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Luana

Eu estava passando mal demais, de verdade. Não conseguia respirar e só chorava. Ver aquela cena do Ruan socando o pai do meu filho me doeu e mais ainda a forma que ele falou comigo.

Eu tô com vergonha de dizer que você é minha irmã.

Que eu tinha fodido minha vida eu já sabia, mas agora mais do que qualquer pessoa eu sabia que não tinha como voltar atrás e muito menos razão pra mim ficar remoendo tudo.

Caíque saiu daqui sem nem dizer nada, só recebi uma mensagem dele "fica tranquila, eu vou fazer de tudo pelo nosso filho, Luana. Só não vou pisar na tua casa de novo, vou sumir uns dias pra resolver uma parada".

Não perguntei o porque do sumiço porque já sabia que ele ia se afastar daqui por conta do Ruan e agora porque ele já não era mais um dos soldados do meu irmão.

Michele: vai tomar um banho quente Luana, só estamos nós duas agora.

Luana: tá tudo bem.

Michele: não ligue pelas palavras que seu irmão disse, entende que ele tava bravo. Mas não tô dizendo que ele está certo, depois até me resolvo com ele. —dizer era fácil, difícil era esquecer as malditas palavras.

Luana: eu não me importei. —menti— nada do que ele disse me incomodou.

Levantei calada e sai do quarto indo em direção ao banheiro. Quando liguei o chuveiro me permitir a chorar, é claro que aquilo me magoou. Sempre fui a princesinha do meu pai e do meu irmão, perder meu pai foi sem dúvida a pior coisa que me aconteceu e desde então quem tomou o lugar paterno na minha vida foi o Ruan.

Sempre lutei pra agradar ele e ouvir que ele tinha vergonha de mim foi um puta baque. Não sei se um dia ele irá me perdoar, creio que não.

Michele: Luana, tá bem? —falou do outro lado da porta— Luana? Tá demorando...

Luana: estou bem mãe, já saio.

Minha mãe ficou até brava quando eu contei sobre esse feto, mas agora ela estava super preocupada comigo.

Me enrolei na toalha e comecei a me secar. Sai do banheiro e minha mãe estava ali parada.

Luana: foi só um banho pra relaxar mãe, não precisa se preocupar. —sabia que além de preocupada comigo, ela se preocupava mais com medo que eu pudesse fazer alguma coisa com o neto dela.

Fui pro meu quarto e antes de começar a me trocar olhei minha barriga pelo espelho, não estava grande, mas já tinha uma pontinha. Pouco a pouco ela vinha crescendo, rápido demais.

Limpei meu rosto quando senti lagrimas grossas caírem. Já tinha até perdido a conta de quantas vezes já tinha me pego chorando olhando minha barriga ou até mesmo vendo o exame de gravidez, isso já até fazia parte do meu dia a dia.

Michele: desce, vai se alimentar.

Luana: já vou. —calcei minhas sandálias.

Desci vendo que ela tinha feito uma janta caprichada, deve ter achado que Ruan viesse pra cá. Peguei meu celular e vi uma série de mensagens, da Viviane, da Raylla e da Maya principalmente.

As minhas "amigas" já até sabiam da gravidez, disseram que estavam feliz por mim, exceto a Letícia, que falou que fui burra e quando soube que o X2 ainda era o pai, me xingou de tudo qualquer nome. Eu já fiquei cismada né? Não seria supresa ele tá comendo ela também.

Porque geral do morro já sabe que ele voltou com a Carol, que ele pegou a Keila esses tempos. Caíque tá igual pica de mel, morro todo querendo. Quero só vê se vai continuar quando souberem que ele não trabalha mais pro meu irmão.

Saber de todas as meninas que ele estava pegando me deixava nervosa, cismada demais, eu ainda gostava desse infeliz. Não era amor, isso eu sabia.

Pt: coe gata, tem uma amiga tua aqui na porta. —falou na janela de casa.

Luana: deixa entrar, ué.

Pt: ela não quer, mandou tu sair. —encarei ele— É a maya, a baixinha.

Porra, na hora que eu tava comendo. Meu prato ainda estava pela metade cara. Olhei pra minha mãe que assentiu e eu sai vendo ela toda desesperada.

Maya: a mãe dela morreu cara, eu não sei o que fazer. —fiquei em choque.

Luana: ué, ela não tinha mais um meses? O que aconteceu?

Maya: ela parou de tomar os remédios a muito tempo, na real nunca nem tomou. Vamo lá comigo, eu não sei o que fazer.

Luana: Viviane já sabe? —ela negou— mãe tô indo ali, mãe da Camila faleceu e eu vou dar apoio.

Michele: vai, filha. PT, leva elas e fica com a Luana lá, faz a segurança dela e passa em algum lugar pra ela comer algo. —falou preocupada.

Nem um dos rapazes do Ruan era capaz de negar um pedido da minha mãe, sempre estavam dispostos a fazer o que ela quisesse, infelizmente comigo não era assim.

Ele nos deu carona até a casa da Viviane, catamos todo mundo e partimos pra pista, aonde a mãe dela morava. Todo mundo desceu do carro rápido e o Pt me segurou.

Pt: toma —me deu uma sacola— tem 2 coxinhas e bolinho de carne que tu gosta. Parabéns pelo bebê. —olhou pra minha barriga e eu me senti desconfortável.

Luana: brigada, pela comida. Todo mundo já sabe? —me referi a gravidez.

Pt: Jogador so falou pra mim e pro Boquinha, fica suave.

Luana: claro que ele não falaria pra ninguém, ele tá morrendo de vergonha.

Pt: você conhece seu irmão, ele é cabeça dura demais. Ele não tá com vergonha de você, só bravo. —assenti.

Por um momento podia jurar que estava sentindo um frio na barriga olhando pra ele. Senti o olhar dele sobre minha boca e eu abri a porta saindo rápido.

Destino traçado Where stories live. Discover now