Delegado Rhodes teve que cruzar a cidade para conseguir chegar no seu destino. Atravessou o trânsito infernal do centro da cidade. Adentrou várias ruelas com situações extremamente precárias. Duas ou três pessoas foram quase atropeladas pelo seu carro. Não usava a viatura, chamaria muita atenção para o lugar. Chegou, finalmente, a um bairro afastado. Estacionou seu carro dois quarteirões de distância, por motivos de maior segurança. Caminhou até o lugar correto. Conferiu o número na frente da casa e bateu firmemente três vezes na porta.
Havia um olho de vidro nessa e pôde sentir-se vigiado através desse.
- Abre essa porta logo! - reclamou olhando para ambos os lados da rua. Conferia se ninguém o via entrar ali.
- Quem é? - uma voz firme perguntou vindo do lado de dentro.
- Rhodes. Delegado Rhodes, você já me viu. Agora abre! - falou sem paciência mantendo o olhar firme no olho de vidro que o fuzilava.
- Como vou saber se você não é uma farsa?
- Pareço uma farsa? - forçou o olhar mantendo um contato mais sério.
- E se você não estiver sozinho? Trouxe a polícia contigo? - a voz mantinha-se firme enquanto questionava incessantemente.
- Eu sou a polícia! - falou em um tom mais alto e potente. Olhou novamente ao seu redor tendo a certeza de que não havia ninguém por ali.
- E ainda quer entrar?
- George?
- Gare!
- Novato idiota. - revirou os olhos e bufou.
- O que disse?
- Chame George agora! - ordenou. Seu tom de voz mostrava o quão sem paciência estava.
Passos ecoaram abafados do outro lado e em seguida voltaram em dobro. Quatro pés ao invés de dois. Sentiu novamente ser vigiado e virou a atenção para o olho de vidro.
- É o Delegado Rhodes seu idiota! - pôde ouvir a voz de George repreendendo o outro. - Dra. Shoes permitiu a entrada dele quando ele vier.
- Você não me avisou. - a voz de Gare não era tão potente agora.
- Ela falou com nós dois! - um estalo, parecendo um forte tapa, chegou aos ouvidos do delegado do lado de fora. Inevitavelmente surgiu um sorriso malicioso em sua face.
O barulho das vozes, então, se tornou um mexer no molho de chaves. O tilintar lhe irritava, mas de certo modo reconfortante. Finalmente a porta seria aberta. Ouviu a chave girar abrindo a porta. Após isso um barulho de pequenas correntes sendo arrastadas. E por último a maçaneta girou a sua frente, deixando à mostra a imagem musculosa de George e Gare em uma pequena sala.
Delegado Rhodes já conhecia a fisionomia de George, que de acordo com seus pensamentos era um tanto estranha, incomum. Com um leve balançar de cabeça o cumprimentou.
- Senhor! - respondeu com um tom de voz firme. Saiu de frente da porta e se pôs na lateral com os braços escondidos às costas.
Gare um pouco indeciso fez o mesmo alguns segundos depois que o companheiro de trabalho. Estava a pouco tempo trabalhando com a Sra. Shoes e não conhecia muito sobre como exatamente funcionava aquilo.
"Siga apenas as ordem. Não faça nada além disso"
A primeira e primordial ordem recebida quando a psicóloga o contratou. Ele não tinha alternativas, exceto concordar.
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Vamos Brincar, Kat?
Horror- Filha... Com quem você está falando? - Com o Teddy, mamãe. Um tilintar de xícaras ecoa no quarto. - E sobre o que vocês estão falando? - Sobre a garota no final do corredor. Acho que ela quer brincar de comidinha co...