Parou em frente a porta. A campainha soou novamente pelos cômodos silenciosos da casa. Sarah cerrou forte os olhos e os abriu. Pondo a mão na maçaneta a girou levemente.
- Sarah Forgent? - um homem gordo com cigarro em uma das mãos perguntou.
- Eu mesma. - respondeu sem manter contato visual.
- Sou o Delegado Rhodes. - apontando para um garoto de aproximadamente vinte e poucos anos ao seu lado. - E esse é o policial Jerome. Podemos entrar?
Sarah avaliava os policiais a sua frente e mal escutou a pergunta do delegado que reforçou, dessa vez mais potente.
- Podemos entrar?
- É claro. Por favor. - saiu da entrada, dando abertura para que os dois passassem. Balançou a cabeça ligeiramente se punindo. - Sentem-se...
O Delegado Rhodes observava minuciosamente cada detalhe da casa. Com o olhar enigmático, parecia procurar alguma coisa ali. Os policiais se sentaram. O delegado deu uma baforada no cigarro e soltou o ar sem se importar com o ambiente em que se encontrava.
- Jerome... - esticou o braço com o cigarro para que o outro policial o pegasse.
Jerome, submisso ao outro, pegou o mesmo e guardou em um pedaço de papel, que em seguida fora colocado no bolso.
- Então... Sarah! - o delegado virou a atenção para ela.
- No que posso ajudá-los? Fiquei extremamente preocupada quando me ligaram. Ainda não compreendo o que está acontecendo... - pesou sua consciência. A gravação da mensagem continuava passando por sua mente. Mordeu o lábio inferior.
Eu não deveria ter feito isso... Eu não deveria ter feito isso.. Eu não deveria ter feito isso...
- Seu celular! Depois falaremos tudo. Talvez nem seja necessário, Sra. Forgent. - levantou uma das sobrancelhas desafiando-a.
Sarah engoliu em seco.
Eu, definitivamente, não deveria ter feito isso...
- Vou trazê-lo... - a passos lentos subiu as escadas. Mesmo sem olhar para trás podia sentir o olhar dos dois fuzilando-a.
Desviou um pouco a visão para o quarto de Kat. A porta estava entreaberta. Dona Célia estava parada, sentada na cama olhando em direção a mesa onde supostamente a garotinha estava sentada brincando com seus dois bonecos.
Chegando a seu quarto, pegou o celular em cima da escrivaninha. Abriu a tela das notificações. Agora não havia mais nada. Olhou as últimas ligações. Realmente estava marcada a chamada de Dr. Alan. Não pensou direito e logo a apagou. Não havia mais registros de Dr. Alan nas ligações anteriores.
Ao regressar para a sala, viu um vulto balançando na cozinha. Engoliu em seco, mas não parou. Sentou-se no sofá junto aos dois e entregou o celular para o delegado. Esse analisou minuciosamente. Entrou nas últimas chamadas. Seu olhar estranhou.
- Jerome! O celular de Alan, por favor. - levantou levemente os olhos, mandando um olhar nada gentil para Sarah.
Colocou os dois celulares lado a lado.
- Sra. Forgent...
- Sim... - Sarah suspirou.
- Onde está a mensagem do Dr. Alan? - Jerome esticou o pescoço e lentamente tirou os celulares da mão do chefe. Começou a analisar também.
Sarah torceu um pouco o pescoço, desconjuntada. Não sabia o que responder.
- Bem... Quando eu cheguei em casa, não havia registros da chamada dele, muito menos mensagens... Talvez pelo fato de estar desligado na hora, não tenha sido marcado. - deu de ombros. Seus olhos demonstravam nitidamente que mentia.
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Vamos Brincar, Kat?
Horror- Filha... Com quem você está falando? - Com o Teddy, mamãe. Um tilintar de xícaras ecoa no quarto. - E sobre o que vocês estão falando? - Sobre a garota no final do corredor. Acho que ela quer brincar de comidinha co...