Capítulo 7

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   18 anos depois


O casebre era velho e um pouco distante da cidade real, localizado em um pequeno vilarejo, outro reino, milhas distante de Ílac. O local estava bagunçado e as garrafas de bebidas estavam jogadas pelos cantos. O rapaz, debruçado sobre a mesa, relia a carta do seu pai pela décima vez. Havia postergado o máximo que pode, mas agora a situação lhe exigia total atenção. "Está na hora de voltar para casa". As letras piscavam diante dele. Antes, isso não era uma opção, mas agora... Perderia toda a sua liberdade, sua vida de viagens e descobrimento pelo mundo chegaria ao fim, porém, era melhor do que a situação em que se encontrava no momento. Olhava cautelosamente a caligrafia do pai, até ser interrompido pelo seu amigo, que entrava um pouco bêbado e com uma mulher pendurada ao seu lado.

― Aqui ainda? – perguntou o homem com a voz um pouco embolada pelo alcoolismo. Desvencilhou-se da mulher e caminhou até a mesa, retirando a carta das mãos do seu dono.

― Me devolva isso, agora! – ralhou, tomando de volta o pedaço de papel, enquanto o seu companheiro apenas ria e se jogava no pequeno sofá da sala.

A mulher, que os observava atentamente, começou a caminhar em direção ao rapaz. Era um homem bonito e atraente. Seus cabelos negros estavam bagunçados e seu tórax, exposto sem a camisa, mostrava o corpo definido que poucos tinham naquela época. Os olhos azuis cintilantes destacavam-se no meio daqueles traços marcantes e da barba negra charmosa dele. Passou reto pelo seu acompanhante e caminhou em passos lentos e sedutores até onde se encontrava o rapaz que ela mirava. Ele estava nervoso e impaciente, precisava tomar uma decisão, e a brincadeira do seu amigo não havia o ajudado em nada.

― Você parece estressado, precisa relaxar. – ela abaixou-se para dizer em seu ouvido com uma voz harmoniosa e sensual. O rapaz não estava no clima, mas não podia negar que era uma mulher muito formosa. ― Qual o seu nome, querido? – perguntou passando a mão pelo peitoral desnudo, descendo vagarosamente até o abdômen dele.

― Isaac.

― É um belo nome, Isaac. – a mulher respondeu lentamente, saboreando cada sílaba, assim como o corpo que ela tanto apreciava.

O amigo dele já estava desmaiado e eram os únicos no local. A bela mulher sentou-se no colo de Isaac, a fim de tentar tirar toda a sanidade dele, que já começava a aderir a ideia de não passar aquela noite com a cama vazia. Ela começou a trilhar beijos no pescoço do rapaz, e em resposta, com a mão esquerda, ele apertou a cintura dela e com a outra começou a descer lentamente a alça do seu vestido, beijando o local exposto.

― O que um Kreigh faz aqui em nossas terras? – a mulher perguntou, sorrateiramente, no momento que Isaac a despia e beijava o seu colo. Ouvir seu sobrenome sair da boca dela fez todo o seu corpo enrijecer. Ele não a conhecia e não havia dito nada sobre si. Um frio percorreu a sua espinha e a sensação que algo estava errado apoderou-se dele. Retirou a mulher rapidamente do seu colo, empurrando-a para longe. Em seguida, encurralou-a na parede, aterrorizado pela descoberta.

― Como você sabe? – perguntou segurando o rosto dela, a fim de que não desviasse do olhar dele. Um sorriso diabólico se abriu e ela não parecia com medo ou preocupada com nada.

― Eu sei de muitas coisas, Isaac Kreigh. – estalou o céu da boca e passou a língua pelo lábio inferior, enquanto cobiçava o rapaz com luxúria.

― Quem te enviou aqui? Como me conhece? – Isaac indagou transtornado, não estava gostando nada daquele jogo.

― Muitas perguntas, meu doce rapaz. – ergueu a mão para tocá-lo novamente, mas Isaac afastou-se dela, repudiando-a. A mulher franziu o cenho e balançou a cabeça em negativa, não gostando daquele gesto, e caminhou lentamente até ele, aproximando-os de novo.

Trono de SangueWhere stories live. Discover now