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Série tá entrando na reta final pq tô escrevendo outra babado!!!

Jogador

Tem coisa que é só pra tirar a paciência mesmo, tá ligado? Fim de ano e geral na rua, maior clima gostosinho e os caras quer vim tirar o lazer. 7hr da manhã ainda, querendo ou não tem trabalhador na rua.

E esses caras não vieram com propósito de prender ninguém, vierem pra matar mesmo, fazer uma chacina. Eu já tava puto pra caralho porque tinham matado um morador, fico de cara quente com esse bagulho de matar inocente.

Aí depois a mídia vai passar como se eles fossem o herói da história e a gente os vilão, se pá ainda vão jogar na nossa conta a morte desse moleque, mas isso era o de menos pra mim, bagulho se tratava de uma vida, tá ligado? Conheci esse menor, ele tem mãe, tem pai, tem uma família, não é fácil não pô.

A bala tava comendo firme, meu dedo tava forte, nem saía do gatilho. Nas ruas já tinha corpos pra caralho, tava a mesma coisa de sempre.

Pt: eles tão chamando reforço, Jogador.

Jogador: peida não, tamo na merma disposição ainda.

A gente tinha uma vantagem quando se tratava de armamento, estávamos com as melhores armas, bagulho importado.

Já estava suando pra caralho com essa touca na cara, mas não podia dar o mole de tirar não, já pensou minha cara estampada por aí? Tô podendo com isso não.

Estávamos há duas horas numa trocação de tiro sem parar. Bagulho continuava intenso e eu tava cansado, afim de apelar mesmo.

-se entrega cuzao! A gente vai te pegar, arrombado, bota a cara. —ouvi um grito, entrei no embalo.

Jogador: chega, brota, pia pô. Vem pro beco 08, eu e tu, na trocação. —Pt me olhou sem entender.

-só eu e tu, brota lá. Te levo pra dar uma volta de camburão.

Jogador: vou adorar um passeio.

Pt: qual vai ser?

Jogador: ele não vai sozinho, eu também não. Quero um olheiro mirando nele da laje e tu escondido em algum canto. Papo é pegar ele e quem tiver com ele por trás e mandar um recado pro comandate.

Pt: e tu acha que isso vai da certo? Se essa porra der câo a gente roda.

Jogador: ninguém vai rodar, abraça meu papo.

Pt foi por outro lado com mais 4 menor e eu fui só pulando de muro em muro pra chegar lá na picadilha.

Jogador: bota a cara, tu não é o machão?

-aqui. —apareceu sorrindo e eu encarei o Matias, filho da puta— Eu sempre falei que um dia a casa ia cair pra tu, não falei?

Jogador: e eu tô esperando esse dia, até hoje pô. —segurei a arma na direção dele, já que ele segurava na minha direção— achei que vinha sozinho, sabe nem esconder eles.

Matias: não sou burro não. Vidinha no tráfico pode ser até gostosa, mas só tem duas saídas, tô pensando qual saída eu vou dar pra tu. Não sei se deixo você na cadeira, morrer lá. Ou se faço questão de te matar, já pensou como tua mulher vai ficar depois que tu bater as botas, vai precisar de consolo né.

Nunca fui com a cara dele, falso pra caralho e sempre invejoso, geral da família falava que era implicância minha, mas será mermo? Sera?

Só fiz um sinal e logo minha tropa apareceu atirando em tudo e eu me escondi atrás de um murinho ali. Os dele tudo caíram no chão e só restou o Matias, que ainda estava abaixado.

Cheguei perto dele e com o Pt do meu lado e tirei as armas dele.

Jogador: eu podia mandar tu ir pra um caminho mais fácil né? Mas essa sua vida amargurada aí já basta. Tu só vai passar um papo pro teu comandante. A filhinha dele, Milene né? Manda ele se ligar e meter o pé daqui agora, se não bagulho vai sobrar pra ela, tô ligado aonde ela trabalha, a hora que sai e sei até o ônibus que ela pega. Manda ele abraçar o meu papo e nem brotar mais aqui. —meti um tiro no pé dele que urrou de dor— te espero no ano novo, primo. —bati nas costas dele e dei as costas.

Matias: filho da puta. —só ouvi um disparo e meu corpo sendo segurado pelos caras— tu não vai estar vivo até lá.

Jogador: desce com esse filho da puta, faz ele de escudo até o pé do morro. —falei entre dentes, tava ardendo pra caralho.

Comecei a ficar fraco pra caralho e as minhas vistas apagaram.

[....] Michele: ele vai! Ele não vai ficar aqui não, tá doido? —ouvi a voz dela altona e a dor de cabeça já bateu.

Boquinha: pista tá salgada, vai ser foda descer com ele.

Abri meus olhos e vi minha mãe ali, a Viviane com a Sofia no colo e o Boquinha.

Viviane: amor? —veio até mim e colocou a Sofia no chão— Jogador? Tá me ouvindo?

Michele: Ruan??

Boquinha: reage menor. —tacou água gelada na minha cara me fazendo despertar.

-agora que tenho certeza que não matei ele, posso ir embora. Os remédios são aqueles ali e eu anotei como ele deve tomar certinho. Não pode fazer esforço nenhum, porque ele perdeu muito sangue. —uma mulher toda de branco falou, deduzi ser enfermeira, mas tava toda nervosa.

Jogador: minha cabeça tá doendo.

-pode ser que fique dolorida por hoje, já que seu amigo aí bateu tua cabeça na porta quando foi te trazer. —fiz cara feia olhando pro Boquinha, faz nada direito.

Ela saiu e a minha mãe já veio com maior aperto de mente.

Michele: voce não me inventa viu? Olha a rabuda que você se meteu logo final do ano. Sempre soube que você me daria dor de cabeça, desde pequeno. Tu baixinho daquele jeito tinha maior marra, folgado pra caramba e saía na porrada com os meninos mais velhos. Mas quer saber Ruan? Preferia você arrumando briga boba do que trocação de tiro por aí. Não tenho mais idade pra me preocupar não. E se você tivesse morrido hein? Como eu ia ficar? Sua filha, sua mulher, sua irmã... tá na hora de pensar nisso.

Destino traçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora