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Viviane

Meus planos de fazer uma noite das meninas aqui em casa foi por água a baixo. As meninas animaram ir pra um baile, na Cdd.

Eu ia até dizer que não, mas começaram as chantagens e eu aceitei, ia ganhar nada ficando aqui em casa. Foi uma demora do caralho pra quatro garotas se arrumarem junta.

Baile daqui era meio diferente do de lá, era menos cheio e a aqui não tinha tantas pessoas turistas sabe? Na rocinha vem bastante gente de fora e isso é bem nítido, só de olhar pra pessoa você sabe se ela é ou não daqui do Rio.

Camila: gente, que fim de mundo é esse?

Luana: cheio de gente feia, meu pai. —eu ri.

Ela nem mentiu, tinha um pessoal bem judiado aqui, uns até se salvava. Ficamos na pista mesmo num cantinho.

Keila e a Luana estavam até conversando já, depois de umas bebidas. Nem pareciam que as mesma não se gostavam. Tavam até dançando juntinhas.

Viviane: cigarro mata. —avisei a Camila.

Camila: da nada, quanto mais cedo, melhor. —bati no braço dela.

Viviane: fala merda não, bestona. —ela riu.

Elas me puxaram e eu comecei a dançar no mesmo ritmo que elas, bem sincronizadas. Olhei pro lado e do nada vi a Luana falando com irmão dela, que tava com aquela tropa todinha dele.

Os cara que estava com ele me secou na cara de pau, mas o Boquinha sussurrou algo pra eles que desviaram o olhar.

Boquinha: fala tu, sonsa. —me cumprimentou— aí loira. —puxou o cabelo da Camila.

Camila: viado.

Viviane: perturbado, falou o que de mim ali hein?

Boquinha: nada —ele começou a rir, todo besta— logo você por aqui, foi arrastada por quem?

Viviane: quem se acha? —ele olhou a Keila que sorriu de lado.

Boquinha: quem é tua amiguinha? —antes de eu responder, o Jogador chamou ele— depois a gente se tromba, se liga sonsa. —mostrei o dedo pra ele.

Luana: Jogador mandou a gente subi.

Keila: a gente ou você? —Luana encarou ela de cara fechada.

Luana: Eu, se quiserem ficar na pista, eu subo sozinha.

Keila: não perco oportunidade de subir pra camarote não, filha. —Luana me encarou e aí eu entendi tudo, ela tava se segurando pra não dar um esculacho na Keila.

Viviane: queria subi não, mas se você veio com a gente, vai voltar com a gente. Vamo lá.

A gente subiu, o outro me encarou e eu virei a cara. Ficamos poucas vezes e ele vem com aquele papinho pra mim? Ah me poupe. Mas como eu sou cuzona, não ia pagar pra vê o que ele seria capaz de fazer.

Eu também fui burra né, bandido é tudo igual. Maldita hora que achei que ele seria diferente só porque me ajudou naquele dia, tão iludida meu Deus.

Camila: tá dormindo, fia? Tô falando contigo maior cota. —me tirou dos pensamentos— tá suave?

Viviane: tô.

Camila: te conheço, o que pega? —acendeu o cigarro de maconha dessa vez— preciso queimar um balão pra ficar suave.

Viviane: você que conhece mais o Jogador, se acha que ele cortaria meu cabelo ou me mataria? —falei e ela riu soltando a fumaça.

Camila: olha Vivi, ele é bem discreto no que faz, sabe? Nunca vi ele matando ninguém assim e muito menos batendo nas meninas que ele pega, mas já rolou fofocas, se são verdadeiras ou não, aí já não sei. Mas o que ele fez?

Viviane: um cara me parou mais cedo, achou que eu era outra pessoa. Mas ele já pensou que eu tava trocando ideia com esse cara é veio falando umas coisas pra mim, dizendo que não era pra mim ficar com ninguém no morro dele, se não eu ia vê o que ia acontecer. —ela me olhou com maior carão.

Camila: acho que ele não faz nada não, eu acho. Mas não paga pra vê vivi.

Viviane: jamais.

Paramos de falar e ficamos caladas, mas as duas olhava pra um lado específico, tinha um grupinho de gente ali. Eu mesma tava olhando pra um garoto gatíssimo que tava ali, Camila já tava olhando pra uma menina.

Não demorou muito o menino chegou em mim, conversamos durante um tempo, mas ele era todo ele lerdo. Eu já sou meia lerda, se eu me envolver com alguém que seja lerdo, vamos ficar dois mongos, não da.

[....] Keila: vira vira vira. —gritou enquanto eu tava com a garrafa de whisky na boca.

Virei até aonde deu e depois dei a garrafa a ela, senti a queimação vindo a tona, pra que fui virar essa bosta? Já tinha feito isso 3 vezes e sempre me perguntava a mesma coisa.

Luana: vai com calma, Vivi. Se a cerveja te derrubou, imagine whisky.

Keila: larga de ser chata, você não pode beber, mas ela é de maior e tá com a gente. Deixa ela curtir.

Eu nem falei nada, só puxei a Lua pra dançar comigo, ela nem recusou. Eu confesso que já estava bem doidona, mas tava com as minhas amigas cara, não ia dar nada errado não é se desse era pouca coisa.

Eu tava doida pra ir fazer xixi, mas ninguém queria ir comigo, porque eu já tinha usado o banheiro três vezes, mas o que posso fazer se preciso fazer xixi?

Viviane: vou sem vocês, preciso usar o banheiro ou eu faço xixi aqui no chão.

Luana: segura a piriquita garota, toda hora. —eu ri.

Viviane: vão comigo ou não? Eu uso o daqui de cima mesmo, sem câo.

Camila: vou contigo.

Agradeci mentalmente por ela se oferecer pra ir comigo, depois daquele baile de São João fiquei no medo de toda vez que eu ir usar o banheiro eu encontrar um tarado.

Camila: última vez viu, vivi? Se tu quiser ir no banheiro de novo, eu juro que faço tu engolir teu mijo.

Viviane: tá agressiva hoje, hein.

Camila: vai logo mijona. —me empurrou pra dentro do banheiro.

Fiz meu xixi, por pouco não faço xixi na roupa, juro! Lavei minha mão ali e sai, dando de cara com Jogador que conversava com a Camila.

Camila: bora?

Jogador: pode ir Camila, quero bater um papo com ela! —me encarou.

Destino traçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora