Conto Especial - Feliz Dias dos Namorados

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Para a vida inteira


O menino tinha uma espada de madeira nas mãos, o suor escorria pelo seu pescoço, uma mistura de barro e grama cobriam suas roupas. O peito subia e descia com rapidez, o coração batendo forte e a respiração acelerada, uma leve dor na ponta do abdômen enquanto olhava para o outro garoto a sua frente.

O mais novo também tinha um objeto semelhante ao seu nas mãos, o cabelo negro e comprido agarrava a sua pele e ele passou a mão para tirar de frente dos seus olhos.

― Vamos, Rory, isso é tudo o que você tem? ― o loiro gritou para o outro, apontando a sua espada de brinquedo para ele.

O moreno partiu para ele, tentando cravar a sua arma na barriga do mais velho. O outro garoto desviou e bateu com sua espada nas costas do pequeno, derrubando-o no chão e apontando para a sua nuca.

― Eu sou o Rei Miles, o imbatível, Medroc não tem poder contra mim! ― rugiu e colocou o pé direito por sobre o corpo do colega.

O moreno girou o corpo no chão e empurrou a perna do mais velho, fazendo-o cambalear e cair por terra, a bunda sujando no barro molhado da floresta onde brincavam.

― Na próxima eu quero ser o rei Miles, Elijah ― retrucou, cruzando os braços com raiva.

O garoto loiro gargalhou e apoiou-se na mão para levantar, batendo depois em sua perna para tentar limpar a terra que havia grudado nela.

― Aí eu te derrotarei sendo o Rei Medroc. Mas eu me recuso a dizer que esse reino ganhou, mesmo que de brincadeira, Olleon.

O som de palmas interrompeu a conversa e surgiu no meio das árvores na floresta, uma garota avançou entre elas, seu cabelo era longo e tão preto que brilhava com os raios de sol que passavam pelas frestas das folhas. Seu rosto, ainda que delicado, carregava uma grande carranca, dando-lhe um olhar bravo e sério. Ela trajava um vestido longo, mas não pomposo. Contudo, elegante na sua simplicidade, não deixando dúvidas para os garotos de quem ela era.

O moreno ajoelhou-se imediatamente enquanto o loiro franziu o cenho, abaixando-se para pegar a sua espada que havia caído no chão e fincando-a no aparato de sua cintura.

― Posso participar? ― a garota conduziu-se a eles, passou o olho para o menor, que ainda tinha a cabeça ao chão, e parou no outro, inclinando levemente a cabeça para analisá-lo.

― Meninas não podem brincar de luta! ― Elijah cruzou seus braços e ergueu o rosto, empinando o nariz para a menina.

Ela empertigou o seu corpo, não esperando essa resposta dele. Os criados sempre diziam sim a ela, nunca não. O nariz dela se enrugou com o ato e sua testa franziu enquanto seus olhos começaram a analisar o cenário em sua volta.

― Cale a boca, Elijah. É a princesa ― o garoto ajoelhado sussurrou para o companheiro ao seu lado, começando a tremer.

― E daí? ― O loiro colocou a sua mão sobre a boca e murmurou para o colega, que balançou a cabeça em negativa.

A princesa ergueu uma sobrancelha e deixou um pequeno sorriso apontar em seu lábio, deu alguns passos e abaixou-se para pegar a outra espada que estava caída no chão.

― Eu acho que está com medo ― provocou, olhando de soslaio para os meninos. Começou caminhar devagar e rodeá-los, enquanto passava a espada de uma mão para outra.

― Eu não tenho medo de nada! ― Elijah apertou as mãos e rugiu contra a menina, enquanto sentia sua perna ser tocada desesperadamente pelo menino ajoelhado.

Trono de SangueKde žijí příběhy. Začni objevovat