~ Este capítulo contém cenas fortes e conteúdo para maiores. ~
As mãos de Alyssa tremiam e um transtorno gelado revirava sua barriga, fazendo arrepiar até os pelos da sua nuca. Ela precisava avisá-los, era isso que tanto buscava, ela tinha os dados e as estratégias de Garret, assim como o nome da traição ainda latejando em seu ouvido.
Será que ainda restava tempo? Poderia encontrar sua mãe antes que fosse tarde demais?
Ela precisava sair dali, mas como o faria com Garret em seu encalço?
Assim que ele lhe forneceu os pedaços de informações suficientes para que soubesse que a garota estava desestabilizada, o rei saiu, informando-a que precisava trocar de roupa, já que havia estragado a sua com o sangue da menina morta.
Ele deixou-a lá com os soldados novamente, era impossível fugir. De qualquer forma, não demorou muito e Garret retornou com toda a sua pompa, uma roupa tão extravagante e chamativa quanto a anterior, o sorriso largo pendurado em seu rosto.
— Vamos, querida? — Estendeu a mão para ela e, vendo que a princesa não respondeu ao ato, um dos soldados pegou seu pulso com brusquidão e levou-a até o rei.
Garret apertou a mão de Alyssa e torceu-a, fazendo-a gritar de dor. Em seguida, girou o braço dela e jogou-a contra a cama, ficando de costas para ele, o corpo do homem cobrindo-a por trás, uma mão segurando o seu pulso e outra a sua cabeça.
— Não brinque comigo, Alyssa — rugiu quente contra o ouvido dela. — Nós vamos nos casar agora, diante de muito dos meus homens, e se você quer ainda manter-se com vida, é bom se comportar. Eu não preciso de uma princesa rebelde em meu palácio. Eu já tenho tudo o que preciso, casar com você é só um bônus que eu posso me abster. Eu posso tornar sua vida mais fácil aqui, ou fazer com que você deseje nunca ter nascido, só depende de você.
— Como pode esperar qualquer uma dessas coisas de mim?! — Alyssa contra-atacou entre dentes, tentando forçar seu corpo para trás para se soltar, mas Garret era mais forte.
— Guardas! — Garret chamou e dois deles vieram para perto. — Eu quero a língua dessa infame — rugiu. — Agora!
Alyssa começou a berrar enquanto os dedos do rei iam de encontro ao seu queixo, apertando-o. Um outro soldado enfiou a mão suja entre seus lábios para abrir a sua boca, enquanto outro sacava a espada da cintura e caminhava em direção a ela.
Todo o corpo da princesa sacudia em desespero, as lágrimas saltaram dos seus olhos. Seu corpo tremia e ela tentava empurrar sua língua para dentro enquanto o terceiro soldado enfiava os dedos dentro da sua boca para pegá-la, o que foi em vão, pois no momento que as unhas afiadas dele fincaram na sua carne, Alyssa sabia que era tarde demais.
O homem puxava a língua dela para fora com força e ela já podia sentir o gosto do sangue em sua boca e a dor da sua mandíbula que era forçada a ficar aberta. Um dos homens alternou com Garret, agora a mão dele empurrava a cabeça de Alyssa enquanto Garret pegava a espada da mão do soldado e seguia em frente
— É uma grande perda, confesso. Mas você procurou por isso. Não posso tê-la ao meu lado proferindo esse tipo de desaforo. Você poderia ter sido casta e obediente, mas optou pelo pior caminho. Tem certeza que ainda quer ir contra mim, princesa?
O grito da menina saía rasgando por sua garganta, algo brutal e que fez tremer até as paredes velhas do castelo. Seu rosto era vermelho escarlate devido a força empregada pelos seus pulmões e corpo. Ela não conseguia raciocinar, era desesperador, seus olhos arregalaram-se e debulharam-se em lágrimas a cada segundo que a espada de Garret aproximava-se da sua língua estendida.
YOU ARE READING
Trono de Sangue
Historical Fiction1º Lugar nas Olimpíadas Literárias promovida pelo @DesafioEmLetras Em uma época regada de sangue e dor, grandes impérios batalhavam entre si em busca do poder. Depois de muito sangue jorrado, um acordo de paz é feito e a união de Ílac e Medroc é s...