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Viviane

Viviane: vem cá, Laura.

Laura: que foi, Vivi? Tá com dor? —falou, como sempre carinhosa.

Viviane: não. A gente precisa conversar.

Laura: fala.

Viviane: sabe seu papai?

Laura: nosso? —confirmei fraco.

Viviane: agora ele não tá mais aqui.

Laura: ele foi embora? Ou morreu? —falou na lata.

Viviane: ele foi pro céu agora. —espero que pro inferno, na verdade— tá tudo bem?

Laura: eu amava ele, mas ele te bateu e tentou fazer mal comigo. —fez cara triste.

Viviane: e a mãe teve que ir embora daqui?

Laura: ela não vai mais morar aqui?

Viviane: não e a gente quase nunca vai ver ela também. Ela tentou fazer mal a nós duas também.

Laura: mas você vai embora também,

Viviane: eu não, vou sempre ficar aqui.

Recebi uma mensagem no celular dizendo "tua mãe vai passar aí pra pegar as coisas dela e já mete o pé do morro, aproveita se quiser despedida", o número era desconhecido e eu nem me dei ao trabalho de salvar ou perguntar quem era.

Viviane: a mãe tá vindo aqui, você pode se despedir se quiser.

Laura: eu quero só dar tchau, posso?

Viviane: lógico que pode, daqui a pouco ela chega aqui.

Nem demorou muito a Camila desceu e a porta foi aberta, ela tava toda machucada, minha mãe entrou me olhando com ódio total.

Laura: mamãe.

Fran: o que foi Laura? — a menina ficou xoxa na hora.

Viviane: ela não tem culpa, fala direito com ela.

Fran: tem razão, a culpada disso aqui foi você! Sua nojenta! Matou seu pai e mandou me baterem.

Viviane: eu não tenho culpa se vocês foram sujos ao ponto de machucar a filha de vocês. Você vai falar com ela Laura?

Fran: não tenho mais nada pra falar com ninguém, só vim pegar minhas coisas. —falou rude.

Ela subiu e eu só abracei a Laura que começou a chorar, a Camila me olhou sem saber muito o que fazer. Eu estava super tranquila com aquela situação, única coisa que me afetava ali era a Laura.

Mas já me aliviei em saber que a casa ficaria pra mim, não iria precisar pagar aluguel. Sera que é errado eu pensar nisso na altura do campeonato?

Camila: vou lá em casa pegar roupa, durmo aqui hoje.

Viviane: nem te chamei. —mostrei a língua.

Destino traçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora