Vamos Brincar, Kat?

Capítulo 35

O carro preto de Jerome entrada direto e preciso em direção a uma vaga no estacionamento da delegacia de polícia. Agilmente estacionara sem se preocupar em deixar o carro perfeitamente no espaço delimitado. Desceu desse e bateu a porta fortemente, deixando o barulho ecoar no grande estacionamento. Fechou-o com o botão da chave, sem olhar para trás para conferir se realmente estava trancado e os vidros fechados, como sempre fazia.

- Bom dia, Jerome! - um dos policiais, que também chegava, o cumprimentou cordial.

O homem, andando a passos apressados, não respondeu, caminhando sem desvio para falar com Delegado Rhodes.

- Com mal humor às sete da manhã? - o mesmo policial debochou em um tom baixo, mas audível para Jerome.

Não deu atenção. Precisava resolver um problema que não deveria ter chegado até ele. Jerome não tinha nada em relação a Kat ter sido levada para as mãos da Dra. Shoes. Ele sabia que aquela mulher era louca, e não tinham muitas provas concretas para afirmar que Kat era realmente a assassina, apesar das circunstâncias apontarem para essa. Agora Jerome tinha total certeza de que a assassina não era a pequena. Tinha ficado cara a cara com a verdadeira dona da faca em seu apartamento.

O delegado está apaixonado naquela mulher. Ele não percebe que ela apenas o usa para ter pacientes. Dra. Shoes não trata seus pacientes, ela os usa para saciar sua sede de loucura. E agora o problema vem para cima de mim? Eu que não fiz nada?

Jerome estava amedrontado com a visita que recebera. Queria somente se livrar daquela garota o mais rápido possível. Sentia ódio de seu chefe. Agia sem pensar e as consequências ruins caíam sempre sobre as costas de seu subordinado. Estava cansado de carregar o peso pelas atitudes imprudentes do Delegado Rhodes.

Subia cada degrau, para chegar no interior da delegacia, pressionando-os com a força de seu peso. Sua respiração resumia-se a bufadas, tentando acalmar os nervos. Jerome ansiava, quando visse seu chefe a sua frente, avançar sobre seu pescoço e enforcá-lo até a morte por tê-lo colocado naquela situação. Queria acabar com a vida daquele homem inconsequente.

Foi em meio a tais pensamentos que a imagem gorda e baixa do delegado entrou no campo de visão de Jerome. O policial engoliu em seco e arqueou ambas as sobrancelhas. Focou o olhar no pescoço quase inexistente de seu chefe e as mãos se abriram instantaneamente trêmulas, desejando encobrir brutalmente. Cerrou o punho se controlando. Suspirou e caminhou sem desvio na direção do homem que ainda não o tinha visto.

- Delegado Rhodes! - parou atrás dele e falou em um tom potente.

O homem que estava conversando com outros dois policiais parou a conversa e os dispensou ao perceber quem o chamava. Virou lentamente e levantou um pouco a cabeça para encarar nitidamente a face de Jerome.

- Você... - o delegado riu sarcasticamente.

- Precisamos conversar! - o tom de voz de Jerome era firme.

- Eu que deveria ter dito isso! - salientou o pronome que se referia a ele. - Venha pra minha sala. - deu as costas para o subordinado e foi para a sua sala.

Jerome olhou indiferente para os lados e o seguiu. Alguns policiais observavam-no com o canto de olho, pareciam curiosos para saber o que estava acontecendo. Os dois que antes falavam com o delegado, murmuraram algo atrás de pastas de documentos que lhes cobriam a boca.

Delegado Rhodes permaneceu parado na porta, esperando que Jerome entrasse. Assim que esse passou pelo porta, sentiu o olhar fuzilante acompanhar seus movimentos. A porta atrás dele se fechou com um brusco movimento. O homem gordo interrompeu seu movimento no lado oposto da mesa, trocando olhares enfurecidos com seu subordinado.