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Keila

Terminei de limpar a casa todinha, sozinha como sempre. Tudo nessa casa sou eu que faço, incrível. Enquanto a vagabunda da Nayane fica sentada coçando a buceta.

Keila: terminei já, vou sair.

Joelma: não vai.

Keila: eu tô avisando só, limpei tudo o que você pediu sozinha e vou sair.

Nayane: obedece a mãe cara, por isso que ela te esculacha. —disse debochando.

Respirei fundo buscando paz pra não mandar todos dessa casa tomar no cu! Meu pai e minha mãe passa a mão na cabeça da Nayane desde que eu me conheço por gente, ela erra, a culpada sou eu.

Garota não trabalha, não limpa a casa, não estudo e ainda tem o que quer, eu que trabalho e tenho meu próprio dinheiro, só tomo no cu.

Nayane: se esqueceu do meu banheiro.

Keila: sou obrigada limpar suas porquice não. Levanta o cu da cama e vai limpar, sou faxineira de vocês não.

Joelma: fala direito Keila. Tá doida pra tomar na cara né?

Keila: eu cansei de vocês já, Nayane não faz porra nenhuma da vida e não ajuda em nada em casa, meu pai vive na casa da família perfeita dele e você se contentando em ver ele de noite pra fiel dele não saber. Eu que não vou ficar dentro de casa ouvindo vocês falar no meu ouvido reclamando enquanto tento fazer o melhor, cansei!

Joelma: esse é seu melhor Keila? Imagine o pior... você não faz nada direito garota, limpar a casa é obrigação sua, larga de ser nojenta! Você é literalmente um karma na minha vida. —meus olhos encheram de lágrimas.

Keila: você reclama tanto de mim, mas não enxerga a si mesma ou melhor? Não enxerga nem tua protegida. Todas as críticas que você faz de mim, eu só vejo isso como características sua! Agora me da licença. —sai de casa batendo porta.

Corri pro primeiro beco que vi e encostei num canto escondida, aquelas palavras foram como uma facada pra mim. Não aguentei e comecei a chorar. O que eu fiz de errado pra ser chamada de karma?

Eu sempre tentei, eu juro que sempre tentei ser a filha 10/10, mas até quando eu ia suportar viver dando de perfeitinha e não receber um elogio ou uma recompensa em troca? Nayane sempre foi nem aí pra nada e eles sempre passaram a mão na cabeça dela, anulando todos os erros dela.

Crescer sendo comparada com alguém é a pior coisa, se eu tirasse 10 e Nayane 5, minha mãe me culpava, dizia que eu não ajudava minha irmã e tava tentando humilhar ela. Se eu comprasse qualquer coisa pra mim com meu dinheiro, minha mãe fazia um inferno até eu me irritar e da pra Nayane.

Momentos bons em família eu não tenho nenhum, a não ser quando era pequena, mas nesses momentos não envolve minha mãe e nem meu pai, envolve mesmo as minhas colegas de rua.

Meu dinheiro todinho do salário minha mãe pega pra pagar as contas e o aluguel, aí o que me resta é sentar pra bandido em busca de umas metas, não vou dizer que não gosto, porque eu adoro! Ganho roupa, bebida e de vez enquanto até dinheiro mesmo.

X2: coe mina, tá chorando aí porque?

Keila: não tô chorando. —limpei meu rosto— cadê a Carol?

X2: tá lá na casa dela, quer que eu te leve?

Keila: por favor.

Eu me afastei das meninas e quem me sobrou foi a Carol que eu já falava a um tempo e umas outras colegas de copo. Eu liguei pro Jogador pra tentar adiantar meu lado, sei que se eu segurasse ele eu ia ganhar uma meta boa, mas a Viviane toda intrometida atendeu o celular dele.

Aquela lá, de boba só tem a cara. Assim que a casa caiu pra ela correu logo pra sentar pra bandido, não tem vida mais fácil que essa né? Logo pra quem ainda, sentou pro patrão.

Me arrependo pra caralho de ter arrumado aquele emprego, por mim queria ver ela se matando de esfregar pratos na lanchonete, aí queria vê se o Jogador ia querer ela. Já até tentei falar com o dono do salão, Celso, pra ele demitir ela e adiantou? Que nada! Diz ele que a mulher dele que comanda o salão e ela falou que a Viviane é uma das melhores maquiadoras que já passou por lá, duvido!

X2: tá pensando em que? Bora, minha moto ta ali fora. —me tirou dos pensamentos.

Keila: tá bom.

Ele fez sinal pra mim passar na frente dele, X2 não é besta, se aproximou roçando em mim. Olhei pra ele que continuou com a maior cara de sonso. Esperei ele subir na moto e subi na garupa me segurando.

Casa da Carol era em outro beco todo estreito, entrava moto nem fodendo.

X2: te guio até lá. —desligou a moto e pegou a chave.

Desci primeiro e já fui entrando nos beco, conhecia muito bem cada cantinho dos beco da favela, ainda mais aqueles que nem luz tinha haha, adoro.

X2: tá com pressa? Vai devagar. —me puxou pela cintura e grudou na parede.

Keila: tá fazendo o que? Você não vale nada cara.. tu tá voltando com a Carol e quer me beijar? —olhei pra boca dele— se acha que ela não me conta que vocês tão quase voltando não?

X2: mas ainda tô solteiro e mesmo se não tivesse, ela não ia saber. Se é a maior gostosa Keila. —chegou perto e eu senti seu membro na minha perna.

Se ele não presta, eu presto menos ainda!!!

Puxei ele pela nuca e começamos um beijo gostoso a beça, já estávamos cheios de mão boba e eu com um fogo do caralho. Menino é novinho, mas sabe fazer bem!

X2: depois que tu sair dai, me avisa! A gente marca num barraco.

Keila: tá, não vou demorar aqui não.

X2: beijo gostosa. —me puxou dando um beijo de novo e saiu.

Bati na porta da gata e esperei ela descer pra abrir.

Carol: tá tudo bem?

Keila: tudo ótimo e você amiga? Que cara é essa?

Carol: caíque amiga, ele me mostrou que ta mudado pra caramba, bloqueou aquela Luana em tudo qualquer lugar e me chamou pra sair amanhã, certeza que vamos voltar.

Keila: ainda bem né! Aproveita demais, vocês dois ficam num fogo no cu, mas se merecem pra caramba, se te faz feliz demais amiga. —ela sorriu assentindo.

Destino traçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora