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Jogador

Os caras tudo de gastação, Boquinha puxava o bonde e eu ia atrás com o Pt, só os menor de raça aqui.

Senti alguém puxando meu braço com força, já olhei pra trás como? Puto pra caralho. Quando vi era a Monica, irmã da Alessa.

Monica: Jogador, sei nem como falar isso, tem como você me ajudar por favor? —disse toda desesperada.

Jogador: vai com calma, tu chega toda eufórica na ignorância puxando meu braço porra. Fala o que tu quer.

Monica: a Alessa, ela tá lá me casa desacordada, aquele namoradinho dela bateu nela. Minha mãe ta toda desesperada.

Chamei só o Pt e o Boquinha pra brotar lá comigo. Cheguei na casa dela e a mãe dela toda nervosa chorando e a Alessa toda machucada.

Simaria: eu que pedi pra Monica te chamar, eu não sei mais o que fazer. Eles terminaram a um tempão e ele continua vindo atrás dela, marcando em cima, ameaçando. Por favor filho, tira esse cara do caminho da Alessa.

Jogador: explica a parada aí, o que rolou.

Monica: tava eu e ela só aqui em casa, aí ele veio aqui na porta e eles começaram a discutir, quando eu ouvi os gritos dela sai pra fora e ele já tava batendo nela, tentei impedir mas nem adiantou de nada. Quando citei seu nome ele parou e saiu daqui me ameaçando também, eu não ia te chamar, só falei pra ele sair mesmo, mas aí a minha mãe chegou em casa agora e pediu pra mim ir atrás de você.

Jogador: papo é isso mesmo? Tão de k.o não né?

Simaria: eu sei que minha filha aprontou contigo, mas tu conhece a minha índole e a da Mônica, jamais estaríamos inventando uma coisa dessa.

Jogador: fica suave aí tia, vou resolver esse bagulho já. Ele não vai mais incomodar vocês não. —falei sucinto, minha brisa tinha até passado. Sai da casa dela e os moleques tavam lá me esperando— Boquinha volta pro baile e fala pra Vivi que tive que resolver um b.o, Pt vamo atrás daquele barbeiro lá, ex da Alessa.

Pt: to ligado aonde ele mora, bora.

A gente chegou no barraco dele e já demos maior batidão na porta, ele abriu a porta com cara de sono.

- algum bagulho aconteceu?

Jogador: tranquilo tu?

- suave, fiz algo?

Jogador: fez, e tu sabe que fez. Vou mandar um papo só pra tu e é melhor você abraçar. Na minha favela não aceito homem batendo em mulher não. Por isso tô mandando o papo reto, quero você longe da Alessa, não é nem pra tentar manter contato com ela. Se eu souber que tu tá tentando qualquer coisa com ela ou com qualquer uma da família dela, a cobração vai ser sem leme e vai ser uma só.

- não sei o que aquela louca falou pra você, mas eu não encostei um dedo se quer nela. Aquela vadia que me traiu e ainda terminou comigo.

Jogador: te passei o papo, agora tu abraça porque se eu descobrir que tu tá tramando algo contra a garota, tu vai se foder na minha mão. —dei as costas— e bora, se vai dar uma volta comigo. —puxei ele pelo pescoço e sai dali enfiando ele no carro.

Mandei os menor dar umas pauladas nele, pra ficar esperto e vê que não tô blefando. Depois guiei pro baile de novo, Viviane tava me olhando com maior bico na cara. Só que hoje eu não queria problema não, tava afim só de lazer.

[....] Olhei ela saindo do banheiro, foi pra perto do quarta roupa e mexeu nas gavetas separando a roupa dela. Quando ela tirou a toalha, aí mesmo não desviei o olhar. Ela vestiu a calcinha de renda branca, depois o sutiã branco sem bojo de renda também, por fim colocou uma camisa minha e voltou pro quarto.

Viviane: o que você quer?

Jogador: decidiu parar de negar voz pra mim?

Viviane: fica me olhando aí, me deixa toda incomodada.

Jogador: pode olhar não? —ela parou de me responder e deu ombros pra sair do quarto.

Levantei rapidão e entrei na frente dela, impedindo ela de sair. Viviane tem esse mal que não abre a boca, quer sempre que eu vá atrás.

Viviane: sai da frente.

Jogador: tô nem entendendo porque tu tá assim comigo, falei pra você que fui só fazer ronda.

Viviane: tá bom Jogador, já entendi. —ela ta assim agora, fica bolada e começa a me chamar pelo vulgo— e porque não voltou quando todo mundo veio?

Jogador: porque eu fui resolver um bagulho, mandei o Boquinha te falar.

Viviane: hm, entendi. Sai da frente. —me empurrou e eu segurei as mãos dela.

Jogador: tu só sai daqui quando você me falar o porque de ta assim e a gente se resolver.

Namorar é foda já, imagina casar? Viver a vida de casado, conviver todos os dias juntos, bagulho é de louco. Aqui em casa tem horas que fica um caos do caralho e eu até corro pra boca, melhor do que discutir com a malucona.

E nós dois ainda tem umas brigas bem besta, nunca é parada séria. Mas o foda é que mulher complica e acha que a gente é adivinha, não abrem a boca pra falar e ficam bolada ai.

Jogador: o bagulho é porque sai e demorei?

Viviane: não, o negócio é que TODO mundo voltou, MENOS VOCÊ. —apontou o dedo— aonde você tava?

Jogador: ahhh, agora entendi. Tu tá toda desconfiada de mim aí. Eu fui resolver uma parada, já falei.

Viviane: que parada?

Jogador: o ex da Alessa bateu nela e eu fui resolver esse problema. A irmã dela me chamou quando eu tava na ronda, fui lá, vi o proceder e depois tive que ir cobrar ele. Tá satisfeita?

Viviane: você podia ter falado isso ontem, porque eu estava puta e já tava passando um monte de coisa na minha mente.

Jogador: problema é que tu tá desconfiada demais de mim e eu nunca dei motivo pra você. Um bagulho que odeio é que fiquem de desconfiança pro meu lado.

Viviane: desculpa ta? Mas você tem que entender também. Queria que eu tivesse imaginado o que?

Jogador: queria que você imaginasse nada não, até porque mandei o Boquinha falar o que eu tava fazendo, tu devia é confiar em mim.

Viviane: eu vou melhorar isso, tá legal? Foi mal mesmo amor. —veio e me deu um selinho.

Posso ta bolado o que for, mas só essa  garota me chamar de amor e vim me beijar que minha marra some, incrível como virei um otario, papo reto!

Destino traçado Onde as histórias ganham vida. Descobre agora