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Luana

Reconheço meu erro, falei coisas que não devia, coisas que eu não tinha o direito de dizer mesmo estando num momento de raiva.

Eu sei que meu irmão não é o culpado, na real ele me ajudou tanto depois daquilo, me deu apoio como ninguém, ficou ao meu lado durante todos os meses que mesmo eu sendo uma criança, não conseguia sair da cama.

Eu fiquei com medo de homens durante muito tempo, não saia de casa, não falava com ninguém, nem mesmo com os seguranças, o único que eu conseguia falar era meu irmão, ele sempre esteve ali. Quando superei isso, eu comecei a achar que a culpa tinha sido dele.

Mas depois de várias sessões de terapia, eu vi que ele não tinha culpa. Bastou um momento de raiva pra mim jogar as coisas na cara dele.

Fiquei mal com isso e minha mãe nem se fala né, ela conversou comigo e pediu perdão pelo tapa na cara, consegui conversar com ela e pedi perdão por tudo que eu tinha dito pro Ruan.

Depois de dias que aquilo rolou, eu ainda não conseguia criar coragem e pedir desculpa pra ele, me senti um lixo de verdade.

Michele: anda Luana, desembucha.

Jogador: tô aqui pra ouvi ela falar nada não, se ela não quer falar os bagulho a senhora tá botando pressão pra que? Quero ouvi as desculpas furada dela não. —falou sem olhar na minha cara.

Michele: você conhece a Luana, orgulhosa assim como você. Se eu não der um empurrãozinho, vocês vão morrer sem se falar. Ela quer pedir desculpa, Ruan. Só não sabe como começar.

Luana: pode deixar a gente sozinhos, mãe.

Michele: escuta ela, Ruan. —falou e saiu.

Fiquei uns minutos quieta, não sabia por onde começar, tava toda errada naquela situação.

Jogador: vai falar ou eu posso meter o pé? Tenho que traficar —ele olhou no meu olho pela primeira vez— pra sustentar vocês.  —falou seco.

Luana: eu errei, tá legal? Me desculpa cara. Agi por impulso e falei aquilo na hora da raiva. Eu tava bolada e puta com tudo que tinha acontecido e ainda mais por você ter ficado bravo com aquele meu lance e do Caíque. Eu só quero te pedir perdão, Ruan. Eu errei feio contigo, não tinha esse direito de acusar você das parada. Você que tava do meu lado quando precisei —não aguentei e comecei a chorar— você que foi o homem da casa e graças a você, a gente não passa fome e tem aonde morar, graças a você tenho tudo do bom e do melhor, só me desculpa.

Jogador: você fez eu me sentir culpado, Luana. Me droguei pra caralho, não te culpo por isso não, até porque usei a droga por vontade minha. Mas tu tem que começar a pensar no que fala, desse jeito vai magoar várias pessoas.

Luana: me desculpa, eu fiquei tão preocupada quando soube que você ficou chapado. Você me perdoa?

Jogador: lógico né Luana, apensar de ser uma cuzona, é minha irmã, meu sangue. —me abraçou de lado e beijou minha cabeca— mas se tu voltar a ficar com aquele cara, eu não tô zoando, mato vocês dois.

Engoli seco aquilo que ele falou, tinha acabado de me resolver com ele, não ia arrumar outro b.o.

Eu e o Caíque nem nos falamos depois daquilo, ele não mandou mensagem e eu também não é ficou por isso mesmo.

Não mandei porque ele deveria ter mandado, a ex dele que procurou briga comigo por causa dele, eu fui pro desenrolo e ele nem aí, não manda mensagem nenhuma? Comecei até achar que tudo isso foi à toa, todo nosso lance foi por nada.

[....] A Viviane me chamou pra ir dormi na casa dela, nem queria, não gosto da Keila, não sinto verdade nela, mas acabei aceitando depois de tanta insistência.

Mas pensa numa garota que não me desce de jeito nenhum depois que deu várias mancadas com a Viviane, porra! Falsa demais cara.

Me aproximei bastante da Vivi, ainda mais depois que as meninas se afastaram de mim,eu não sei nem o motivo, mas jamais corro atrás de amizade!! Únicas que eu continuo falando sempre é a Raylla e a Maya.

Sai na rua com minha mochila nas costas, já sou baixa, aí carrego uma bolsa dessas, fico igual a tartaruga ninja.

Pt: quer ajuda aí? —me chamou e me virei vendo ele e o X2.

Luana: quero. —sorri olhando pra ele.

O Caíque me encarou aparentemente bolado e eu ignorei subindo na moro do Patrick e agarrei a cintura dele.

Pt: tá me usando pra fazer ciúmes no mano aí.

Luana: você que ofereceu ajuda.

Pt: e tu se aproveitou da situação, mandada.

Luana: vai me dizer que você também não? Se aproveitar um pouco das coisas não tem problema. —passei a mão de leve no abdômen dele.

Vi a cara de tenso dele e eu sorri de canto tirando minha mão dali e segurando no negócio da moto.

Luana: valeu pena carona, gato.

Pt: brinca muito tu.  —eu ri.

Bati na porta e só ouvi o grito da Camila mandando entrar.

Luana: me diz, como foi a noite? —falei toda afobada, Maya tinha me contado do que iriam fazer.

Viviane: nem rolou, Maya deu pra trás.

Camila: tão mais afobada que eu, não devem ta transando né. Mas a mãe dela ligou.

Viviane: não tô mesmo, tá tenso.

Luana: você é tão sonsa, cara nem arde mano! Deu hoje de manhã pro meu irmão, assanhada.

Keila: cheguei. —as meninas sorriram e eu revirei os olhos.

Destino traçado Where stories live. Discover now