Trinta e três homens feridos, doze homens mortos.
Nenhuma batalha ainda.
Algumas perdas.
Os homens de Ílac continuaram caminhando até saírem do local de periculosidade e entrarem em uma zona segura. Evelyn ordenou que montassem acampamento, precisavam descansar e cuidar dos feridos. As tendas foram armadas e fogueiras espalhadas pelo acampamento, aquecendo e iluminando o local. Elijah estava diante de uma delas quando a rainha se aproximou, sentando ao seu lado.
— Desculpe — falou, encarando o fogo e vendo as chamas crepitarem transformando em brasas a madeira.
Elijah olhou-a, erguendo levemente a sobrancelha em incompreensão. Durante o restante do caminho, não se aproximou dela, e quando pararam, tratou de reorganizar os homens e orientar as divisões para vigilância, alimentação e disposição do acampamento.
— O que eu lhe disse mais cedo... — ela respirou fundo e fitou o chão. — Muitos dos nossos homens morreram nesse ataque. Nós nem mesmo encontramos com Garret e já perdemos... — Engoliu em seco. — Eu...
Evelyn gostaria de dar desculpas pelo seu comportamento, mas, a verdade era que estava cansada de viver essa batalha com Elijah. Ela já tinha uma maior para travar do que viver em pé de guerra com o homem ao seu lado.
— Nós vamos conseguir — o General a interrompeu, virando levemente a cabeça para olhá-la. — Temos Cameron como uma opção extra, temos homens bem preparados, nós vamos conseguir.
— Eu sinceramente não sei com que Garret nos espera. A realidade é que estamos sendo atraídos a ele desde que Jeffrey morreu, jogando o seu jogo... Fizemos um plano para conseguir surpreendê-los, mas ainda assim... Quem sabe desde quando ele está planejando isso?
— É algo a se pensar... Já que não foi você que matou o irmão dele.
Um suspiro profundo saiu de Evelyn, juntando-se ao barulho do fogo e do vento.
— Eu achava que havia sido a minha mãe. Alguns boticários que chamei para exumar o corpo de Jeffrey disseram ter encontrado um veneno e eu achei um frasco desta mesma composição no quarto dela.
Elijah ergueu a cabeça com a informação. Ele não sabia disso, nem imaginava porque Helena faria tal coisa.
— E por que disse achava? — perguntou.
— Porque disseram que o veneno em questão não faz aquilo que ocorreu na festa. Não é um ácido e jamais iria corroer o corpo de Jeffrey de dentro para fora daquela forma. No entanto, ele estava sendo envenenado, dia após dia... por Helena. Contudo, alguém foi mais rápido que dela.
— Mas... — começou a indagar e Evelyn o interrompeu.
— Jeffrey matou meu pai, Elijah. Helena queria vingança. Ela pode ser louca, mas não é burra, não faria o que aconteceu na festa, a ponto de trazer uma atenção negativa sobre Ílac. Alguém matou Jeffrey primeiro, mas não sabemos o porquê.
Elijah balançou a cabeça, tentando assimilar a informação que havia acabado de receber. Odiava Helena, mas Miles sempre fora um bom homem. Se pudesse, ele mesmo teria matado Jeffrey antes.
— Às vezes me pergunto se tudo o que Garret quer é vingança. Uma guerra inteira, todo um povo morto apenas para fazer você pagar? — ele ponderou.
— Para atingir um rei, ataque o seu castelo — Evelyn respondeu, dando de ombros.
— Ainda assim... Não pode ser só por Jeffrey, Garret não é tão inteligente assim.
YOU ARE READING
Trono de Sangue
Historical Fiction1º Lugar nas Olimpíadas Literárias promovida pelo @DesafioEmLetras Em uma época regada de sangue e dor, grandes impérios batalhavam entre si em busca do poder. Depois de muito sangue jorrado, um acordo de paz é feito e a união de Ílac e Medroc é s...