Capítulo 16 - Parte II

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A cavalaria havia chegado e, juntamente com ela, toda a escolta do Rei de Medroc. O nome dele não impunha o mesmo medo que o do seu falecido pai, entretanto, era difícil esquecer o passado que Medroc e Ílac tiveram. Por este fato, as pessoas ainda se afastavam quando ele passava, os homens se curvavam e os velhos tremiam. Garret não era Rory, mas aproveitava-se do legado do pai para manter os súditos em seus devidos lugares.

Havia acabado de chegar na terra de Evelyn e entrava no castelo como se fosse o seu. Suas roupas eram feitas dos melhores tecidos, alinhavado a ouro, com brasões de prata e bronze. Bem exuberante e chamativa, do jeito que ele gostava. A mão era coberta por anéis de ouro e pedras preciosas, e os cabelos loiros, bem cuidados, ostentavam acima da sua cabeça a enorme coroa.

Caminhava em passos elegantes, sem olhar para os lados. Ninguém era importante para merecer a sua atenção, gostava apenas de exalar o seu poder e toda a riqueza que tinha, afinal, estava na terra do irmão, não poderia aparentar ser insignificante.

Entrou no castelo com o olhar altivo e um sorriso nos lábios. Admirou toda a ornamentação do lugar e ficou satisfeito por ter se produzido para estar ali. Seu irmão realmente havia caprichado, sentia quase uma disputa de egos. Aquilo tudo era para se amostrar a todos ou apenas por que ele estava indo prestigiá-lo?

Varreu seus olhos pelos grandes lustres de cristal e as cortinas de veludo que tampavam as janelas. Os jarros, quadros e utensílios que adornavam as salas eram brilhosos e não pareciam muito com o estilo da rainha, dando certeza para Garret que aquilo era apenas pompa do seu irmão mais velho.

Segurava a ponta de um sorriso enquanto caminhava pelo local e era guiado até a rainha, que o aguardava no final da recepção.

― Querida Evelyn! – o rei de Medroc abriu seu sorriso ao avistar a mulher. Inclinou-se levemente para ela, pegou a sua mão e cobriu-a com um beijo.

― Quanto tempo, Garret!

― Sentiu a minha falta? - inclinou o canto do lábio e levantou a sobrancelha duas vezes.

Evelyn rolou os olhos para ele, acostumada com a forma que ele sempre a tratou.

― Quer a verdade ou que eu seja sociável? - cruzou os braços, encarando-o.

― Ah, Evy... não me diga que quando está com o ranzinza do meu irmão, você não sente falta das minhas peripécias? Você escolheu o irmão errado, mulher. - Inclinou seu dedo para tocar o rosto dela, mas a rainha bloqueou antes que chegasse perto.

― Eu não tive escolha, Garret – respondeu grosseiramente, não gostando da aproximação dele. Os anos se passavam, mas a sua inconveniência era sempre a mesma.

― Hum... Quer dizer que se pudesse me escolheria? - passou a língua pelo lábio, traçando os olhos pela mulher.

― Nunca! Dos três Buckhaim, Henrique era o melhor, lamento que não esteja mais entre nós - respondeu direta e sem titubear, arrancando uma careta do rei.

― Essa doeu, sabia? - colocou a mão no peito. ― Acho que o Jeffrey não gostaria de ouvir isso. Mas, por outro lado, eu não me importaria de mostrar a você que sou melhor que os dois. Já se deitou com Henrique e com o Jeffrey, só precisa do terceiro irmão para tirar a prova de quem é o melhor. Vamos lá, Evelyn, como pode escolher o Henrique se não provou tudo isso aqui ainda? - apontou para o seu corpo e sorriu.

Evelyn bufou, o ignorou e resolvi sair, não conseguia ficar por muito tempo no mesmo espaço que Garret.

― Vamos lá, Evelyn, não é como se eu não soubesse que você provou de quase todos os Buckhaim. Afinal, sua linda garota é filha do meu falecido irmão, não é? - provocou-a.

Trono de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora