia que ele tava drogado quem ajudou foi ela!

Luana: jaé e sua mãe amiga? E você como ta?

Contei tudo pra ela, desabafei legal com as duas. A tarde foi muito boa e diferente do que eu costumava passar. Fiquei com elas até umas 20hr da noite.

Destino traçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora