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- 𝑱𝒐𝒔𝒉 𝑩𝒆𝒂𝒖𝒄𝒉𝒂𝒎𝒑 -

Cheguei a casa depois de mais um dia no meu hospital a resolver assuntos paralelos que não têm nada haver com medicina.
Any esteve na faculdade, depois no estágio e ainda foi para a fisioterapia, são dez na noite então presumo que esteja em casa.
Subi as escadas com uma puta dor de cabeça pelo dia cansativo e abri a porta do nosso quarto.
Assim que adentrei o local, escutei os soluços da cacheada.

- vem cá, baby. - tirei a coberta de cima do seu corpo e a puxei para o meu colo. Desviei os seus cabelos que estavam na frente dos olhos e passei os dedos pelas suas bochechas na tentativa de secar as lágrimas mas elas não paravam de escorrer. - quer me contar o que aconteceu?

- eu não aguento mais. - ela soluçou enquanto apertava mais o meu corpo nos seus braços. - foi horrível..

- o quê, princesa? - perguntei mais uma vez e ela suspirou pesadamente, fungando e dando mais um soluço em seguida. -

- a fisioterapia. - ela segurou na minha mão e pousou no seu peito, não questionei, apenas acariciei. -

- me conte como foi lá. - pedi e ela fechou os olhos com força. -

- caí várias vezes.. e tentei andar mas não deu certo, não consigo sequer ficar sobre aquele pé. - ela parou para respirar. - machucou muito la, cada toque faz doer e ta doendo muito agora.. eu não consigo josh, eu não consigo andar de jeito nenhum..

- só faz uma semana desde que você começou, amor. As coisas vão acontecer com calma. Em breve você vai estar a andar por aí e a correr atrás da estrela.

- Você não entende.. tá doendo muito mais porque.. porque.. - ela soluçou mais vezes e eu a endireitei no meu colo, tentando me levantar com ela para ir até ao banheiro, sentei a morena no mármore e peguei num pequeno banco para ela apoiar o pé. -

- respira e depois fala. - pedi e ela inspirou e expirou vezes seguidas enquanto eu procurava um gel para passar no tornozelo dela. -

- eu não posso dançar, Josh..

Eu consegui sentir a dor nas palavras dela. Mesmo ela não dizendo, eu sei que quando não canta para se acalmar, dança. Ela me pediu várias vezes ajuda com alguns movimentos, me pediu músicas aleatórias..
eu imaginava que fosse ser difícil para ela se recuperar, tendo em conta que ela é ótima com dança contemporânea, algo que exige muita força nos pés também, muitos movimentos.

- hey, pode não ser agora, e pode demorar algum tempo mas as coisas vão melhorar e você vai conseguir fazer isso. Sei que mesmo que sejam só meses, é difícil. - tirei a imobilização do seu tornozelo, é como se fosse uma bota com uma tala. - eu vou estar aqui para te ajudar. Você vai ultrapassar isso e vai dar tudo certo.

Comecei a passar a pomada no local magoado.

- olha para mim. - pedi encarnado os seus olhos avermelhados. - você vai voltar a dançar, any. Pode demorar? Pode! Muito? Sim! Mas vai acontecer, se concentre em andar, e em não sentir tantas dores, depois passamos para essa fase.

- você promete não me abandonar? - ela perguntou com a voz falha. -

- prometo, claro que eu prometo. - dei-lhe um abraço apertado depois de lavar as mãos e voltar a imobilizar o seu pé. Levei-a até à cama e deixei um beijo molhado na sua bochecha. - vou tomar um banho muito rápido para depois assistirmos um filme para dormirmos, pode ser?

- xim. - ela fez bico pedindo mais um beijo e eu dei rapidamente antes de me apressar a tomar banho. -

Assim que vesti a calça moletom, saí do banheiro.
Any está sentada na cama com o cotovelo em cima da coxa e a cabeça apoiada na mão.

- voltei baby. Está sentindo dores? - perguntei preocupado e ela assentiu me olhando em seguida. - vou pegar gelo, pode ser que melhore um pouquinho para você descansar.

Desci as escadas e voltei com o gelo e um remédio.

- bebé, deita e encolhe as pernas, assim. - ao invés de ficar na posição normal, o seu corpo ficou de lado na cama para eu consegui apoiar o seu tornozelo nas minhas pernas e colocar o gelo. - assim está confortável para você?

- sim, obrigada.. - ela sorriu e eu puxei as cobertas para cima do seu corpo, sem soltar o gelo. -

Depois de vinte minutos a ver o filme com ela e também a checar o seu rosto para entender se está com dores ou não, tirei o gelo e pousei a minha mão no local.

- está melhor? - perguntei acariciando a zona. -

- hun hum, já não dói tanto. - ela me olhou e esfregou os olhos em seguida.-

- pode dormir, baby.

- mas o seu carinho tá tão bom. - ela fez bico e eu ri. -

- você está machucada, sabe que eu vou fazer carinho várias vezes então pode dormir. - dei de ombros. -

A madrugada tem sido complicada, primeiro Any acordou depois de um pesadelo. Voltou a dormir e eu tentei também mas as dores de cabeça não permitiram, quando estava prestes a pegar no sono, any acordou com dores.

- espera aí pequena. - acendi um pequeno abajur e analisei o tornozelo dela levemente inchado. -

Me levantei meio atordoado e preparei duas compressas mornas para colocar na zona machucada, prendi com ataduras e segurei na mão dela.

- aperta sempre que doer mais. - pedi e ela assentiu com a cabeça. -

Apertou a minha mão algumas vezes até que acabou por adormecer pela terceira vez.

CRIMINAL HEARTS - beauanyΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα