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- 𝑨𝒏𝒚 𝑮𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍𝒍𝒚 -

2 meses depois.
Dezembro.

Estou com o Joshua fazem cinco meses, posso dizer que ele tem sido menos carrancudo mas agora começou a ficar estranho outra vez.

Ele também surta com ciúmes, praticamente sem motivo até porque diz sempre que não temos nada.
Ele começou a odiar o facto de eu ir para a faculdade fazer as provas e me aproximar dos garotos de la, mas eu não ligo, ele come qualquer uma em qualquer boate e sim, às vezes eu também brigo.

Não dá para dizer que não temos nada sendo que ele só troca apelidos carinhosos comigo, eu sou a única que teve acesso ao seu quarto sem ser para sexo, a única que ele permite que use e abuse da sua paciência sem levar com uma bala no cérebro.
Então, tem que rolar algo.

Está uma mulher desconhecida aqui em casa com um homem que eu vulgo ser o seu pai. A única coisa que eu fiz foram expressões de deboche enquanto ela enrola os cabelos com os dedos.

Joshua ainda não descontraiu nem um músculo, está tenso enquanto espera algo pela parte do homem.

- lembra-se de quando era mais jovem e prometeu casar-se com a minha filha?

Arregalei os olhos e antes que pudesse dizer alguma coisa, Josh apertou a minha coxa certamente para eu me calar.

- lembro-me. - ele passou a mão pelo rosto e suspirou. - achei que estivesse morto.

- achou mal. Tínhamos um acordo. Você ficava com aquelas três cargas para venda ilegal, e em troca eu ficava com a parte da pediatria do hospital da sua mãe, aquele que você contratou pessoas para tomarem conta dos negócios, sujos. Isso só aconteceria se existisse um casamento entre as famílias.

- certo, um acordo. - Josh pegou num copo e colocou whisky la dentro, dando um gole praticamente seco mesmo com o líquido. -

- exatamente, espero que não se tenha esquecido. - ele soltou um sorriso amargo. -

- não, claro que não. - Joshua me entreolhou e eu apenas revirei os olhos. - vamos.. conversar sobre.
Any, vai lá para cima fazer os seus trabalhos da faculdade.

- quem é ela? - a ruiva perguntou me olhando de cima a baixo. -

- Any Gabrielly, alguém que você não vai querer testar a paciência, com certeza. É minha prima.

- você só pode estar a.. - tentei dizer algo mas ele interrompeu a conversa e me puxou pelo braço. -

- se não quiser ver corações fora dos corpos no chão desta casa, cale a puta da boca e sobe as escadas!

- eu não vou a lado nenhum. - falei séria. - eu não vou ser trouxa assim Joshua!

- trouxa o quê Gabrielly, só sobe!

Eu neguei mais uma vez com a cabeça a então ele levantou a mão mas logo a fechou num punho.
Não deixei que nenhuma lágrima caísse na sua presença.

- experimente me tocar com um dedo que seja e o primeiro coração no chão da sala , vai ser o primeiro!

Virei as costas e subi as escadas pronta para me trancar no quarto.
Deixei o meu corpo cair sobre a porta e abracei as minhas pernas na tentativa de ficar mais calma mas isso não deu em nada, não era mais possível controlar as lágrimas, elas desciam pelas minhas bochechas e caiam sobre as minhas mãos que eram arranhadas pelas unhas.

Depois de longos minutos tentando me acalmar sozinha, liguei o chuveiro e entrei na água quentinha para tentar relaxar um pouco.
Me sequei com a toalha e vesti roupa quente apenas de ficar em casa e então me deitei na cama e afundei a cabeça no travesseiro.

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- acorda, Ny. Está quase no horário da sua aula.

Abri os olhos com dificuldade pela luz e me sentei na cama encarando o Noah que riu certamente por eu ter ficado parada no tempo.

- que horas são? - perguntei confusa e ele olhou para a tela do celular. -

- quatro horas da tarde. - Noah sorriu fraco enquanto passava a mão pelo meu cabelo. - você deveria comer alguma coisa, dormiu direto desde as dez da manhã.

- não tenho fome.. obrigada por me acordar mas não sei se te dou um soco, eu queria dormir mais. - resmunguei. -

- que feio, não pode matar aula. - ele deu a língua e eu ri me aproximando dele. -

- você está bem? - senti o seu toque quente sobre a minha bochecha enquanto ele analisava os meus olhos vermelhos pelo choro de antes com certeza. -

- estou.. são só algumas coisas que não merecem ser mencionadas. - sorri fraco e então ele foi se aproximando mais até que os nossos corpos se tocassem num abraço apertado. -

- incrível. Quando eu vinha aqui tentar concertar as coisas eu pego o meu melhor amigo agarrado à garota que.. se fodam! - Joshua virou as costas sem que nós pudéssemos nos justificar. -

Não era um beijo, embora pudesse parecer por causa do ângulo, eu jamais beijaria o Noah, até porque as minhas duas amigas loiras gostam de transar com ele e eu não sou talarica a esse ponto e nem faria isso com o Joshua porque ele não tem coração para essas coisas mas eu tenho.

- porque raios ele é tão impulsivo?! - Noah resmungou enquanto passava a mão pelos cabelos. -

- eu depois falo com ele, depois da aula. - certamente eu não falaria. -

- certo, depois me diz alguma coisa, se não adiantar a conversa eu resolvo na base da pancada. - ele brincou e eu assenti deixando escapar um leve sorriso. - boa aula, não chore mais. - ele piscou e eu revirei os olhos depois dele fechar a porta. -

Lavei o meu rosto apenas com água e um pouco de sabão, passei corretivo para disfarçar a cara de acabada, coloquei um rímel e gloss nos lábios.
Estou de moletom e legging então não vou trocar de roupa até porque não vou ficar com a câmara ativada o tempo todo.

Pousei o notebook nas pernas e prestei mais atenção às primeiras coisas e em seguida pousei aquilo na cama para anotar a matéria nos cadernos.
E mais provas, só provas e mais provas. Esse ano escolar só vai acabar no verão e mesmo assim já tá tendo provas quase iguais às finais.

Pelo menos eu tinha uma ocupação, algo para me distrair das coisas negativas, me afundo nos livros e não na vida, isso é bom.

CRIMINAL HEARTS - beauanyWhere stories live. Discover now